Inteligência Artificial Transforma Clássico do MOLEJO em THRASH METAL e Gera Reações Surpreendentes

Perfil brasileiro no Instagram utiliza IA para recriar “Samba Rock do Molejão” com pegada pesada e mostra como a tecnologia está revolucionando a forma como ouvimos música

Redação - SOM DE FITA

8/8/2025

Na década de 1990, o Molejo se consolidou como um dos nomes mais populares do pagode brasileiro, misturando bom humor, talento musical e uma presença de palco contagiante. Sucessos como “Cilada”, “Brincadeira de Criança” e “Samba Rock do Molejão” embalaram festas, programas de televisão e as rádios de todo o país, criando uma conexão direta com o público e conquistando fãs das mais diversas tribos musicais. Era praticamente impossível escapar da influência da banda naquele período — até mesmo os fãs mais fiéis do rock pesado sabiam cantar os refrões de cor.

Agora, mais de trinta anos depois do auge do grupo, o hit “Samba Rock do Molejão” ganhou uma releitura completamente inesperada e ousada, graças ao uso da inteligência artificial. O responsável pela façanha é o perfil brasileiro do Instagram @fakemusic_br, que vem se destacando por fazer reinterpretações musicais inusitadas, cruzando gêneros e estilos de forma surreal e criativa.

Nesta nova versão, o pagode leve e animado do Molejo dá lugar a riffs agressivos, uma bateria veloz e vocais guturais carregados de distorção, transformando a canção em um verdadeiro hino thrash metal. O resultado é ao mesmo tempo bizarro e surpreendentemente bem construído — uma mistura improvável que, de alguma forma, funciona. A faixa soa como se o Slayer tivesse invadido uma roda de samba no subúrbio carioca e decidisse tocar junto. A produção causou alvoroço nas redes, gerando milhares de visualizações e comentários impressionados com a ousadia da proposta.

A criatividade sem limites da inteligência artificial musical

O vídeo da versão thrash de “Samba Rock do Molejão” faz parte de uma série de postagens do @fakemusic_br, que já é conhecido por outras experiências sonoras igualmente insanas. Em sua coleção de colagens sonoras geradas por IA, o perfil já apresentou Tim Maia cantando Ozzy Osbourne, o Sepultura em clima de Beatles e até o Anthrax orquestrado, provando que, com as ferramentas certas, os limites entre gêneros musicais podem ser dissolvidos com criatividade e precisão técnica.

Apesar do caráter cômico de muitas dessas recriações, é inegável que há um elemento artístico sofisticado envolvido no processo. A inteligência artificial usada para gerar essas faixas é treinada para reconhecer padrões musicais, nuances vocais, timbres e estrutura rítmica. A tecnologia simula como seria a voz de um cantor interpretando uma canção fora do seu estilo, ou ainda imagina como um arranjo poderia ser alterado drasticamente para caber em outro universo sonoro. Tudo isso com um nível de detalhamento que, há poucos anos, seria impensável.

Esses experimentos têm atraído tanto elogios quanto críticas. Por um lado, há quem veja um potencial transformador para a música, com a IA abrindo possibilidades para reinterpretações criativas, novas composições híbridas e até homenagens a artistas que já faleceram. Por outro lado, surgem debates acalorados sobre a ética do uso dessas ferramentas — afinal, de quem é a autoria de uma música gerada por inteligência artificial? Até que ponto é legítimo manipular a voz ou o estilo de um artista para criar algo novo? E qual o papel do ser humano nesse processo criativo?

Uma nova era para a forma como ouvimos (e recriamos) música

O uso de IA no campo musical não é exatamente novo, mas o que antes parecia uma curiosidade técnica agora está se tornando parte do dia a dia de quem consome e produz conteúdo na internet. A viralização da versão thrash metal de “Samba Rock do Molejão” é um exemplo de como o entretenimento está se adaptando a esse novo cenário tecnológico. Se no passado o máximo que se fazia era remixar ou fazer covers de maneira convencional, agora a inteligência artificial permite reconstruir uma faixa do zero, reinventando sua essência e transportando-a para contextos completamente distintos.

A recepção do público a esses projetos tem sido majoritariamente positiva, especialmente entre os mais jovens, que crescem em uma cultura de mashups, memes e reinterpretações digitais. A geração Z, acostumada a consumir conteúdo rápido, visual e provocador, enxerga na IA uma forma divertida e inovadora de brincar com a memória afetiva musical. A transformação de um clássico do pagode em um hino do metal é, nesse sentido, mais do que uma piada criativa: é uma declaração de que os gêneros musicais podem coexistir, dialogar e até se misturar de forma inusitada.

E, mesmo para os mais puristas, a proposta levanta reflexões válidas. Como ouviríamos nossos artistas favoritos se eles tivessem explorado caminhos diferentes? Como seria um disco do Zeca Pagodinho em clima de reggae psicodélico? Ou uma versão de Iron Maiden com batidas de axé? O que antes poderia parecer absurdo hoje se torna tecnicamente possível — e o mais importante: audível.

A inteligência artificial, ao que tudo indica, não pretende substituir a música feita por humanos, mas ampliar as possibilidades de expressão artística. O que o perfil @fakemusic_br está fazendo é um exemplo claro de como a tecnologia pode ser usada com bom humor, respeito e criatividade. O resultado final, como muitos comentaram nas redes, “é inacreditável — mas incrivelmente divertido também”.

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