No dia 17 de setembro de 2022, o público presente no Coala Festival, realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo, assistiu ao que viria a ser a última apresentação de Gal Costa. A cantora, que vinha rodando o Brasil com o show "As várias pontas de uma estrela", encerrou o segundo dia de festival em um momento histórico para seus fãs.

Naquele palco, Gal recebeu as participações especiais de Rubel e Tim Bernardes, que acrescentaram ainda mais emoção a uma noite já marcante. Era uma fase de revisitação de seu repertório, com arranjos delicados e um clima intimista, mas também cheio de energia.

A artista faleceu dois meses depois, em novembro de 2022, aos 77 anos, e desde então sua última performance circula pela internet em registros extraoficiais. Agora, três anos após sua morte, o show ganha uma edição oficial que promete emocionar e conquistar admiradores antigos e novos.

Lançamento com data marcada e formatos variados

O álbum "Gal Costa ao vivo no Coala" será lançado pela gravadora Biscoito Fino no dia 26 de setembro de 2025 — data em que Gal completaria 80 anos. Segundo informações divulgadas pela gravadora, o registro estará disponível em plataformas digitais e também em LP duplo, formato pensado para colecionadores e apreciadores do vinil.

A escolha da data não é apenas simbólica, mas também estratégica, pois conecta a homenagem à efeméride de uma das maiores vozes da música brasileira. O repertório inclui clássicos como "Açaí", "Brasil", "Fé Cega" e "Faca Amolada", além dos duetos com Rubel e Tim Bernardes.

Para quem já assistiu ao registro não oficial na internet, a edição oficial traz um diferencial: áudio de alta qualidade, masterização profissional e, futuramente, uma versão em vídeo restaurada. A Biscoito Fino confirmou que o vídeo completo do show será lançado em outubro de 2025, com tratamento de imagem e som para oferecer uma experiência visual e auditiva superior.

Como destacou um veículo especializado, “a edição dupla em vinil será a isca irresistível para atrair seguidores da cantora para este álbum póstumo de Gal”. Essa aposta no formato físico reforça uma tendência recente no mercado musical, onde lançamentos em vinil têm conquistado espaço mesmo na era do streaming.

Entre o valor afetivo e o legado artístico

Embora alguns críticos apontem que o álbum traz “baixo teor de novidade” por se tratar de um registro já disponível online, a versão oficial confere legitimidade e preservação adequada à apresentação. Além disso, oferece um produto cuidadosamente editado, com qualidade sonora superior e potencial para alcançar novos públicos.

O lançamento também se insere em um movimento mais amplo de valorização do acervo de Gal Costa. Em abril de 2025, por exemplo, a Universal Music Brasil lançou o Compacto de 1972, com gravações raras da série Fa-Tal – Gal a Todo Vapor. Essas iniciativas indicam que há mais material inédito ou pouco explorado no arquivo da cantora, como o espetáculo Gal Costa Canta Lupicínio Rodrigues e o show Espelho D’Água, que ainda aguardam lançamentos oficiais.

A Biscoito Fino, responsável pelo álbum, é conhecida por seu trabalho de preservação da música brasileira. Fundada no Rio de Janeiro por Kati de Almeida Braga e Olívia Hime, a gravadora construiu uma reputação sólida por apostar em projetos de alta qualidade e com forte apelo cultural. Essa parceria garante que o lançamento receba o cuidado necessário para manter viva a memória de Gal.

Para os fãs, ter um registro oficial desse último show é mais do que uma questão de colecionismo: é a possibilidade de reviver um momento histórico com a clareza sonora e visual que ele merece. A combinação do formato digital, acessível a todos, com o LP duplo, destinado a colecionadores, amplia o alcance e o impacto da homenagem.

No fim, o "Gal Costa ao vivo no Coala" é um encontro entre passado e presente, um elo entre a emoção vivida em setembro de 2022 e a celebração de setembro de 2025. É a chance de ouvir, ver e sentir uma das maiores intérpretes brasileiras em sua última vez diante do público — agora com a qualidade e o cuidado que seu legado merece.

Tim Bernardes, Gal Costa e Rubel / Foto: Coala Festival

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