O Procon-SP notificou a empresa Eventim, responsável pela venda de ingressos do show da banda My Chemical Romance, após o recebimento de mais de 500 reclamações de consumidores. As queixas foram motivadas pela inclusão de uma nova tarifa chamada “taxa de processamento”, além das taxas tradicionais de serviço e administrativas, durante a compra dos bilhetes.

O show está marcado para acontecer no dia 5 de fevereiro de 2026, no Allianz Parque, em São Paulo, e os ingressos começaram a ser vendidos recentemente. Segundo relatos de consumidores, a nova cobrança adicionou um custo significativo ao valor total, chegando, em alguns casos, a elevar o preço final em quase 30%.

Taxas em debate

Ao adquirir ingressos na plataforma Eventim, os usuários se deparam com três tipos principais de cobranças adicionais: a taxa de serviço (referente à prestação da plataforma), a taxa administrativa (relacionada à administração do local do evento) e, mais recentemente, a taxa de processamento.

Essa nova taxa, que varia conforme o valor do ingresso, foi apontada como excessiva por alguns consumidores. Em um dos exemplos apresentados, um ingresso de R$ 895 teve acréscimos de R$ 195,11 (taxa de serviço), R$ 21 (taxa administrativa) e R$ 33,33 (taxa de processamento), resultando em um valor total de R$ 1.144,44 — um aumento de aproximadamente 27,8%.

Posicionamento do Procon-SP

O Procon-SP afirmou que as taxas cobradas pelos fornecedores de serviços só são permitidas quando correspondem a atividades efetivamente prestadas ao consumidor. Além disso, o órgão ressaltou que a informação sobre o valor total dos ingressos deve ser apresentada de maneira clara e objetiva desde o início do processo de compra, evitando surpresas ao final da transação.

Diante das denúncias, o Procon-SP emitiu uma notificação formal à Eventim, com prazo de 48 horas úteis para que a empresa envie esclarecimentos sobre a natureza e a finalidade da nova taxa de processamento.

Justificativa da Eventim

Em seu site, a Eventim esclarece que a taxa de processamento refere-se a despesas relacionadas à operação dos sistemas de pagamento. Entre os serviços cobertos, estão a autorização de pagamentos, a segurança das informações financeiras, a transferência dos valores para o promotor do evento e outras atividades administrativas ligadas à finalização da compra.

Até o momento, o Procon-SP aguarda a resposta formal da empresa dentro do prazo estipulado. Dependendo da análise do órgão, medidas adicionais poderão ser adotadas para garantir os direitos dos consumidores.

O episódio reacende o debate sobre a transparência na comercialização de ingressos para eventos culturais e a legalidade de taxas adicionais. O posicionamento do Procon-SP pode influenciar futuras decisões sobre esse tipo de prática no setor de entretenimento. O desfecho do caso dependerá da análise dos documentos que serão apresentados pela Eventim nos próximos dias.

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