“NO EIXO DO ROCK”: Documentário do Fest Rock Brasília ganha exibição gratuita nesta terça
Produção registra bastidores, trajetórias e o espírito do rock autoral do DF
Redação - SOM DE FITA
11/24/2025




O rock autoral brasiliense volta aos holofotes — desta vez, nas telas. O documentário “No Eixo do Rock”, que registra os bastidores da segunda edição do Fest Rock Brasília, será exibido nesta terça-feira (25), às 19h, no Galpão 17, com entrada gratuita e classificação livre. A produção reúne depoimentos, cenas de estúdio, momentos de preparo e detalhes que normalmente passam longe do olhar do público, apresentando não só o festival, mas também um recorte da cena independente do Distrito Federal.
Com direção e roteiro de Fernando Toledo, o filme de 30 minutos expande o significado do evento além dos palcos. Mais do que um registro técnico, funciona como uma peça de memória cultural, dando visibilidade a artistas que constroem, muitas vezes com recursos mínimos, um cenário rico, diverso e resistente. Para um festival que recebeu 295 bandas inscritas, sendo apenas 16 selecionadas, o documentário se torna uma oportunidade de eternizar histórias que se cruzam no esforço de manter vivo um rock genuinamente local.
A produção chega embalada pelo sucesso da edição realizada em outubro no Eixo Cultural Ibero-Americano, espaço que vem se consolidando como uma arena de circulação da música independente. O filme mostra que o Fest Rock não é apenas um encontro de bandas: é uma vitrine de ideias, estéticas, narrativas e modos de fazer música que refletem a pluralidade das regiões administrativas do DF.
O bastidor como memória: o que o documentário registra
Parte do impacto do filme está na forma como Toledo aborda a construção do festival e dos próprios artistas. Ele percorre garagens, estúdios, bares e lojas, captando um ambiente onde cada detalhe diz algo sobre a formação cultural de Brasília. Além das cenas de show, o documentário dá espaço para conversas espontâneas com integrantes das bandas e profissionais da produção.
Segundo Atanagildo Brandolt, presidente do Instituto Latinoamerica, o intuito da obra vai além do simples registro:
“O documentário surge com o intuito de registrar o evento e seus participantes e também com o propósito de estimular a qualidade das apresentações, uma vez que, com o registro, ficarão para sempre gravadas as manifestações, gestos e estilos”, explica.
Ele ainda relata por que escolheu Toledo para conduzir o projeto:
“O convite ao Fernando veio por meio de outras parcerias que temos com ele, um profissional com larga experiência na área de cinema e produção artística”.
Ao longo dos 30 minutos, o filme apresenta uma narrativa que conecta o cenário urbano de Brasília às trajetórias das bandas, criando paralelos entre o sonho de subir ao palco e o cotidiano nas cidades-satélites. A proposta é menos documental e mais sensorial: entender não só o que as bandas fazem, mas de onde elas vêm.
Um recorte da resistência do rock autoral do DF
Além de apresentar diferentes estéticas, o documentário reforça a importância de se preservar a história do rock autoral brasiliense. Para muitos dos envolvidos, a obra funciona como um marco simbólico, reunindo gerações e consolidando um acervo que ainda carece de registros mais amplos.
Para Táta Calcanti, da Capital do Rock Produções, o impacto da iniciativa ultrapassa os limites do próprio festival:
“O Fest Rock Brasília faz parte do movimento de resistência do rock autoral do DF. E esse registro leva essa história de resistência a fazer parte de um acervo de memórias da cultura da cidade e conta um pouco da trajetória de cada artista.”
O filme costura essas narrativas e evidencia que a cena do DF é mais ampla do que se costuma imaginar. Não se trata apenas de bandas isoladas tentando espaço, mas de uma rede contínua de produtores, músicos, fotógrafos e apoiadores que mantêm acesa a chama de uma cena historicamente relevante para o país.








Toledo destaca que cada região administrativa visitada oferecia uma surpresa diferente — um sotaque, uma estética, uma referência, uma sonoridade. “Ao circular pelas regiões administrativas foi muito bacana perceber a riqueza criativa que existe no DF. Cada RA é um caldeirão cultural próprio, com linguagens, referências e formas de expressão muito particulares”, afirma. Ele reforça a força dessa diversidade ao dizer: “Documentar isso é confirmar o quanto o DF pulsa e vive fora do Plano Piloto. Tudo isso merece ser visto, valorizado, vivenciado e incentivado, tanto pelo poder público quanto por todos os que vivem em Brasília e no entorno.”
O fio condutor do filme e a estética que guia a narrativa
Logo na abertura, “No Eixo do Rock” deixa claro que pretende unir forma e conteúdo. A câmera percorre o corpo de uma guitarra elétrica, avança pelo braço do instrumento e, num corte simbólico, transforma as cordas em avenidas do Eixo Monumental. É uma metáfora da própria cidade: um lugar onde a arte cruza arquitetura, música e movimento.
Toledo explica que pensou desde o início em algo que representasse o elo entre histórias tão distintas. “Quando recebi o convite do Atanagildo pensei logo no que seria o fio condutor capaz de unir tantas histórias diferentes. Ao estudar sobre estas bandas eu percebi que todas têm em comum a construção do sonho de fazer rock autoral na capital do país. Então, decidi fazer um paralelo da construção do palco do festival com a construção dos sonhos dos artistas”, detalha.
Essa abordagem acaba aproximando o espectador dos músicos, mostrando que, apesar das diferenças, todos compartilham um objetivo comum: manter vivo um tipo de rock que não depende de fórmulas prontas, nem de cenários consolidados.
O filme também destaca a convivência das 16 bandas selecionadas na edição de outubro: Arandu Arakuaa, ARD, As Verdades de Anabela, Cassino Supernova, Cianuretto, Daniela Firme, Mandalla, Mota, Murderess, Passo Largo, Ralé Xique, Quinta Essência, Signo 13, Suíte Super Luxo, Terror Revolucionário e Ypu. A seleção foi feita por uma curadoria formada por produtores, jornalistas, radialistas e formadores de opinião do DF.
Conclusão: um registro necessário para uma cena que segue pulsando
A exibição de “No Eixo do Rock” chega como um gesto de valorização da música independente e da memória cultural do Distrito Federal. Não é sobre glamour ou sobre grandes estruturas — é sobre registrar o que existe de mais genuíno no fazer musical local: esforço coletivo, persistência e identidade. Em um momento em que o audiovisual se tornou ferramenta fundamental para manter viva a história de movimentos artísticos, o filme se apresenta como um documento de referência para quem acompanha ou deseja entender o rock brasiliense.
SERVIÇO – Exibição do documentário “No Eixo do Rock”
📅 25 de novembro (terça-feira), a partir das 19h
📍 Galpão 17 — SMAS Área Especial G, Conjunto A, Lotes 16 e 17
🎟 Entrada franca
🔞 Classificação: livre
🎬 Realização: Instituto Latinoamerica e Capital do Rock Produções
📲 Mais informações: instagram.com/festrockbrasilia
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