Scott Thunes, lendário baixista que marcou a fase oitentista de Frank Zappa, voltou a chamar atenção ao conceder uma entrevista cheia de opiniões polêmicas à revista Bass Player. Com passagens memoráveis por álbuns como Jazz From Hell, The Man From Utopia, Them or Us e o hit Valley Girl, Thunes deixou claro que sua relação com o instrumento sempre foi mais prática do que glamourosa.

“Eu odeio solos de baixo. É uma das coisas mais chatas que já ouvi. Afaste-se do baixo!”, disparou, mantendo o estilo direto e sarcástico que sempre o caracterizou. Hoje, ele se dedica ao ensino na Marin School of the Arts, na Califórnia, após anos de estrada ao lado de um dos nomes mais inovadores da música experimental.

Thunes também relembrou momentos curiosos de sua convivência com Zappa: “Frank não queria ouvir nada, exceto a nota A [Lá]. Qualquer oitava, mas só essa nota. E funcionava!”, contou sobre uma das regras inusitadas para os solos ao vivo.

Sempre avesso ao virtuosismo exagerado, ele criticou a abordagem padrão que muitos músicos de rock adotam: “Aprendem a escala menor ou pentatônica e ficam ali pra sempre. É um beco sem saída.” E não parou por aí: “Baixistas não devem ter ideias; eles devem ser funcionários. Se você é um baixista em uma banda de rock, você é, por definição, um imbecil – porque só está fazendo o que a música exige.”

Apesar das declarações ácidas, Thunes segue ativo na música, integrando o grupo Banned From Utopia, formado por ex-membros da banda de Zappa, e que já chegou a abrir shows para o King Crimson.

Distante do estrelato técnico que domina o universo do baixo atualmente, Thunes mantém sua postura provocadora, sem medo de incomodar: fiel ao seu estilo visceral, direto e nada romântico sobre o papel do baixista no rock. A pergunta que fica: será que ele está mesmo errado?

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