Mukeka Di Rato celebra três décadas com álbum afiado: “Generais de Fralda”

Disco marca os 30 anos da banda capixaba com hardcore direto, agressivo e críticas afiadas

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Redação - SOM DE FITA

5/21/2025

O Mukeka Di Rato, uma das bandas mais emblemáticas do hardcore brasileiro, acaba de lançar “Generais de Fralda”, seu mais novo álbum de estúdio. O lançamento chega em um momento especial: a celebração dos 30 anos de trajetória do grupo, que se consolidou ao longo das últimas três décadas como uma voz importante na música extrema nacional, marcada por letras provocativas, humor ácido e um compromisso inabalável com a crítica social.

Mantendo a essência que os colocou entre os grandes nomes do gênero, o quarteto capixaba — formado por Fepas (vocal e guitarra), Brek (bateria), Mozine (baixo e vocal) e Paulista (guitarra e vocal) — entrega neste trabalho 13 faixas cruas e diretas, com o peso, a velocidade e a agressividade que sempre caracterizaram a banda. O álbum foi gravado no Estúdio Tambor, no Rio de Janeiro, com produção de Rafael Ramos, nome conhecido por trabalhos com diversos artistas do rock e da música alternativa brasileira.

“Generais de Fralda” não economiza na acidez. A começar pelo próprio título, que ironiza figuras de poder e autoridades militarizadas, o disco é um reflexo mordaz dos tempos atuais, mirando críticas certeiras a temas como autoritarismo, hipocrisia social, violência e alienação. A proposta estética continua sendo a de um hardcore visceral, sem concessões, que comunica tanto pela fúria dos instrumentos quanto pelas letras afiadas.

Entre as faixas, alguns destaques chamam atenção pela força das mensagens. A música “Se Droga Brasil” faz uma crítica direta ao excesso de medicalização, um problema crescente em diversas camadas da sociedade. O instrumental, veloz e agressivo, carrega influências evidentes da banda norte-americana DFL, referência no hardcore old school.

Outra composição impactante é “Criança Morta”, inspirada no genocídio do povo palestino “e outras cenas de atentados contra crianças”, segundo declarou a própria banda. A canção é um grito de indignação frente aos horrores cotidianos transmitidos pela mídia, mas que muitas vezes são normalizados ou esquecidos rapidamente pelo público.

O álbum, como de costume, está sendo lançado de forma independente e já pode ser ouvido em todas as plataformas digitais. Com “Generais de Fralda”, o Mukeka Di Rato reafirma sua relevância não só na cena hardcore, mas também no panorama mais amplo da música brasileira, mantendo a postura combativa que sempre os distinguiu.

Três décadas depois de seu início, a banda segue em plena forma, fiel às raízes do punk e hardcore, e mais uma vez mostrando que música também é resistência, contestação e expressão política. Para os fãs de longa data, o álbum é um presente; para os novos ouvintes, um convite para conhecer uma das carreiras mais autênticas e longevas do hardcore nacional.

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