Solo Radiante: JÉSSICA FALCHI explora novas camadas no single “SUNFLARE”
Entre progressivo, técnica e sentimento, guitarrista segue revelando sua identidade sonora em série de lançamentos
Redação - SOM DE FITA
11/24/2025




A guitarrista brasileira Jéssica Falchi segue estruturando, com calma e consistência, a construção de sua nova fase artística. Depois de apresentar “Moonlance”, faixa que destacou sua inclinação ao metal moderno, a musicista retorna com “Sunflare”, segundo single da banda Falchi — projeto que a acompanha até o lançamento do EP previsto para janeiro de 2026. O novo capítulo aprofunda o lado progressivo da artista e surge como uma peça mais atmosférica, guiada por guitarras limpas, melodias expansivas e um refrão de caráter emocional. Sem exageros, “Sunflare” funciona como mais um passo para entender como Jéssica pretende consolidar sua própria linguagem musical, livre das amarras que acompanharam sua trajetória até aqui.
A faixa chega às plataformas junto de um videoclipe com ambientação solar, já disponível no canal oficial da guitarrista no YouTube — que ultrapassa a marca de 104 mil inscritos. A produção do clipe é assinada por Hideki Onuki, responsável pela direção, filmagem e edição. Assim como o single anterior, “Sunflare” evidencia que Jéssica está menos preocupada em seguir fórmulas e mais interessada em explorar sensações, timbres e texturas que dialogam com suas referências pessoais e seu repertório como instrumentista.
O universo de “Sunflare”: progressividade, sensações e referências marcantes
Diferente de “Moonlance”, construído sobre uma base de metal moderno com forte presença de groove, “Sunflare” aposta em uma estética mais aberta. Os delays, reverbs e melodias longas conferem um caráter contemplativo à faixa. Jéssica descreve a composição como uma viagem guiada pelo sentimento, afirmando que “Sunflare” funciona como uma imersão em diferentes ambientes musicais enquanto destaca sua influência progressiva.
A guitarrista reforça que buscou uma expressão mais melódica e emocional, aproximando-se das referências que moldaram sua relação com a guitarra. “Quis muito que essa faixa expressasse meu lado mais ‘feeling’, com solos de guitarra cantados, inspirados no mestre David Gilmour, que sempre foi e continua sendo uma referência forte na minha forma de tocar”, afirma. O resultado é uma faixa que aposta menos na velocidade e mais na narrativa musical, algo que dialoga com o rock progressivo clássico, sobretudo com a escola de Pink Floyd.
A escolha do título reforça o clima solar da composição. Como explica a própria artista, “tem uma vibe bem esperançosa, por isso o nome, como se fosse uma música para, por exemplo, ouvir vendo um pôr do sol ou outras paisagens que confortam a alma”. Essa construção climática aproxima “Sunflare” de um terreno instrumental que valoriza emoção e simplicidade dentro de uma produção sofisticada.
O single também mantém a assinatura de Jean Patton (ex-Project46), responsável pela produção — função que ele assume pela primeira vez em um trabalho da Falchi. Para Jéssica, essa parceria tem grande peso, já que Jean ajudou a transformar ideias soltas em composições estruturadas. “O Jean produziu o trabalho e foi a primeira vez dele nesse papel, dando um significado ainda mais especial pra mim. Ele foi quem me encorajou e validou cada passo e me ajudou a transformar ideias em algo concreto”.



Capa do single "Sunflare" de Jéssica Falchi. | Arte: Lauren Zatsvar

A banda Falchi: dinâmica instrumental e escolhas cuidadosas
Embora o nome destaque a guitarrista, Falchi é um projeto instrumental coletivo, que reúne músicos escolhidos de forma criteriosa. Jéssica divide o núcleo da banda com o baixista João Pedro Castro e o baterista Luigi Paraventi — ambos fundamentais para o resultado final de “Sunflare” e das próximas faixas do EP.
Sobre o baixista, a guitarrista é direta: “João Pedro é uma das pessoas mais próximas e confiáveis que tenho por perto, fora que é extremamente competente. Temos um gosto musical muito parecido, o que encaixou perfeitamente no perfil do projeto. As linhas de baixo ficaram precisas, expressivas e com o protagonismo que eu gostaria que tivesse”. A escolha de João reflete tanto afinidade pessoal quanto coerência estética, reforçando que o projeto não é apenas técnico, mas também relacional.
Na bateria, Luigi Paraventi traz a versatilidade que o projeto exige. Jéssica destaca como ele conseguiu incorporar elementos rítmicos brasileiros sem quebrar o clima geral da faixa. “Na bateria, chamei o Luigi Paraventi, que trouxe ideias impecáveis e uma dinâmica rítmica incrível, incorporando elementos brasileiros com muita naturalidade. Ele conseguiu mesclar diferentes técnicas e dar a textura exata que as músicas precisavam”.
As artes do projeto são assinadas por Lauren Zatsvar, que ilustra cada faixa com um animal escolhido de acordo com a percepção da guitarrista sobre a sonoridade. “Cada animal foi escolhido de acordo com a sonoridade que fazia mais sentido para a música na minha cabeça”, ela explica. A combinação entre música instrumental, narrativa sensorial e imagética reforça o cuidado do projeto em todos os seus níveis.
Próximos passos e o novo capítulo da carreira solo
Jéssica confirma que “Sunflare” é apenas a segunda parte de uma sequência de quatro lançamentos que culminam no EP marcado para o dia 23 de janeiro de 2026 — data em que ela estará presente na NAMM Show, feira internacional de música realizada em Los Angeles. Cada single, segundo a guitarrista, explora um aspecto diferente de sua musicalidade. “Cada música traz uma abordagem diferente e eu as vejo como bem distintas entre si, mas sempre partindo do princípio do rock/metal e tentando incluir uma pitada das referências brasileiras”.
Essa etapa marca a consolidação de sua carreira solo, após anos ganhando destaque nas redes, trabalhando ao lado de nomes como Aquiles Priester e Elana Dara, e sendo anunciada como integrante fixa da banda de death metal Crypta — com a qual excursionou por três continentes. Além disso, sua trajetória no Instagram, onde soma mais de 300 mil seguidores, e a atenção recebida de artistas como o Metallica reforçaram seu alcance no universo da guitarra instrumental.
Agora, longe de rótulos, Jéssica parece focada na criação de um caminho próprio, mesclando progressivo, metal, rock e elementos modernos. Suas composições dialogam com referências como Intervals, Kiko Loureiro, Pink Floyd, Leprous e VOLA, mas sempre filtradas por seu estilo pessoal, equilibrando técnica e emoção.
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