IA e Música Eletrônica: Felipe Krust Leva Tecnologia da NVIDIA aos Palcos do EDC e Revoluciona Experiência Visual

Brasileiro responsável pelos visuais do DJ Mochakk revela bastidores de sua apresentação no maior festival de música eletrônica da América do Norte e fala sobre o impacto da Inteligência Artificial em seu trabalho

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Redação - SOM DE FITA

7/24/2025

O Electric Daisy Carnival (EDC) é um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo. Realizado anualmente em Las Vegas, nos Estados Unidos, ele reúne milhares de fãs e artistas em um espetáculo que combina som, luzes, tecnologia e performances inesquecíveis. Em sua edição mais recente, entre os dias 15 e 17 de maio, o evento atraiu mais de 525 mil pessoas, consolidando-se como um verdadeiro marco na cena da música eletrônica.

Entre os nomes que brilharam nos palcos do EDC 2024, um talento brasileiro chamou atenção: Felipe Krust, VJ responsável por criar e operar os visuais do show do DJ Mochakk. O artista audiovisual, com quase uma década de experiência, trouxe inovação ao palco ao unir criatividade e Inteligência Artificial (IA) por meio da tecnologia das GPUs GeForce RTX da NVIDIA, transformando a apresentação em uma experiência única para o público.

“Segundos depois do show começar, tive que segurar as lágrimas porque a emoção tomou conta. Eu estava super focado e muito nervoso, mas quando me dei conta de que estava operando mais de 36 telas em um palco de um quilômetro de comprimento para 60 mil pessoas, foi uma sensação de realização tremenda. Todo o meu esforço valeu a pena naquele momento”, disse Krust em entrevista ao TMDQA!.

Um espetáculo visual de proporções gigantescas

Com o DJ Mochakk no comando do som e Felipe Krust no controle das projeções, o público presenciou um espetáculo que mesclou música, arte digital e interatividade. Operar o visual de um palco com 36 telas distribuídas em um quilômetro de comprimento não é tarefa simples. Segundo Krust, foi necessário dividir o conteúdo em três camadas: uma cobrindo toda a extensão do palco, outra centralizada e uma última dedicada às laterais, criando um show dinâmico e que impactou os espectadores de diferentes ângulos.

Além do impacto visual ao vivo, Felipe destaca que os registros gravados da apresentação também precisaram ser pensados. “O palco é um organismo vivo. Uma coisa é o que o público vê na hora, outra é como as imagens aparecem nas filmagens. Precisamos pensar nas duas experiências ao mesmo tempo”, explicou.

Essa abordagem estratégica e criativa permitiu que a apresentação de Mochakk fosse considerada uma das mais memoráveis do festival, trazendo uma assinatura brasileira ao evento.

Tecnologia NVIDIA: a IA como aliada do VJ

Um dos grandes diferenciais de Felipe Krust no EDC foi o uso das GPUs GeForce RTX da NVIDIA, que levaram a performance a outro nível. Os recursos avançados de IA ajudaram a criar, renderizar e otimizar loops visuais com muito mais velocidade e eficiência, ampliando as possibilidades criativas do VJ.

“A IA vem para somar muito. No meu caso, ela otimiza o meu tempo, não faz o trabalho por mim, mas faz com que ele seja ainda mais rápido e fluído. Desde a criação de um asset simples até fazer com que eu possa tornar um loop ser outros 16 diferentes somente com recursos de renderização em tempo real com o Resolume Arena”, destacou Krust.

Segundo ele, a tecnologia reduziu drasticamente o tempo de produção. “Uma etapa que demoraria mais de 7 horas para concluir, leva minutos com os recursos de inteligência artificial da NVIDIA. Com o tempo otimizado assim, consigo explorar um pouco mais as possibilidades fazendo composições mais complexas e ideias que antes não fazia porque não ficariam prontas a tempo”, acrescentou.

Para Felipe, a parceria com a NVIDIA não é apenas uma questão técnica, mas também criativa. “Ela me dá liberdade para pensar e testar novas ideias sem a limitação do tempo. É isso que torna os visuais únicos”, explicou.

Confiança e colaboração: a sintonia com Mochakk

Outro aspecto que fez diferença foi a confiança e a liberdade criativa que Mochakk deu a Felipe durante o processo. “Ele me dá liberdade total para criar coisas diferentes. Neste projeto, o Halfcab é o diretor criativo que dá todo norte do que pode ser legal. Tem ainda o Rollinos, especialista em texturizações analógicas”, contou.

Para Krust, essa sinergia entre os profissionais envolvidos foi essencial para o sucesso da apresentação. “A partir disso, crio o que devo apresentar no show. A execução só depende de mim e do meu parceiro de operação, o Sodré, responsável pela orquestração das luzes”, afirmou.

Essa colaboração intensa entre artista, VJ e equipe fez com que o show se destacasse como um dos pontos altos do festival, mostrando como a arte digital e a música eletrônica podem caminhar juntas para criar experiências inesquecíveis.

Persistência e inspiração: o conselho de Krust para os novos artistas

Quando perguntado sobre o que diria para a nova geração de artistas audiovisuais, Felipe não hesitou: “Persistência! Existe uma falta de valorização da nossa profissão, então existem desgastes mentais e físicos durante o processo, mas é importante persistir na sua arte, em fazer as pessoas entenderem que você quer dizer algo, que tem algo para mostrar. É necessário persistir para alcançar os objetivos”.

Ele reforça que acredita no poder dos visuais para criar memórias duradouras. “Eu costumo pensar que os meus visuais estão atrelados a uma memória musical de alguém para sempre e isso, para mim, é algo muito importante”, disse.

Novos projetos: do eletrônico ao rock

Felipe também revelou, com exclusividade, que já está trabalhando em novos desafios para 2025. “Vai ser a minha primeira vez fazendo visuais ao vivo para um show de rock, então estou bem animado!”, disse sobre sua participação na turnê “I Wanna Be Tour 2025”.

Para ele, a mistura de estilos e a possibilidade de trabalhar em diferentes gêneros é o que mantém sua arte sempre em evolução. “Quero explorar outras aplicações e formatos. É um caminho que me inspira e me mantém criativo”, concluiu.

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