No Eixo do Rock: documentário registra energia do FEST ROCK BRASÍLIA e revela trajetória das bandas do DF
Produção mostra bastidores, estúdios, shows e depoimentos de artistas em uma narrativa que conecta sonho, resistência e a força da cena independente
Redação - SOM DE FITA
11/18/2025




Depois de movimentar o Eixo Cultural Ibero-Americano no início de outubro, o Fest Rock Brasília agora se prepara para ganhar as telas. O festival — que reuniu 16 bandas selecionadas entre quase 300 inscrições — será apresentado no documentário “No Eixo do Rock”, com exibição gratuita no dia 25 de novembro, às 19h, no Galpão 17, em Brasília.
Com um recorte que busca ir além das performances ao vivo, o filme de 30 minutos dirigido por Fernando Toledo, do Capital na Tela, mergulha nos bastidores, nos ambientes de criação e nos espaços culturais que moldam a identidade da música autoral do Distrito Federal. A produção costura depoimentos, cenas de ensaio e imagens de palco para formar um registro amplo da segunda edição do Fest Rock — realizada nos dias 4 e 5 de outubro — e do próprio movimento de resistência que mantém vivo o rock produzido na capital.
O documentário e sua proposta: registrar, conectar e preservar memórias
“No Eixo do Rock” se apresenta como uma espécie de espinha dorsal do Fest Rock Brasília — um registro pensado não apenas para documentar, mas também para valorizar a produção artística local. O filme circula por estúdios, garagens, bares, lojas e pontos espalhados pelo Distrito Federal, aproximando público e artistas ao mostrar realidades, rotinas e histórias distintas que convergem na mesma paixão pelo rock autoral.
A iniciativa surge de uma parceria entre o Instituto Latinoamerica e a Capital do Rock Produções, com apoio direto de Toledo, que já acumula trabalhos voltados ao audiovisual e à cultura brasiliense. Para Atanagildo Brandolt, presidente do Instituto, registrar o festival é parte essencial da missão do projeto.
Ele explica: “O documentário surge com o intuito de registrar o evento e seus participantes e também com o propósito de estimular a qualidade das apresentações, uma vez que, com o registro, ficarão para sempre gravadas as manifestações, gestos e estilos”.
Brandolt destaca ainda que o convite para Toledo nasceu de uma relação profissional consolidada: “O convite ao Fernando veio por meio de outras parcerias que temos com ele, um profissional com larga experiência na área de cinema e produção artística”.
A partir dessa perspectiva, o filme assume um papel que vai além da simples documentação: ele funciona como arquivo, incentivo e vitrine para uma cena que frequentemente se sustenta — e resiste — por esforço próprio.
A metáfora da guitarra e a construção dos sonhos
A sequência de abertura do documentário dá o tom da proposta narrativa. A câmera desliza pelo corpo de uma guitarra elétrica, sobe pelo braço e, de forma simbólica, transforma as cordas em avenidas do Eixo Monumental — uma ponte visual entre a estética do rock e a geografia de Brasília.
Segundo Toledo, essa escolha surgiu logo no início do processo criativo: “Quando recebi o convite do Atanagildo pensei logo no que seria o fio condutor capaz de unir tantas histórias diferentes. Ao estudar sobre estas bandas eu percebi que todas têm em comum a construção do sonho de fazer rock autoral na capital do país.”
A partir dessa percepção, o diretor decidiu estabelecer um paralelo entre a montagem do palco e a construção desses sonhos: “Então, decidi fazer um paralelo da construção do palco do festival com a construção dos sonhos dos artistas, até que as duas 'construções' se encontram no momento em que a primeira banda sobe ao palco para abrir o festival.”




A metáfora reforça a ideia central do documentário: a noção de que o rock independente em Brasília não é apenas uma prática artística, mas uma forma de expressão que carrega identidade, esforço coletivo e desejo de permanência.
Toledo também destaca uma dimensão geográfica importante: cada região administrativa visitada representa um universo cultural próprio. “Ao circular pelas regiões administrativas foi muito bacana perceber a riqueza criativa que existe no DF. Cada RA é um caldeirão cultural próprio, com linguagens, referências e formas de expressão muito particulares.”
Segundo ele, registrar essa pulsação é uma forma de reafirmar o valor da produção local:
“Documentar isso é confirmar o quanto o DF pulsa e vive fora do Plano Piloto. Tudo isso merece ser visto, valorizado, vivenciado e incentivado, tanto pelo poder público quanto por todos os que vivem em Brasília e no entorno.”
A segunda edição do Fest Rock Brasília e a força do rock autoral do DF
Realizado nos dias 4 e 5 de outubro, no Eixo Cultural Ibero-Americano, o Fest Rock Brasília consolidou sua posição como espaço para bandas independentes mostrarem suas criações para um público diverso. Ao todo, 295 projetos enviaram material para a curadoria, formada por produtores, jornalistas, radialistas e outros profissionais da área. Desses, 16 bandas foram selecionadas:
Arandu Arakuaa
ARD
As Verdades de Anabela
Cassino Supernova
Cianuretto
Daniela Firme
Mandalla
Mota
Murderess
Passo Largo
Ralé Xique
Quinta Essência
Signo 13
Suíte Super Luxo
Terror Revolucionário
Ypu
Para Táta Calcanti, da Capital do Rock Produções, o movimento registrado no documentário reforça um ponto essencial sobre a cena musical brasiliense: “O Fest Rock Brasília faz parte do movimento de resistência do rock autoral do DF. E esse registro leva essa história de resistência a fazer parte de um acervo de memórias da cultura da cidade e conta um pouco da trajetória de cada artista.”
A fala reforça o papel do festival como plataforma de visibilidade, mas também de continuidade — um espaço em que bandas independentes podem se encontrar, trocar experiências e fortalecer a cena local.
SERVIÇO – Exibição do documentário “No Eixo do Rock”
Data: 25 de novembro
Horário: a partir das 19h
Local: Galpão 17 – SMAS Área Especial G, Conjunto A, Lotes 16 e 17
Entrada: franca
Classificação: livre
Realização: Instituto Latinoamerica e Capital do Rock Produções
Mais informações: @festrockbrasilia
LEIA TAMBÉM:
Notícias, resenhas e cultura underground em destaque.
© 2025. Todos os direitos reservados.
Música, atitude e resistência em alta rotação.
Rebobinando o furdunço, Dando o play no Fuzuê.
Siga a gente nas redes sociais


