Depois que Ozzy Osbourne foi desligado do Black Sabbath em 1979, ele mergulhou num período turbulento marcado por vícios e incertezas. O que parecia o fim para o vocalista acabou sendo o início de uma nova era — graças à sua parceira de vida e de negócios, Sharon Osbourne.

Em entrevista recente à Music Business UK, Sharon compartilhou como foi enfrentar aquele momento decisivo:

“Sabe o que foi? Ignorância cega. Foi tipo: ‘Vamos conseguir’. E pronto. Fizemos o que tínhamos que fazer.”

Ela relembra que, ao agendar os primeiros shows de Ozzy nos EUA, o álbum de estreia ainda nem havia sido lançado. Mesmo assim, alguns promotores toparam o risco.

“Estávamos conversando com algumas pessoas no outono, e ele estava planejando fazer uma turnê no verão seguinte. Foi uma longa espera para esses promotores, e a maioria deles estava cagando porque estavam contratando ele às cegas.”

A empresária destaca o papel fundamental do relacionamento com os promotores e o esforço para entregar resultados, mesmo com tudo contra.

“Foi divertido ver tudo acontecer. Quer dizer, muitas datas foram colocadas à venda e esgotaram instantaneamente. E todas as promessas que você faz a um promotor: ‘Não se preocupe, nós promoveremos o show. Faremos todo o possível para ajudar você a vender os ingressos’. E então simplesmente explodiu. Foi muito orgânico.”

Quando perguntada sobre o melhor conselho de negócios que já recebeu, Sharon foi direta ao ponto, como de costume:

“Meu Deus, continue com suas publicações! Nunca deixe suas publicações de lado até chegar ao ponto em que você acha que quer desistir, e aí você vende tudo por uma fortuna.”

Ela ainda destacou o valor oculto das composições musicais:

“Você vê onde suas músicas podem acabar; você pode ganhar alguns milhões cada vez que sua música for usada em um anúncio. Outras pessoas poderiam fazer um cover da sua música e fazer um sucesso com uma música que não foi um sucesso para você.”

Para ela, a negociação com gravadoras exige firmeza:

“É algo que, agora, eu conheço muitos artistas, eles entram e querem contratos, e as gravadoras querem a publicação deles. Eu digo, ‘Foda-se, nem pensar.’”

A história de Sharon e Ozzy é, mais do que tudo, uma aula sobre instinto, coragem e saber jogar no mundo da música — mesmo quando todas as fichas parecem contra.

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