Roger Waters enfrenta risco de prisão por apoio à organização banida no Reino Unido

Ex-músico do Pink Floyd se manifestou publicamente a favor da Palestine Action e pode ser enquadrado em lei antiterrorismo britânica, que prevê até 14 anos de detenção

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Redação - SOM DE FITA

7/10/2025

Roger Waters, ex-integrante da icônica banda Pink Floyd, voltou a estampar manchetes por declarações políticas. O artista britânico publicou nas redes sociais um vídeo em que expressa apoio direto à organização Palestine Action — grupo que foi recentemente proibido no Reino Unido sob a Lei de Terrorismo de 2000. A atitude pode gerar sérias consequências legais.

Desde 5 de julho de 2025, qualquer manifestação pública de apoio à Palestine Action é considerada crime no país, podendo resultar em até 14 anos de prisão. A mesma data marcou a prisão de 29 pessoas pela polícia de Londres após protestos na Praça do Parlamento, onde os detidos exibiam cartazes com frases como:

“Eu me oponho ao genocídio, eu apoio a Palestine Action”.

No vídeo divulgado por Waters, ele aparece em seu estúdio segurando um cartaz com a mensagem:

“Roger Waters apoia a Palestine Action. O Parlamento foi corrompido por agentes de uma potência estrangeira genocida! LEVANTE-SE E FAÇA VALER. É AGORA!!!”

A gravação, datada de 5 de julho de 2025, reforça a posição do artista, que ainda declarou:

“Para que conste, eu apoio a Palestine Action”.

Em sua fala, Waters descreveu a organização como “não violenta” e “grande organização”, além de afirmar que ela “não é terrorista de forma alguma”. Ao final do vídeo, ele proclamou:

“Declaro minha independência do Governo do Reino Unido, que acaba de designar a Palestine Action como uma organização terrorista proibida”.

Na legenda do post, o músico fez referência à figura histórica de Spartacus e escreveu um apelo direto ao público:

“Por favor, levantem-se”.

Essa não é a primeira vez que Roger Waters demonstra solidariedade à causa palestina. O artista é conhecido por seu posicionamento crítico em relação à política israelense, especialmente desde que o conflito entre Israel e o Hamas se intensificou em outubro de 2023.

Diversas organizações internacionais — entre elas o Conselho de Direitos Humanos da ONU — acusam Israel de atos genocidas em Gaza. A África do Sul, inclusive, move uma ação contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça. Em contrapartida, o governo israelense nega as acusações e defende que não há intenção genocida.

Apesar da gravidade da nova manifestação de Waters, até o momento, as autoridades britânicas não anunciaram qualquer medida formal contra o músico. Porém, a repercussão nas redes sociais foi imediata. A Campanha Contra o Antissemitismo (CAA), entidade que monitora declarações de cunho antissemita, publicou:

“Nós revisamos esta postagem. A Palestine Action foi proibida. Qualquer um que expresse apoio a ela contrariamente à seção 12 da Lei de Terrorismo de 2000 comete um crime. Estamos prontos para processar os infratores em particular nos casos em que um crime tenha sido cometido e as autoridades não agirem.”

Vale lembrar que, em 2023, Waters já havia enfrentado críticas e chegou a negar publicamente acusações de antissemitismo após declarações em apoio à Palestina.

Com a situação ainda em desenvolvimento, resta saber se as autoridades britânicas irão de fato agir contra o músico ou se a pressão pública será suficiente para forçar algum tipo de resposta oficial. Até lá, o vídeo de Roger Waters continua repercutindo fortemente nos debates políticos e culturais do Reino Unido.

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