
Oasis em Manchester: Shows Históricos Ajudam a Financiar Casas de Música Independente
Receita dos Concertos em Heaton Park Será Revertida para Pequenos Espaços Musicais
Redação - SOM DE FITA
8/4/2025




Manchester acaba de presenciar um dos maiores eventos musicais da sua história: os cinco shows esgotados do Oasis em Heaton Park, que atraíram mais de 300 mil fãs. Mas o legado desses concertos vai muito além das performances no palco. Parte da receita gerada — cerca de £245 mil (R$ 1,8 milhão) — será destinada a um fundo que apoia casas de show independentes na cidade, uma iniciativa que promete fortalecer a cena musical local.
A medida, liderada pela prefeitura em parceria com a Music Venue Trust, busca garantir que os pequenos espaços que servem de berço para novos talentos continuem operando. Afinal, foi nesses locais que bandas lendárias como The Smiths, Joy Division, Stone Roses e o próprio Oasis deram seus primeiros passos.
Manchester: Uma Cidade que Vive e Respira Música
A temporada de shows em Manchester tem sido movimentada, com mais de 1,3 milhão de turistas atraídos por nomes como Billie Eilish, Olivia Rodrigo, Robbie Williams e Fontaines DC. Mas, enquanto os grandes eventos dominam os holofotes, são os espaços menores que mantêm a cultura musical pulsante.
Bev Craig, líder do conselho municipal, destacou a importância desses locais: "Sabemos que os grandes shows dominam as manchetes, mas eles só existem porque há um ecossistema mais amplo por trás, com locais menores que dão suporte e espaço para o desenvolvimento dos artistas."
A iniciativa reflete um esforço para equilibrar o sucesso dos megaeventos com o apoio necessário à base da pirâmide musical. Afinal, sem esses pequenos palcos, muitos artistas nunca teriam a chance de se desenvolver e, eventualmente, alcançar os estádios.
O Papel da Music Venue Trust e a Reação da Cena Local
A Music Venue Trust, organização responsável por administrar o fundo, tem sido uma das principais vozes na defesa de espaços musicais independentes. Jay Taylor, coordenador da instituição, celebrou a decisão da prefeitura: "É inspirador ver Manchester reconhecendo que sua rica cena musical depende desses locais menores."
A verba será utilizada para melhorias estruturais, apoio a programações e manutenção desses espaços, que muitas vezes operam com margens apertadas. Em um momento em que muitos pequenos clubes enfrentam dificuldades financeiras, a iniciativa surge como um alívio para quem mantém viva a diversidade musical da cidade.
O Legado do Oasis e o Futuro da Música em Manchester
O retorno triunfal do Oasis a Manchester não foi apenas uma celebração do passado, mas também um investimento no futuro. A banda, que começou sua jornada em pubs e casas de show modestas, agora ajuda a garantir que novas gerações tenham as mesmas oportunidades.
Enquanto os fãs reviviam clássicos como "Wonderwall" e "Don’t Look Back in Anger", nos bastidores, uma parte desse sucesso estava sendo canalizada para algo ainda maior: a preservação da essência musical da cidade.
Por Que Isso Importa?
Em uma era dominada por festivais gigantes e turnês milionárias, é fácil esquecer que a música começa em lugares pequenos. São nesses espaços que bandas experimentam, erram, evoluem e conquistam seu público. Sem eles, a indústria musical perde sua diversidade e vitalidade.
Manchester, conhecida como um dos berços do rock britânico, entende essa dinâmica melhor do que ninguém. Ao direcionar parte dos lucros dos shows do Oasis para a base, a cidade não apenas honra seu passado, mas também planta as sementes para o próximo grande fenômeno musical.
Conclusão: Um Modelo a Ser Seguido?
A iniciativa de Manchester pode servir de inspiração para outras cidades que desejam equilibrar o crescimento da indústria musical com o apoio aos pequenos espaços. Afinal, grandes bandas não nascem em estádios — elas surgem em pubs, clubes e casas de show que apostam em talentos desconhecidos.
Enquanto o mundo celebra o retorno do Oasis, Manchester mostra que o verdadeiro legado de um show vai muito além da noite em que ele acontece. E, quem sabe, daqui a alguns anos, uma nova banda surgirá nesses palcos ajudados pelo fundo — talvez, a próxima lenda do rock.
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