Décadas de teorias e interpretações sombrias caíram por terra após uma postagem simples – e bastante espirituosa – de Tony Iommi, guitarrista lendário do Black Sabbath. Usando seu perfil oficial no X (antigo Twitter), o músico finalmente explicou o verdadeiro significado por trás do título da canção “N.I.B.”, presente no primeiro álbum da banda, lançado em 1970.

"Nós nomeamos essa música de ‘N.I.B.’, e muita gente acha que significa ‘Nativity In Black’. Mas, na verdade, era por causa da barba do Bill, que era em formato de ponta (nib) de caneta-tinteiro!" Disse Iommy.

A confissão desfez anos de especulações. Desde os anos 1980, fãs e até estudiosos da música passaram a crer que a sigla remetia à expressão “Nativity In Black” (Nascimento em Preto), uma leitura perfeitamente alinhada com a estética pesada, misteriosa e provocadora do Sabbath. O título chegou a dar nome a um álbum tributo lançado nos anos 90, com diversas bandas regravando clássicos do grupo britânico.

Reações divididas nas redes

Como era de se esperar, a revelação causou um verdadeiro rebuliço. Muitos internautas reagiram com bom humor, curtindo a ironia por trás da simplicidade do nome. Outros, no entanto, expressaram certo desapontamento. Para uma parte significativa do público, a explicação tirou parte do “misticismo” que sempre envolveu o Black Sabbath.

Mas a história não para por aí. A faixa “N.I.B.” é considerada um marco do heavy metal. Com um riff inicial que é, na verdade, um solo de baixo do Geezer Butler, e uma letra narrada sob o ponto de vista do próprio diabo apaixonado, a música ajudou a firmar o tom sombrio e inovador da banda que viria a ser reconhecida como precursora de todo um gênero musical.

Um clássico que resistiu ao tempo

Apesar da explicação “mundana”, o impacto da música permanece intocado. “N.I.B.” continua sendo uma das faixas mais executadas em tributos e shows cover do Sabbath, e segue viva nas playlists dos fãs, novos e antigos.

O episódio também reacendeu o interesse por histórias e curiosidades da banda, colocando os holofotes mais uma vez sobre as origens do metal. Para alguns, a explicação só torna a história mais autêntica e humana — reforçando que, por trás das trevas do palco, havia quatro garotos de Birmingham com um senso de humor peculiar.

Último show marca encerramento de era

A postagem de Iommi coincidiu com outro momento marcante na trajetória da banda. Neste mês, os integrantes da formação clássica se reuniram para um último show na cidade natal de Birmingham. A apresentação, tida como a despedida definitiva do Black Sabbath dos palcos, contou com convidados especiais e uma carga emocional que refletiu a importância da banda para a história da música.

Com isso, o ciclo se fecha em tom de celebração — não apenas da música, mas também das histórias (e piadas internas) que acompanharam o Sabbath ao longo de mais de cinco décadas.

Se o nome “N.I.B.” perdeu seu tom enigmático para alguns, ao menos ganhou um novo status: o de anedota oficial. E, nesse caso, dita por ninguém menos que Tony Iommi. Afinal, se há uma coisa que o Black Sabbath nos ensinou, é que o metal também pode ter suas piadas internas — e que nem todo mito precisa ser sombrio para ser lendário.

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