Paul Mario Day, primeiro vocalista do Iron Maiden, morre aos 69 anos

Cantor inglês também passou por More, Wildfire e Sweet; ele lutava contra um câncer não especificado e faleceu em casa, na Austrália

NOTÍCIAS

Redação - SOM DE FITA

7/30/2025

O rock perdeu nesta semana um de seus nomes históricos. Paul Mario Day, primeiro vocalista do Iron Maiden, morreu aos 69 anos. O cantor inglês, nascido em Londres, ficou marcado por ter dado voz à banda em seus primeiros passos ainda no cenário underground britânico. Além da Donzela de Ferro, Day também integrou as bandas More, Wildfire e Sweet, construindo uma trajetória que, mesmo longe dos holofotes do mainstream, deixou sua marca no heavy metal e no hard rock.

A notícia foi confirmada por Andy Scott, guitarrista do Sweet, que fez uma homenagem emocionada nas redes sociais. “Paul Mario Day, descanse em paz. Em 1985, Mick Tucker e eu montamos a primeira nova formação do Sweet após o hiato da banda original. Precisávamos de um vocalista e, quando Paul chegou para a audição, não procuramos mais. Nossos primeiros shows foram na Austrália, com ingressos esgotados, o que era um bom presságio para o futuro. A Europa seguiu o exemplo e três noites esgotadas no Marquee, em Londres, produziram um álbum ao vivo, um vídeo e um DVD. ‘Live at the Marquee’ alcançou sucesso em várias paradas ao redor do mundo e a performance vocal de Paul resistiu ao teste do tempo. PMD foi o vocalista original do Iron Maiden e teve uma passagem pela banda More antes de se juntar ao Sweet. Ele faleceu em paz em sua casa na Austrália. Minhas mais profundas condolências à sua esposa Cecily, família e amigos. Um dia triste para todos os fãs do Sweet”, escreveu.

Embora a causa da morte não tenha sido divulgada, sabe-se que Paul enfrentava um câncer não especificado. Em maio deste ano, o pub Cart & Horses — famoso por ter sido palco dos primeiros shows do Iron Maiden — revelou que o cantor tinha apenas algumas semanas de vida, deixando fãs apreensivos.

O início do Iron Maiden e o papel de Paul Mario Day

Quando o Iron Maiden surgiu em 1975, idealizado por Steve Harris, Paul Mario Day foi o primeiro escolhido para assumir os vocais. Essa fase inicial, ainda distante do sucesso estrondoso que a banda alcançaria anos depois, foi fundamental para definir a identidade sonora do grupo. Paul participou dos primeiros ensaios e apresentações, contribuindo para consolidar a sonoridade embrionária que combinava elementos do hard rock britânico com influências do movimento NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal).

No entanto, sua passagem foi breve. Em 1976, ele deixou o posto por “não ser um frontman experiente”, como declarou posteriormente. Foi substituído por Dennis Wilcock e, mais tarde, por Paul Di’Anno, que gravaria os dois primeiros álbuns clássicos da banda — “Iron Maiden” (1980) e “Killers” (1981). Mesmo com o pouco tempo à frente da Donzela de Ferro, Day se tornou parte indissociável da história do grupo, especialmente pela disputa judicial envolvendo créditos da música “Strange World” e por ter reencontrado Steve Harris em 2019, em um momento que emocionou fãs antigos.

Carreira após a Donzela de Ferro

Após deixar o Iron Maiden, Paul Mario Day seguiu explorando novas possibilidades no rock. Ele se juntou ao More, banda que ganhou notoriedade no início dos anos 1980. Com eles, Day tocou no histórico festival Donington Monsters of Rock, em 1981, e gravou três álbuns de estúdio, ajudando a solidificar o nome do grupo entre os fãs de heavy metal.

Em seguida, teve uma breve passagem pelo Wildfire antes de se juntar ao Sweet, banda que havia sido reformulada por Andy Scott e Mick Tucker em 1985. Essa parceria rendeu apresentações marcantes, como três noites esgotadas no lendário Marquee Club, em Londres, e a gravação do álbum ao vivo “Live at the Marquee” (1986), que alcançou reconhecimento em vários países. Paul permaneceu no grupo até 1989, período que marcou sua fase mais estável como frontman.

Nova vida na Austrália e legado

Três anos antes de deixar o Sweet, Paul Mario Day havia se mudado para a Austrália, onde construiu uma nova vida e continuou participando de projetos musicais locais. Mesmo longe dos grandes palcos internacionais, ele manteve contato com fãs e participou de eventos que celebravam as origens do Iron Maiden.

Para muitos admiradores, sua importância vai além da música gravada. Paul representa a fase de fundação do Iron Maiden — um período em que o sonho ainda estava sendo lapidado. Seu nome continua lembrado com respeito por fãs que valorizam os primórdios da banda e por aqueles que acompanham a cena hard rock com atenção aos músicos que ajudaram a moldá-la.

O falecimento de Paul Mario Day marca o fim de um capítulo da história do heavy metal, mas seu legado permanece vivo. Fãs do Iron Maiden e das bandas que ele integrou continuarão celebrando sua contribuição para o gênero.

mais notícias: