QUEEN avalia show imersivo com IA e holograma de Freddie Mercury, diz BRIAN MAY
Guitarrista comenta possibilidade de espetáculo no estilo Abba Voyage e admite que a tecnologia atual pode recriar a formação clássica de maneira inédita
Redação - SOM DE FITA
11/27/2025




A combinação entre legado musical e inovação tecnológica voltou ao centro do debate depois que Brian May, guitarrista do Queen, admitiu publicamente que a banda considera um show imersivo que utilizaria inteligência artificial e hologramas para “reunir” a formação clássica no palco. A possibilidade, que segue os moldes do espetáculo Abba Voyage, chamou atenção não só dos fãs, mas também do mercado do entretenimento, cada vez mais atento a soluções híbridas entre audiovisual, performance e memória histórica.
Ao lado do baterista Roger Taylor, May revelou em entrevista ao The Independent que o grupo está avaliando propostas e referências que vão desde projeções hiper-realistas até ambientes digitais mais amplos, como o The Sphere, em Las Vegas. A ideia, segundo ele, não seria simplesmente replicar imagens antigas de Freddie Mercury e John Deacon, mas criar um espetáculo que reinterprete o Queen de forma contemporânea, com a tecnologia trabalhando como ferramenta de reconstrução artística e não apenas como nostalgia.
Enquanto os fãs discutem possíveis caminhos e limites de uma iniciativa desse tipo, registros recentes envolvendo o nome de Freddie Mercury em 3D e realidade virtual reforçaram rumores sobre um futuro projeto imersivo. Ao mesmo tempo, Roger Taylor mantém uma postura mais cautelosa ao avaliar experiências semelhantes — especialmente após assistir ao Abba Voyage e sair com impressões divididas sobre o resultado visual.
Brian May diz que a tecnologia poderia recriar o Queen como se nascesse hoje
Em sua entrevista, Brian May deixou claro que a proposta não é olhar para o passado de forma estática. Ele afirmou que Freddie Mercury “ainda está vivo através da música que ouvimos o tempo todo”, destacando que o vocalista continua sendo uma presença simbólica forte nas canções. Sobre John Deacon, que se aposentou da vida pública em 1997, May declarou que o baixista “permanece presente de forma semelhante”.
O guitarrista entende que a inteligência artificial não deve ser usada apenas como mecanismo de reprodução, mas como uma ferramenta criativa capaz de reconstruir o Queen em um contexto atual. “Recriar o Queen como se estivesse nascendo hoje” — foi assim que ele descreveu a ideia, reforçando que o projeto não se limitaria a hologramas tradicionais.
May citou o The Sphere, em Las Vegas, como uma das inspirações possíveis. O espaço, que combina projeções 360°, instalações digitais e superfícies visuais monumentais, representa o tipo de imersão que ele imagina para um espetáculo do Queen. A intenção seria oferecer uma experiência sensorial que aproxime o público de um universo visual completamente reconstruído, e não apenas de uma simulação dos integrantes originais.
Para May, a tecnologia já permite níveis de realismo e interação que antes pertenciam apenas à ficção científica. Ainda assim, ele reconhece que qualquer decisão será tomada com extremo cuidado — tanto pelo peso histórico do Queen quanto pela sensibilidade envolvida ao lidar com uma figura como Freddie Mercury.



Brian May diz que a ideia não é congelar o passado e reforça que Freddie Mercury “ainda está vivo através da música”, mantendo presença simbólica forte nas canções — Foto: Reprodução

Registros envolvendo o nome de Freddie em 3D reforçam rumores, mas banda evita confirmações
Parte da empolgação recente surgiu após a empresa responsável pelo catálogo de Freddie Mercury registrar marcas relacionadas ao nome do cantor em 3D, realidade virtual e ambientes digitais. A movimentação, noticiada por diversos veículos internacionais, levantou a possibilidade de produtos, experiências ou até shows que envolvam elementos virtuais da imagem de Freddie.
A coincidência entre esses registros e a fala de Brian May naturalmente ampliou as especulações. Apesar disso, representantes da banda foram categóricos ao afirmar, à época, que não havia “nada a declarar” sobre possíveis projetos envolvendo hologramas ou apresentações imersivas. A resposta não negou totalmente a possibilidade — mas também não confirmou nenhum desenvolvimento concreto.
Esse tipo de cautela é comum em grandes operações de licenciamento ou projetos tecnológicos complexos, principalmente quando o artista envolvido tem uma presença cultural tão marcante. Freddie Mercury continua sendo uma figura central na história da música popular, e qualquer produto que envolva sua imagem passa por diversas etapas legais, éticas e criativas.
Ainda assim, o interesse do público por experiências desse tipo não é pequeno. O Abba Voyage mostrou que há demanda por formatos que combinem memória emocional com tecnologia de ponta, mesmo que divida opiniões sobre autenticidade. Se o Queen decidir avançar em uma direção semelhante, a discussão sobre legado e inovação inevitavelmente virá à tona.
Roger Taylor elogia o Abba Voyage, mas diz que projeções não eram tão convincentes
Enquanto Brian May se mostra entusiasmado com a possibilidade de um show imersivo, Roger Taylor apresenta um olhar mais pragmático. O baterista esteve no Abba Voyage — produção que utiliza “ABBAtars” digitais ultrarrealistas — e contou que saiu do teatro com sensações mistas. Ele explicou que se divertiu muito, mas achou que as projeções “não eram tão convincentes”.
Taylor destacou que, desde o lançamento do espetáculo sueco, a tecnologia avançou rapidamente, abrindo espaço para resultados visualmente mais sólidos e realistas. Para ele, isso poderia ser determinante caso o Queen decida seguir por esse caminho.
Ainda assim, Taylor reforçou o cuidado que a banda tem ao lidar com o legado de Freddie Mercury. Ele afirmou que o vocalista provavelmente ficaria “emocionado” ao ver que o Queen permanece relevante e adaptável décadas depois de sua morte. Mas reconhece que qualquer projeto usando sua imagem precisa ser feito com absoluto respeito — e com a melhor tecnologia possível.
O baterista também entende que o público tem expectativas diferentes quando se trata do Queen, uma banda marcada por performances intensas, teatralidade, espontaneidade e uma presença de palco que foi, durante muitos anos, inseparável da energia física de Freddie.
Com isso, as declarações de Taylor funcionam como um contraponto importante à empolgação de May, equilibrando entusiasmo e responsabilidade em torno de uma ideia que, se se concretizar, certamente será uma das mais comentadas do mundo do entretenimento digital.
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