Supla lança “Nada Foi em Vão”: novo álbum celebra 40 anos de carreira com mistura de estilos e homenagem a clássicos

Supla, um dos nomes mais icônicos do rock brasileiro, está comemorando quatro décadas de trajetória com o lançamento de Nada Foi em Vão, seu 20º álbum de estúdio. O disco chega nesta quinta-feira (25) às plataformas digitais e ainda ganha uma edição especial em vinil rosa, voltada para os fãs que gostam de colecionar os trabalhos do artista.

Com um estilo que mistura irreverência, carisma e referências variadas, Supla mostra que continua em constante evolução, mesmo após tantos anos de estrada. Ao lado da banda Os Punks de Boutique, ele apresenta um trabalho que dialoga com diferentes gêneros musicais e reforça seu perfil como um artista que nunca se prendeu a rótulos.

Um disco que mistura sonoridades sem perder a essência

O álbum Nada Foi em Vão reúne 15 faixas e foi parcialmente gravado em Los Angeles, nos Estados Unidos, com produção que buscou equilibrar a energia crua do rock com arranjos que dialogam com outros estilos. Segundo o próprio Supla, o trabalho é “um rock’n’roll aberto a todo tipo de influência”, mostrando sua disposição em experimentar e incorporar novos elementos à sua música.

Logo de início, a diversidade sonora chama atenção. Amor Kamikaze traz uma pegada punk cheia de energia, lembrando os tempos mais rebeldes do artista. Em seguida, Médico Monstro apresenta um peso típico do heavy metal, mostrando que Supla não tem medo de mergulhar em territórios mais pesados. Já Queixo Novo aposta no groove e na dança com elementos do funk, enquanto Me Encontro com Você traz o ritmo contagiante do ska.

Essa variedade de estilos não é novidade na carreira do cantor, mas ganha uma nova dimensão neste projeto, reforçando que Supla sabe transitar por diferentes gêneros sem perder sua identidade.

Releituras que conectam passado e presente

Além das faixas autorais, o álbum traz releituras que mostram o respeito de Supla pelos clássicos. Uma delas é Be My Baby, sucesso do grupo The Ronettes, que marcou a música pop nos anos 1960. Ao revisitar esse hit, Supla imprime sua personalidade sem perder a essência romântica da canção original.

Outra versão que chama atenção é Raindrops Keep Fallin’ on My Head, eternizada na trilha do filme Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969). Ao incluir essa música no repertório, o artista conecta seu trabalho a uma tradição do cancioneiro pop que atravessa gerações.

Essas escolhas reforçam a intenção do álbum: mostrar que, mesmo após 40 anos de carreira, Supla continua aberto a dialogar com a história da música, sem perder sua marca autoral.

A faixa-título: reflexão e maturidade

Entre as canções inéditas, a faixa-título Nada Foi em Vão merece destaque. Composta por Supla em parceria com Tatiana Prudêncio, a música tem um tom introspectivo e apresenta versos que refletem sobre a trajetória do artista. A balada traz uma mensagem que mistura gratidão e resiliência, traduzindo em música o sentimento de que toda a sua caminhada valeu a pena.

Essa abordagem mais madura mostra um lado de Supla que vai além da imagem irreverente que sempre o acompanhou. É um registro de alguém que olha para trás com orgulho e encara o futuro com entusiasmo.

Quarenta anos de estrada e reinvenção constante

Supla começou sua carreira em 1985, como vocalista da banda Tokyo, que se destacou na cena brasileira com um som new wave cheio de atitude. Ao longo dos anos, o artista enfrentou críticas, reinventou sua imagem e construiu uma trajetória que vai muito além da música. Atuou como ator, apresentou programas de televisão e participou de reality shows, conquistando um espaço único no imaginário pop brasileiro.

Hoje, 40 anos depois do álbum de estreia com o Tokyo, Supla continua desafiando expectativas. O lançamento de Nada Foi em Vão prova que ele não se acomoda, preferindo seguir explorando novas ideias e mantendo um diálogo aberto com seu público.

Um álbum para diferentes gerações

Com Nada Foi em Vão, Supla não apenas revisita sua própria história, mas também oferece uma ponte entre diferentes públicos. Os fãs de longa data vão reconhecer a essência do artista, enquanto novas gerações podem descobrir um trabalho rico em referências e diversidade sonora.

Essa pluralidade é uma das grandes forças do disco. Ao misturar punk, ska, funk, metal e baladas, Supla mostra que sua música pode dialogar com diferentes tribos sem perder autenticidade.