
Sarcófago é anunciado como headliner do Maryland Deathfest 2026: lendário ícone do metal extremo brasileiro pode estar de volta
Festival nos EUA confirma apresentação com o nome e o logo oficiais da banda, reacendendo os rumores sobre um possível retorno
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Redação - SOM DE FITA
7/28/2025




O universo do metal extremo foi sacudido por uma notícia que poucos esperavam: o Sarcófago, um dos nomes mais importantes e polêmicos da história do metal brasileiro, foi confirmado como headliner do Maryland Deathfest 2026, tradicional festival realizado nos Estados Unidos que reúne alguns dos maiores ícones do gênero. O anúncio, que traz o nome da banda em destaque ao lado de nomes como Kreator, Destruction e Grave, já está repercutindo fortemente entre fãs e especialistas, levantando uma pergunta que parecia impossível: será que o Sarcófago está de volta?
Mais do que um simples show, a confirmação traz nuances que sugerem algo maior. O line-up oficial traz o nome “Sarcófago (Brazil) – Performed by Gerald ‘Incubus’ Minelli and The Laws”, e o detalhe que mais chamou atenção: o uso do logo original da banda no pôster oficial do evento. Isso levanta a possibilidade de que não estamos diante apenas de um tributo, mas de um retorno histórico.
A origem de um mito: quando o metal brasileiro desafiou o mundo
Para entender a magnitude desse anúncio, é preciso voltar ao meio da década de 1980, em Belo Horizonte, quando a cidade vivia uma explosão criativa que deu origem a alguns dos nomes mais importantes do metal nacional. Foi nesse contexto que nasceu o Sarcófago, fundado por Wagner Lamounier, ex-integrante do Sepultura, e que rapidamente se destacou por seu visual agressivo e por uma sonoridade que misturava Black, Death e Thrash Metal de maneira inédita.
Em 1986, a banda chamou atenção ao participar do split “Warfare Noise I”, lançado pela Cogumelo Records, ao lado de Chakal, Holocausto e Mutilator. Mas foi em 1987, com o lançamento do revolucionário “I.N.R.I.”, que o Sarcófago entrou para a história. O álbum, repleto de vocais urrados, riffs caóticos, letras anticristãs e uma bateria brutal assinada por D.D. Crazy, tornou-se um marco do Black Metal primitivo, sendo cultuado por músicos e fãs até hoje.
Discografia que mudou paradigmas
Ao longo de sua trajetória, o Sarcófago foi muito além do “I.N.R.I.”. Cada lançamento trouxe mudanças radicais que dividiram opiniões, mas sempre ampliaram seu alcance e consolidaram sua influência mundial. Vaja alguns desses trabalhos:
Rotting (1989)
O segundo disco, “Rotting”, trouxe um som mais coeso e com melhor produção, sem perder o peso característico da banda. As letras ácidas e a capa polêmica – com a imagem de Jesus Cristo em decomposição – provocaram controvérsia, mas também ajudaram a banda a ganhar visibilidade internacional, especialmente na Europa.
The Laws of Scourge (1991)
Em 1991, o Sarcófago surpreendeu novamente com “The Laws of Scourge”, um álbum que representou uma mudança drástica de direção. A sonoridade caótica deu lugar a um Death/Thrash técnico, com vocais mais controlados e letras que exploravam violência urbana, assassinato e depravação, deixando de lado os temas satânicos. Para muitos fãs, este é o disco que mostra o auge da maturidade musical do grupo.
Hate (1994)
Com o avanço da tecnologia e a busca por velocidades extremas, a banda optou por utilizar bateria eletrônica no álbum “Hate”, lançado em 1994. A decisão dividiu opiniões, mas trouxe uma brutalidade ainda maior às composições, consolidando o Sarcófago como uma banda que não temia ousar.
The Worst (1996) e Crust (2000)
O último álbum completo, “The Worst”, lançado em 1996, e o EP “Crust” (2000), marcaram o fim da trajetória do grupo. Mantendo-se fiel ao espírito underground, o Sarcófago nunca buscou fama ou fez concessões comerciais, preferindo encerrar as atividades a comprometer sua essência.
Impacto cultural e legado no metal mundial
O Sarcófago pode até ter encerrado suas atividades no início dos anos 2000, mas sua influência permanece viva. Bandas lendárias como Mayhem e Darkthrone já declararam publicamente sua admiração pelo grupo, e o álbum “I.N.R.I.” é considerado por muitos como um dos pilares do Black Metal global.
A postura anti-mainstream da banda também a tornou um símbolo de resistência dentro do metal. Ao longo dos anos, o Sarcófago recusou turnês internacionais, entrevistas e reuniões, reforçando seu compromisso com a autenticidade artística.
Após o fim da banda, Wagner Lamounier abandonou a música e seguiu carreira acadêmica como professor universitário de economia, enquanto Geraldo “Incubus” Minelli manteve viva a chama do legado ao liderar projetos que revisitam o repertório da banda.
O anúncio que abalou o underground
O grande alvoroço começou quando o Maryland Deathfest 2026 anunciou seu line-up oficial. Para surpresa geral, o Sarcófago foi listado como um dos headliners, com a descrição “Sarcófago (Brazil) – Performed by Gerald ‘Incubus’ Minelli and The Laws”.
O uso do logo original no pôster oficial aumentou as especulações sobre um retorno oficial da banda, ainda que com uma formação diferente.
O canal Além do Metal Clássico analisou o anúncio e levantou hipóteses sobre a natureza dessa reunião. O apresentador e redator do Mundo Metal, Carlos Chaves, afirmou:
“O que vemos aqui não é apenas nostalgia. É um resgate histórico de uma das bandas mais importantes do metal extremo. Se será definitivo ou apenas um evento especial, o tempo dirá.”
O que esperar do Maryland Deathfest 2026?
Ainda não há confirmação se essa apresentação representa uma reunião definitiva ou se será um evento pontual. Mas o simples fato de ver o nome do Sarcófago novamente associado a um grande festival internacional já é histórico.
Para os fãs do metal extremo, essa é a chance de testemunhar um momento único, que pode marcar o início de uma nova fase ou um último e grandioso adeus.
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