Yngwie Malmsteen, conhecido por redefinir os limites da guitarra elétrica nos anos 80 com sua técnica neoclássica e presença avassaladora, está dando uma nova nota à famosa equação do rock and roll. Longe das antigas fórmulas de "sexo, drogas e rock", o músico agora aposta numa rotina pautada pela saúde e pelo autocuidado — e, para isso, criou sua própria linha de suplementos nutricionais.

Aos 62 anos e ainda em plena atividade, Malmsteen se tornou não apenas um ícone das seis cordas, mas também um entusiasta do bem-estar. Em sua loja oficial, os fãs encontram de tudo um pouco: cápsulas probióticas, pré-treino sabor melancia, misturas eletrolíticas e até mesmo tapetes de ioga. Tudo com a chancela do próprio guitarrista, que vem utilizando os produtos como parte essencial de sua preparação física para enfrentar turnês e gravações.

"Quando estou no palco, não há compromisso, apenas precisão, poder e paixão", escreveu em suas redes sociais. "Eu tomo esses suplementos para ficar afiado, noite após noite. Isso não é hype. É combustível!”

A linha batizada de Force não esconde seu propósito: promover imunidade, aumentar energia e garantir bem-estar com o mesmo rigor técnico que Malmsteen aplica aos seus solos. As gomas multivitamínicas são formuladas com foco em suporte ao sistema imunológico, e os outros itens miram no equilíbrio físico e mental necessário para uma rotina exigente — seja na estrada, no estúdio ou simplesmente no cotidiano.

A mudança de hábitos, no entanto, não é recente. Em entrevista ao programa “Trunk Nation”, da SiriusXM, ele já havia deixado claro seu posicionamento ao ser questionado sobre o motivo de não ter seguido a linha tradicional de muitos músicos, que investem em bebidas alcoólicas como produtos licenciados. “Eu não bebo. Eu não uso drogas. Eu não acredito nisso. Prefiro cuidar da saúde e incentivar os outros a fazerem o mesmo”, afirmou, em tom direto.

É uma guinada incomum para alguém que já foi sinônimo de excesso e virtuosismo, mas que agora parece enxergar a longevidade artística como um exercício de disciplina. Ainda que hoje esteja mais associado a cápsulas do que a garrafas, Malmsteen não perdeu a veia criativa.

Prova disso é o lançamento recente do álbum Tokyo Live, registrado durante a turnê mundial de 40 anos, com um repertório recheado de clássicos como “Rising Force”, “Seventh Sign”, “Far Beyond The Sun” e até uma releitura de “Smoke On The Water”. O show, gravado no Japão, comprova que sua energia permanece intacta — ou talvez até renovada, graças à nova filosofia.

Enquanto muitos ainda ligam o rock à rebeldia desregrada, Malmsteen propõe uma nova estética: o artista como atleta, a performance como ritual, e a saúde como instrumento. Sua abordagem é quase didática: nada de fórmulas mágicas, apenas dedicação e cuidados constantes.

Ao invés de um estilo de vida pautado por destruição, o sueco oferece ao público uma alternativa mais sustentável — tanto física quanto artisticamente. E, ao que tudo indica, não pretende parar tão cedo. Com vigor de sobra e uma marca própria em expansão, Yngwie Malmsteen segue reafirmando que, para manter o fogo aceso no palco, é preciso alimentar a chama também fora dele.

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