TONNY IOMMI surpreende público ao tocar “PARANOID” em noite de estreia do balé inspirado no BLACK SABBATH em Londres

Ícone do heavy metal sobe ao palco durante o espetáculo “Black Sabbath – The Ballet”, emocionando fãs e convidados como Brian May, Sharon Osbourne e Robert Plant

Redação - SOM DE FITA

10/24/2025

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Na noite de quarta-feira, 22 de outubro de 2025, o lendário guitarrista Tony Iommi, do Black Sabbath, fez uma aparição surpresa no palco da abertura londrina do espetáculo Black Sabbath – The Ballet, do Birmingham Royal Ballet. O evento, realizado no tradicional teatro Sadler’s Wells, marcou o retorno da produção à capital britânica e deixou o público em êxtase quando Iommi surgiu para tocar o solo de guitarra da icônica “Paranoid”, encerrando a apresentação.

Entre os presentes estava Brian May, guitarrista do Queen, que compartilhou nas redes sociais um vídeo do momento e escreveu: “Uau! O verdadeiro pai do heavy metal fazendo sua linda guitarra cantar como um pássaro esta noite no Sadler’s Wells. Tony Iommi, com uma orquestra de 40 músicos e um elenco de 50 dançarinos, colocou a cereja no bolo dessa grande produção de Black Sabbath – The Ballet. Tenho orgulho de chamar esse gênio infinitamente modesto e generoso de amigo.”

O espetáculo, que mistura a estética sombria e visceral do heavy metal com a delicadeza do balé clássico, segue em turnê pelo Reino Unido, após ter passado por cidades como Birmingham, Manchester e Plymouth, antes de estrear na Escócia, no Edinburgh Festival Theatre.

Um tributo visual e sonoro à história do Black Sabbath

Tony Iommi comentou recentemente à BBC sobre o impacto do projeto em sua vida: “O balé significa tudo, e é uma pena, de muitas formas, que [Ozzy] não tenha conseguido ver o espetáculo, porque ele queria muito. É sobre nossas vidas e nossa música.”

A ideia do balé nasceu do diretor do Birmingham Royal Ballet, Carlos Acosta, que sonhava com o projeto desde 2020, quando chegou à cidade natal da banda. O encontro com Iommi foi decisivo. “Não acreditei no começo, mas quando nos reunimos, o entusiasmo de Carlos era incrível”, contou o guitarrista. “Ele tinha a mesma vibração que eu sentia ao compor músicas. Ele sabia exatamente o que queria, e isso me deu confiança.”

O espetáculo se tornou um sucesso absoluto desde sua estreia em 2023, com ingressos esgotados e público misto — de fãs de metal a amantes do balé. Agora, a edição 2025 apresenta novidades: trechos de entrevistas inéditas com os integrantes do Black Sabbath, depoimentos de fãs e novas camadas sonoras com mixagem revisada.

Acosta celebrou a nova fase: “Em 2023 ficamos impressionados com o sucesso arrebatador do Black Sabbath – The Ballet. Agora, em 2025, vamos aumentar o volume para 11 com uma grande turnê pelo Reino Unido que vai surpreender a todos.”

Tony Iommi reforçou o espírito inovador da banda: “O Black Sabbath sempre foi inovador e imprevisível — e nada poderia ser mais imprevisível que isso. Foi incrível ver o que Carlos e sua equipe criaram em 2023, trazendo nossa música à vida de um jeito que eu nunca imaginei. É fantástico que mais pessoas possam vivenciar essa produção extraordinária.”

A trilha sonora que redefiniu o peso e a elegância

O compositor Christopher Austin, vencedor do Tony Award, foi o responsável por adaptar a música do Black Sabbath para a linguagem orquestral, criando novas peças inspiradas nas faixas originais da banda. “Criar a trilha deste balé extraordinário foi uma jornada emocionante”, explicou. “Tudo começou com o presente mais incrível de Tony: sua confiança em nós para honrar a música da banda e a liberdade de trilhar novos caminhos com essas canções icônicas.”

A trilha inclui oito clássicos:

  • “Paranoid” (1970)

  • “Iron Man” (1970)

  • “War Pigs” (1970)

  • “Black Sabbath” (1970)

  • “Solitude” (1971)

  • “Orchid” (1971)

  • “Laguna Sunrise” (1972)

  • “Sabbath Bloody Sabbath” (1973)

Austin destacou a complexidade das composições originais: “O que amo na música do Black Sabbath é a gloriosa irregularidade. A flexibilidade do tempo, a intensidade e os vocais estratosféricos de Ozzy, que em alguns momentos ultrapassam Pavarotti em alcance e potência.”

A trilha é executada ao vivo pela Royal Ballet Sinfonia, com a participação do guitarrista Marc Hayward, que toca no palco junto aos dançarinos, criando uma imersão sonora inédita entre o peso do metal e a leveza do movimento.

Além de Austin, o projeto reúne talentos internacionais: o coreógrafo sueco Pontus Lidberg, o designer cubano Alexandre Arrechea, e os coreógrafos Raúl Reinoso e Cassi Abranches, com dramaturgia de Richard Thomas e iluminação assinada por KJ.

Um encontro histórico entre mundos opostos

O público da noite de estreia viveu um momento histórico ao ver Tony Iommi tocar “Paranoid” diante de uma plateia que incluía Geezer Butler, Robert Plant, Bev Bevan e Sharon Osbourne — todos ovacionando de pé. Sharon, esposa e empresária de Ozzy Osbourne, comentou em vídeo divulgado em 2023: “Quando ouvi que o Birmingham Royal Ballet faria um balé com a música do Black Sabbath, achei que era algo completamente fora da caixa. Quem imaginaria essa combinação? É brilhante.”

Iommi reconheceu que jamais teria imaginado ver bailarinos dançando ao som de “War Pigs” ou “Iron Man”: “Eu não teria acreditado se me dissessem isso há 50 anos. Mas é maravilhoso ver nossa música sendo interpretada de um jeito tão diferente e ainda assim mantendo sua essência.”

O guitarrista acredita que o projeto pode aproximar universos aparentemente opostos. “Espero que sim. É uma combinação incomum, mas é preciso arriscar. É interessante ver fãs de Sabbath e de balé juntos. No fim das contas, ambos são criativos e expressivos, só que em linguagens diferentes.”

Carlos Acosta, por sua vez, afirmou que 60% dos ingressos da primeira temporada foram comprados por fãs do Black Sabbath. “O Sabbath é tão diferente do mundo do balé, e foi justamente isso que quis explorar. Odeio ser previsível. Todo mundo conhece O Lago dos Cisnes e Cinderela… Esta foi uma grande oportunidade de mostrar um novo universo para o público.”


O encontro entre o balé clássico e o heavy metal, antes impensável, tornou-se um dos espetáculos mais comentados do Reino Unido. Black Sabbath – The Ballet não apenas homenageia uma das bandas mais importantes da história do rock, mas também demonstra como a arte pode ultrapassar fronteiras e unir mundos aparentemente distantes. E com Tony Iommi empunhando sua guitarra em plena casa de balé, o impossível finalmente se tornou realidade — com distorção, elegância e alma.

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