O encontro entre a música e a luta social vai ganhar um palco especial em São Paulo. No dia 13 de novembro de 2025, o Massive Attack e os irmãos Max e Iggor Cavalera, co-fundadores do Sepultura, se apresentam juntos no evento “A Resposta Somos Nós”, em apoio às comunidades indígenas da Amazônia e às organizações que compõem o G9, grupo formado por representantes de nove países da região amazônica. A apresentação, organizada pela produtora 30e, acontece no Espaço Unimed e promete ser um dos momentos mais marcantes do calendário musical e político do ano.

A proposta vai muito além de um show. A parceria busca dar visibilidade às demandas urgentes dos povos indígenas em relação à justiça climática, ao reconhecimento de suas lideranças e à proteção imediata das terras que historicamente ocupam. O espetáculo acontece em um contexto especial: a preparação para a COP 30, cúpula climática global que será realizada em Belém, no Pará, reunindo líderes mundiais, corporações e ativistas ambientais.

Música e ativismo de mãos dadas

O Massive Attack, referência mundial da música eletrônica e do trip hop, chega ao Brasil trazendo não apenas seus sons marcantes, mas também um histórico de engajamento em causas sociais e ambientais. O grupo britânico se une à força dos Cavalera, expoentes do metal que sempre utilizaram a música como canal de protesto e expressão política.

“É uma honra para nós colaborar com Iggor e Max em apoio à extraordinária integridade e ao papel vital dos povos indígenas do Brasil e de toda a região amazônica. Isso é mais do que uma simples troca de palavras. É uma oportunidade de ouvir o conhecimento, a autoridade moral e a sabedoria das alianças indígenas e ajudar a garantir que sejam ouvidas nas salas de negociação da COP30. Nunca precisamos tanto da presença deles nesse espaço político distorcido quanto agora”, afirmou Robert Del Naja (3D), integrante do Massive Attack ao lado de Grant “Daddy G”.

O show em São Paulo será construído em diálogo com representantes indígenas, que participarão tanto no palco quanto nas ações paralelas de mobilização. A ideia é usar a música como ferramenta de transformação e de eco às vozes que muitas vezes são silenciadas em espaços políticos globais.

A voz dos povos indígenas no centro do palco

Um dos momentos mais aguardados do espetáculo é a presença direta de lideranças e representantes indígenas, que darão força e autenticidade ao evento. Em comunicado, movimentos como COIAB, APIB e G9 destacaram a importância dessa participação.

“Nós, povos indígenas, subiremos ao palco como quem acende um fogo antigo no coração da noite. Ao lado de Massive Attack e Cavalera, transformaremos o som em levante. Nossas vozes – vivas, ancestrais, indomáveis – vão rasgar o ar, atravessar fronteiras e unir povos, da Amazônia ao Pacífico. Somos raiz que resiste, futuro que insiste. Nunca deixamos de estar aqui. Viemos lembrar que a Terra tem memória. E, por nós, ela pede: o desmonte da máquina que a devora. A resposta já está entre nós – ela brota do chão que pisamos coletivamente. A Resposta Somos Nós. Todos nós. Avançaremos”, afirmaram as lideranças em nota conjunta.

A mensagem deixa claro que o espetáculo não é apenas entretenimento, mas sim uma plataforma para fortalecer uma luta que é global. A conexão entre arte e política pretende ampliar o alcance do debate sobre a preservação ambiental, a resistência dos povos originários e os rumos das negociações climáticas.

Cavalera e a energia do metal em uma causa coletiva

Max e Iggor Cavalera, nomes fundamentais para o metal brasileiro e internacional, reforçaram sua motivação em participar desse encontro. Os irmãos, que já dividiram palcos ao redor do mundo com a energia do Cavalera Conspiracy e agora atuam sob o nome Cavalera, encaram o show como uma oportunidade única de alinhar música pesada e ativismo social.

“Em tempos de polarização tão presente, quando as pessoas se sentem divididas e distraídas, temos a honra de unir forças com o Massive Attack e os Povos Indígenas do Brasil e da Amazônia para tecer uma narrativa de positividade e mudança. Estamos muito animados para trabalhar ao lado de uma banda como o Massive Attack e somos fãs há muitos anos. Cultivamos uma relação próxima com os povos indígenas e trabalhamos ao lado deles há muitos anos. É um privilégio dividir o palco com ambos”, disseram os irmãos em comunicado oficial.

A combinação da sonoridade eletrônica, experimental e atmosférica do Massive Attack com o peso visceral e contestador do som dos Cavalera promete entregar uma experiência artística singular. Mais do que isso, essa junção de estilos se torna uma metáfora da união de diferentes culturas e tradições em torno de um objetivo comum: a defesa do planeta e dos povos que nele habitam.

Serviço e detalhes do evento

O show “A Resposta Somos Nós” acontece no dia 13 de novembro de 2025, no Espaço Unimed, em São Paulo. A casa abre as portas às 19h, e os ingressos já estão disponíveis para compra pelo site da Eventim.

A classificação etária permite a entrada de crianças e adolescentes de 5 a 15 anos acompanhados pelos pais ou responsáveis, e de jovens entre 16 e 17 anos desacompanhados. O evento é uma realização da produtora 30e, conhecida por trazer grandes experiências de música ao vivo ao Brasil.

Com a presença de artistas de renome internacional, a participação direta de lideranças indígenas e a proximidade da COP 30, o espetáculo se consolida como um dos acontecimentos mais relevantes de 2025 no Brasil. Muito além de música, será uma noite de reflexão, união e resistência.

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