
The Runaways: As Pioneiras Que Mudaram o Punk Rock e Abriram Caminhos Para Gerações de Mulheres na Música
Banda liderada por Joan Jett rompeu barreiras, desafiou normas de gênero e deixou um legado duradouro no cenário do rock
Redação - SOM DE FITA
8/5/2025




Nos anos 1970, em plena efervescência da cena musical de Los Angeles, surgiu um grupo que mudaria para sempre a forma como o rock enxergava as mulheres: The Runaways. Lideradas por Joan Jett, as jovens integrantes do grupo chegaram com um som cru, agressivo e repleto de atitude, conquistando espaço em um ambiente historicamente dominado por homens.
Combinando elementos do hard rock com a energia do punk, as Runaways foram mais do que uma banda: foram um símbolo de resistência e coragem. Elas mostraram que o palco não tinha gênero e que mulheres podiam não apenas competir, mas também se destacar no rock. “Nosso objetivo era simples: tocar alto, tocar forte e mostrar que garotas podiam fazer rock tão bem quanto qualquer cara”, declarou Joan Jett em entrevistas ao longo dos anos.
A banda foi formada com a proposta ousada de criar um grupo feminino que pudesse competir com os gigantes masculinos da época, e sua proposta funcionou. O som potente e a presença marcante no palco tornaram-nas referência, ajudando a abrir portas para futuras artistas e bandas que buscavam seu espaço no rock.
Um Legado Que Inspirou o Riot Grrrl
A influência das Runaways não parou nos anos 70. Nas décadas seguintes, seu impacto ecoou no surgimento do movimento Riot Grrrl, que uniu música e ativismo feminista. Grupos como Bikini Kill e Bratmobile citaram explicitamente a banda e Joan Jett como inspiração.
O Riot Grrrl trouxe uma nova geração de mulheres que, assim como as Runaways, usaram a música como ferramenta de empoderamento. Se o rock era um território onde poucas mulheres ousavam entrar, esse movimento provou que não só havia espaço para elas, como também era possível transformar a cena a partir de dentro.
Outras Mulheres Que Fizeram História no Punk
As Runaways abriram o caminho, mas não estavam sozinhas nessa revolução. Grandes nomes femininos ajudaram a construir e fortalecer o punk, cada uma com seu estilo e contribuição única.
Patti Smith, chamada de “poetisa do punk”, transformou poesia e rebeldia em performances intensas e impactantes. Chrissie Hynde, à frente dos Pretenders, mostrou presença de palco e musicalidade que conquistaram gerações. Debbie Harry, vocalista do Blondie, trouxe sofisticação e um toque glam ao punk, quebrando padrões e expandindo o gênero. Kira Roessler, baixista do Black Flag, elevou o som da banda com linhas de baixo inovadoras e cheias de peso. Amy Miret, do Nausea, representou o espírito do hardcore nova-iorquino com uma voz carregada de crueza e autenticidade.
Cada uma delas, assim como as Runaways, ajudou a construir um legado que deixou claro que o punk não era apenas um espaço masculino — era um terreno fértil para a expressão feminina ousada e autêntica.
A Importância de Joan Jett no Rock
Entre todas as integrantes das Runaways, Joan Jett se destacou como um ícone que ultrapassou as barreiras da banda. Sua carreira solo consolidou sua imagem como uma das maiores artistas do rock, provando que sua voz e guitarra tinham muito mais a dizer.
Com hits como "I Love Rock 'n' Roll", ela levou o espírito rebelde das Runaways a um público ainda maior, tornando-se um dos maiores nomes femininos da história do rock.
Um Legado Que Continua Vivo
Décadas depois, o legado das Runaways segue vivo. Elas não foram apenas uma banda de sucesso, mas um movimento cultural que inspirou e inspira até hoje mulheres a ocuparem o espaço que merecem na música.
Bandas atuais, assim como jovens artistas femininas, continuam a beber dessa fonte de rebeldia e liberdade artística. As Runaways provaram que a música é também um ato político — um espaço para reivindicar voz, identidade e poder.
“Elas mostraram que não era preciso pedir permissão para existir no rock”, comentou uma vez a vocalista Kathleen Hanna, do Bikini Kill, sobre o impacto do grupo.
Conclusão: Muito Além do Punk
Mais do que uma banda, The Runaways foram um divisor de águas. Elas provaram que talento, força e atitude não têm gênero e deixaram um legado que continua a inspirar artistas pelo mundo.
O punk rock feminino deve muito a elas — e a cada mulher que ousou subir no palco desde então.
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