TOOL pode acelerar novo álbum após morte de OZZY OSBOURNE

Banda, conhecida por longos intervalos entre discos, considera mudança após refletir sobre a perda do ícone do metal

Redação - SOM DE FITA

8/29/2025

Foto: Sidinei Lopes /@observadordaimagem

O TOOL sempre foi sinônimo de complexidade musical e de longas esperas entre seus lançamentos. Enquanto muitos grupos do rock e do metal produzem discos em intervalos relativamente curtos, a banda norte-americana sempre seguiu um caminho próprio, sem pressa e com foco absoluto na construção detalhada de sua sonoridade. Esse comportamento acabou se tornando parte da identidade do grupo, que transformou a paciência dos fãs em um elemento essencial da experiência de acompanhá-los.

Porém, recentes declarações dos integrantes sugerem que esse padrão pode estar prestes a mudar. Em entrevista, Maynard James Keenan e Adam Jones falaram sobre o futuro da banda e deram a entender que um novo álbum pode surgir em menos tempo do que o esperado. A morte de Ozzy Osbourne, ocorrida em 22 de julho, foi citada como um fator decisivo para essa possível transformação.

O histórico de longas pausas do TOOL

Desde os anos 1990, a trajetória do TOOL foi marcada por intervalos que testaram a paciência de qualquer fã. O disco de estreia, Undertow (1993), chegou apenas três anos antes de Ænima (1996). Depois disso, a espera entre Ænima e Lateralus foi de cinco anos, e o mesmo período se repetiu entre Lateralus (2001) e 10,000 Days (2006).

Mas nada se comparou ao hiato seguinte: foram 13 anos até que o grupo lançasse Fear Inoculum (2019). Durante esse período, os integrantes continuaram se apresentando ao vivo, participaram de projetos paralelos e concederam entrevistas que sempre alimentavam rumores sobre um possível lançamento. Para os fãs, acompanhar o TOOL significava aceitar esse ritmo quase imprevisível, onde cada novo álbum era aguardado como um evento raro.

Essa postura, ao mesmo tempo que frustrava parte do público, também consolidava a aura de exclusividade em torno da banda. Afinal, quando um grupo demora tanto tempo para lançar novas músicas, cada obra ganha um peso quase histórico. Agora, no entanto, a própria banda dá sinais de que essa lógica pode estar se transformando.

A inspiração provocada por Ozzy Osbourne

Em entrevista ao programa Loudwire Nights (via Alternative Nation), os músicos deixaram claro que estão em processo de escrita e cogitam mergulhar em breve em novas composições. Maynard James Keenan foi direto ao afirmar que o grupo já está “escrevendo”. Adam Jones, por sua vez, foi mais enfático: “Queremos lançar outro disco e tocar, fazer o que fazemos. Entre a preparação para uma turnê futura ou o que quer que estejamos fazendo, há momentos em que alguém diz: ‘Ah, eu tenho isso e eu tenho aquilo’. Mas acho que vamos mergulhar fundo em breve.”

O ponto mais marcante da conversa foi a reflexão de Keenan sobre a morte de Ozzy Osbourne. O vocalista explicou que a perda do líder do Black Sabbath o abalou profundamente e serviu como um alerta pessoal: “Sabe, a vida é curta. Você só pode fazer isso agora. Não há espera. Você não sabe o que virá amanhã. Você precisa fazer isso agora. Então é isso que estamos fazendo.”

A declaração mostra como o impacto de Ozzy ultrapassa gerações e reforça a importância de agir no presente. Para Keenan, essa consciência parece ter servido como gatilho para abandonar a lentidão típica da banda e encarar a criação de forma mais imediata.

Adam Jones também revelou que guarda há anos um riff inspirado no Black Sabbath e pretende insistir em transformá-lo em material do TOOL: “Provavelmente vou encher o saco desses caras de novo para tentar transformar isso em uma futura música do Tool. Tenho muitos riffs, juntamos, desmontamos e tentamos fazer algo que todos gostem.”

A influência direta de Ozzy e de sua banda no processo criativo do TOOL é inegável, e pode ser a força que impulsione um novo capítulo na trajetória do grupo.

Expectativas para o futuro do TOOL

Se a fala dos integrantes realmente se confirmar, o próximo álbum pode quebrar um ciclo histórico de longas pausas. Com base no retrospecto, os intervalos sempre foram de pelo menos três anos, chegando ao extremo de 13. Isso transformou cada lançamento em um marco aguardado ansiosamente pela comunidade de fãs.

Dessa vez, porém, existe a expectativa de que a banda apresente algo novo em um intervalo muito menor. Caso isso aconteça, o público poderá testemunhar não apenas uma mudança de ritmo, mas também um registro marcado por reflexões sobre o tempo, a mortalidade e a influência de ícones como Ozzy Osbourne.

Mais do que apenas um novo álbum, a possibilidade representa um tributo indireto a um dos maiores nomes do heavy metal, alguém que, mesmo após sua morte, continua inspirando artistas e bandas em diferentes cantos do mundo. Para o TOOL, pode ser a oportunidade de mostrar que a urgência também pode gerar obras relevantes, sem abrir mão da complexidade que sempre definiu sua música.

No fim, a grande questão não é apenas quando o disco será lançado, mas como ele refletirá esse momento de transformação vivido pelos integrantes. Se a vida é curta, como Keenan destacou, talvez o próximo capítulo do TOOL esteja muito mais próximo do que os fãs imaginam.

Foto por Aline Krupkoski/TMDQA!

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