“O ÚLTIMO AZUL”: Filme Brasileiro Vencedor do URSO DE PRATA em Berlim, Chega às Telonas em Lançamento Nacional

Longa de Gabriel Mascaro estreia nesta quinta-feira em mais de 150 salas do país e já desperta expectativa entre crítica e público

Redação - SOM DE FITA

8/28/2025

O cinema brasileiro vive mais um momento de destaque no cenário internacional e nacional. Depois de conquistar o Urso de Prata no Festival de Berlim, o longa “O Último Azul”, dirigido por Gabriel Mascaro, chega às salas de cinema de todo o Brasil nesta quinta-feira, 28 de agosto. A produção promete emocionar o público ao contar a história de uma idosa que se recusa a aceitar um destino imposto pelo governo, levantando reflexões sobre envelhecimento, liberdade e resistência.

O filme será exibido em mais de 155 salas, distribuídas em 71 cidades brasileiras, abrangendo todas as regiões do país. A estreia coincide com a Semana do Cinema, campanha nacional criada pelo setor exibidor para incentivar a volta do público às salas. Os ingressos promocionais a R$ 10 estarão disponíveis até o dia 3 de setembro, o que deve contribuir para atrair ainda mais espectadores curiosos sobre a nova obra do diretor de “Boi Neon” (2015) e “Divino Amor” (2019).

Um Lançamento Nacional que Valoriza a Produção Brasileira

A amplitude do lançamento de “O Último Azul” mostra a confiança do setor na força da obra de Gabriel Mascaro. O longa chega a capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Manaus e Porto Alegre, mas também alcança cidades médias e pequenas, como Caicó (RN), Afogados da Ingazeira (PE) e Lucas do Rio Verde (MT).

Esse movimento fortalece a descentralização da exibição cinematográfica e demonstra a preocupação em levar produções brasileiras premiadas a públicos que, muitas vezes, ficam restritos a blockbusters internacionais. A expectativa é de que novas cidades passem a receber sessões do filme nas próximas semanas, ampliando ainda mais seu alcance.

Além da força cultural, o momento também é estratégico. A Semana do Cinema já se consolidou como uma ação eficaz para atrair pessoas às salas, especialmente em um período de retomada do hábito de ir ao cinema após os anos mais duros da pandemia. Para muitos, a possibilidade de assistir a um longa premiado em Berlim a preço acessível é um incentivo a mais para sair de casa e viver a experiência coletiva da sala escura.

A Trama de Resistência e Afeto em “O Último Azul”

A narrativa se concentra em Tereza (Denise Weinberg), uma mulher de 77 anos que vive em uma cidade industrializada na Amazônia. A personagem recebe um chamado oficial do governo para ser transferida a uma colônia habitacional compulsória destinada a idosos, sob o argumento de que eles devem “desfrutar” de seus últimos anos, permitindo que a juventude mantenha a produção sem se preocupar com os mais velhos.

A recusa de Tereza em aceitar esse destino desencadeia sua jornada. Antes do exílio forçado, ela embarca em uma viagem pelos rios amazônicos em busca de realizar um último desejo. Essa travessia é marcada por encontros, memórias e desafios que podem mudar sua trajetória para sempre.

Além da presença marcante de Denise Weinberg, o elenco conta com Rodrigo Santoro, que volta a trabalhar em uma produção brasileira de grande destaque. A participação de Santoro reforça o peso artístico do longa, ao lado de um roteiro que equilibra reflexão social e emoção pessoal.

A Visão de Gabriel Mascaro e a Relevância do Filme

O diretor Gabriel Mascaro já vinha chamando atenção com filmes que misturam crítica social e estética marcante. “Boi Neon” recebeu prêmios importantes em festivais internacionais, enquanto “Divino Amor” provocou discussões sobre religião, política e corpo no Brasil contemporâneo. Com “O Último Azul”, ele retorna ainda mais amadurecido, explorando temas universais como envelhecimento e liberdade em um contexto profundamente brasileiro.

O roteiro foi escrito pelo próprio Mascaro em parceria com Tibério Azul, além da colaboração de Murilo Hauser e Heitor Lorega, responsáveis pelo sucesso “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar. Esse conjunto de nomes reforça a densidade da obra e a qualidade narrativa que já vem sendo reconhecida pela crítica.

Em entrevistas, Mascaro ressaltou que o filme busca provocar reflexões sobre como as sociedades lidam com a velhice e o valor atribuído às vidas em diferentes estágios. Ao utilizar a Amazônia como cenário, o diretor também conecta a trama a uma paisagem simbólica, rica em metáforas e carregada de significados culturais e ambientais.

Conclusão

“O Último Azul” chega aos cinemas brasileiros não apenas como mais uma estreia, mas como um marco de reconhecimento internacional para o cinema nacional. O longa une a força da atuação de Denise Weinberg, a presença de Rodrigo Santoro e a sensibilidade de Gabriel Mascaro para construir uma obra que promete emocionar e provocar debates.

A oportunidade de assistir ao filme com ingressos a preços acessíveis durante a Semana do Cinema reforça ainda mais o convite ao público: prestigiar uma produção brasileira premiada, vivenciar a experiência coletiva do cinema e refletir sobre os temas universais que a obra coloca em pauta.

‘O Último Azul’ ganha Urso de Prata no Festival de Berlim. (Foto: Ronny HARTMANN / POOL / AFP)

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