KINGS OF THRASH homenageiam ACE FREHLEY com cover de “COLD GIN” em show nos EUA

Ex-integrantes do Megadeth prestam tributo ao lendário guitarrista do KISS após sua morte, em performance marcante no estado de Michigan

Redação - SOM DE FITA

10/27/2025

A noite da última sexta-feira (24 de outubro) foi marcada por uma homenagem emocionante ao eterno guitarrista Ace Frehley. Durante um show no Machine Shop, em Flint, Michigan, a banda Kings of Thrash, formada por ex-integrantes do Megadeth, apresentou uma versão poderosa do clássico “Cold Gin”, do KISS, em tributo ao músico falecido recentemente. O momento foi registrado por fãs e publicado no canal Joe E Bravo, no YouTube, tornando-se rapidamente um dos vídeos mais comentados entre os admiradores do rock pesado.

Na performance, David Ellefson (baixo, ex-Megadeth), Jeff Young (guitarra, ex-Megadeth), Chaz Leon (vocal e guitarra) e Fred Aching (bateria, Dead Groove/ex-Bulletboys) contaram ainda com a participação especial de Gabriel Connor, da banda Red Devil Vortex, que assumiu os vocais principais do tributo.

Uma despedida à altura de um ícone

Ace Frehley, que faleceu no dia 16 de outubro, aos 74 anos, foi um dos guitarristas mais influentes da história do rock. Co-fundador do KISS, ele marcou gerações com sua estética espacial, sua sonoridade crua e solos que se tornaram parte essencial do DNA da banda.

Em entrevista à rádio WRIF, de Detroit, o baixista David Ellefson refletiu sobre a importância do guitarrista:

“Sim, foi um momento muito triste, sem dúvida. A morte de Ace Frehley está no mesmo nível da de Eddie Van Halen. Ele foi igualmente influente — um tipo diferente de guitarrista, claro. Ace e Eddie não apenas nos fizeram querer ser músicos, mas também nos fizeram querer ser astros do rock.”

Ellefson destacou o impacto cultural que o KISS teve desde os anos 70, ressaltando que a banda não era apenas música, mas um fenômeno de identidade e espetáculo:

“O KISS fez a gente querer ir além. Nos anos iniciais, com o empresário Bill Aucoin, eles criaram algo inalcançável — e, em certo grau, ainda é. Hoje temos bandas como Ghost, Sleep Token e Trans-Siberian Orchestra, que seguem essa linha, mas ser o primeiro é algo único. Mesmo no fim da carreira, o KISS ainda era o maior show da Terra. Só eles fariam três caras descerem do teto com plataformas e botas gigantes. Não há substituto para o que eles fizeram por todos nós.”

Lembranças e gratidão

Durante a conversa, Ellefson também recordou sua amizade com Frehley.

“Ace e eu éramos amigos — não próximos, mas tínhamos o número um do outro. Eu geralmente mandava mensagem no aniversário dele. Eu e Frank Bello (Anthrax) sempre lembrávamos, porque Ace tocou um solo na música ‘Late’, do nosso projeto Altitudes & Attitude. Ele era claramente nosso herói. O KISS é a razão de eu estar aqui falando com você.”

O ex-baixista do Megadeth ainda revelou que “Destroyer” foi o primeiro disco que comprou — em fita cassete —, seguido de “KISS Alive!”.

“Depois voltei aos anteriores: ‘Dressed To Kill’, ‘Hotter Than Hell’, o primeiro álbum... Eu permaneci um fã fiel até ‘Alive II’. Depois disso, não comprei ‘Dynasty’. Aí o Van Halen entrou na minha vida, depois Boston, Styx, Ramones... Mas naqueles anos formativos, o KISS foi o meu Beatles, do mesmo jeito que os Beatles foram os Beatles para o KISS.”

Ellefson também expressou sua admiração por Gene Simmons, destacando o papel do baixista na formação do seu estilo.

“Hoje mesmo eu estava ouvindo ‘Cold Gin’ e outras faixas do ‘KISS Alive!’ e pensando: ‘Cara, esse sujeito é um baixista brilhante’ — enquanto cospe sangue e solta fogo. Isso é ser completo.”

O legado eterno de Ace Frehley

Conhecido como o “Spaceman”, Ace Frehley — nascido Paul Daniel Frehley — foi um dos fundadores do KISS ao lado de Paul Stanley, Gene Simmons e Peter Criss, em 1973, em Nova York. Sua guitarra inconfundível pode ser ouvida nos nove primeiros álbuns da banda, incluindo clássicos como Hotter Than Hell (1974), Destroyer (1976) e Love Gun (1977).

Frehley deixou o grupo pela primeira vez em 1982, retornou em 1996 para a histórica reunião que originou o disco Psycho Circus (1998) e voltou a se afastar em 2002, após o encerramento da primeira “turnê de despedida” do KISS. Desde então, o guitarrista Tommy Thayer assumiu o papel do Spaceman nos palcos.

O músico foi induzido ao Rock and Roll Hall of Fame junto aos outros membros originais do KISS em 2014, um reconhecimento tardio, mas amplamente celebrado pelos fãs.

Ellefson também relembrou o impacto dos últimos trabalhos de Ace, elogiando especialmente o álbum solo 10,000 Volts:

“Ace se superou; ele realmente entregou. É o melhor trabalho dele desde o disco solo de 1978, quando ainda usavam as maquiagens. Sempre achei que ele tinha o melhor álbum solo dos quatro. O de Paul Stanley vinha logo atrás, mas Ace tinha um mundo próprio, e isso transpareceu em músicas como ‘Shock Me’ e ‘Rocket Ride’. Fiquei feliz de ouvir um disco tão bom como esse.”

Uma chama que nunca se apaga

Mesmo após cinco décadas de carreira, a influência de Ace Frehley permanece viva em cada nota tocada por guitarristas de rock e metal ao redor do mundo. Sua mistura de simplicidade, carisma e atitude inspirou gerações — de adolescentes tocando em garagens a bandas consagradas nos maiores palcos do planeta.

David Ellefson finalizou sua homenagem com uma reflexão bem-humorada, mas cheia de respeito:

“É uma notícia triste. Mas pense bem: ele tinha 74 anos. Setenta e quatro anos de Ace Frehley equivalem a uns 77 de Ozzy Osbourne. Esses caras eram roqueiros de verdade em todos os sentidos. O fato de nossos heróis ainda estarem conosco por tanto tempo é algo pelo qual deveríamos ser gratos — eles nos deram demais.”

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