GUILHERME ARANTES apresenta “LIBIDO DA ALMA”, primeiro passo rumo ao álbum “Interdimensional”
Novo single chega às plataformas enquanto o artista se prepara para celebrar 50 anos de carreira em 2026
Redação - SOM DE FITA
12/10/2025




A fase atual de Guilherme Arantes marca um daqueles momentos de transição que coincidem com datas simbólicas. Prestes a completar cinco décadas de trajetória musical, o cantor e compositor lança “Libido da Alma”, o primeiro single de seu próximo álbum, Interdimensional, previsto para janeiro de 2026. A faixa, gravada na Espanha e divulgada nas plataformas digitais, funciona como um cartão de visita para o que o artista pretende apresentar no novo ciclo — uma combinação entre nostalgia sonora, referências setentistas, elementos modernos de produção e um olhar mais introspectivo sobre temas que o acompanharam ao longo da carreira.
Enquanto isso, 2026 também será o ano da turnê comemorativa “50 Anos-Luz”, que rodará diversas capitais brasileiras entre março e maio. A agenda reforça a dimensão do momento: um lançamento de disco alinhado com uma celebração retrospectiva, mas sem a pretensão de criar uma aura épica em torno disso. Arantes prefere deixar que a música fale por si, e o novo single tenta justamente abrir esse diálogo com o público — antigo e novo.
Um retorno calculado a sonoridades que marcaram época
“Libido da Alma” chega como um exercício de reconstrução estética. O single recupera o clima de R&B, soul e bossa-soul que circulou com força no final dos anos 1970 e início dos 1980, época marcada por arranjadores como Lincoln Olivetti e Robson Jorge. Mas essa recuperação não é gratuita: o próprio Guilherme Arantes foi um dos nomes que transitaram por esse ambiente sonoro, seja em composições que ficaram famosas na voz de outros artistas, seja nas suas próprias gravações que atravessaram décadas.
O novo single se apoia exatamente nesse território reconhecível. A melodia traz um acento de bossa-nova mais explícito, enquanto o vocal suavizado aponta para um canto minimalista, que remete ao estilo de João Gilberto. Arantes explora essa interpretação com certa contenção, deixando que a letra — centrada na ideia de que a felicidade também pode existir no estado de solitude — se encaixe no clima leve da composição.
Segundo o artista, esse é um passo natural dentro da pesquisa sonora que vem desenvolvendo. A intenção seria olhar para trás sem transformá-lo em um gesto nostálgico cristalizado, mas como uma forma de reorganizar referências. A faixa, portanto, não tenta simular um passado; tenta revisitá-lo sob as lentes de um produtor que hoje tem maior controle técnico do que tinha no início da carreira.
A estrutura musical também reforça essa direção. As guitarras de Alexandre Blanc aparecem com um swing mais próximo da música negra brasileira, dialogando com a percussão latina e a bateria marcada de Gabriel Martini. Tudo isso cria um ambiente que equilibra organicidade com estética pop — uma combinação que Arantes conhece bem.



Capa do single "Libido da Alma", de Guilherme Arantes

Camadas, texturas e escolhas de produção moldam a identidade do single
O arranjo de “Libido da Alma” se destaca pelo uso intencional de timbres vintage, mas com um polimento contemporâneo. Entram em cena instrumentos que fizeram história nas gravações analógicas: string machines que remetem ao Elka Rhapsody de 1974, órgão Hammond C3, Clavinet D3 com wah wah, Rhodes Mark V e o clássico piano Yamaha CP70 tratado com flanger Mutron — marca registrada em muitos dos trabalhos do artista.
Além desses elementos mais tradicionais, surgem também recursos como trechos em reverse áudio, técnica comum na era das fitas físicas, mas agora usada como detalhe estético. O resultado é uma faixa que assume sua textura retrô sem virar pastiche.
O baixo executado por Milton Pellegrin, músico ligado ao universo de Ed Motta, reforça a camada rítmica com slaps discretos inspirados no R&B norte-americano. Já o coro de vozes adiciona uma coloração soul que ajuda a consolidar o caráter radiofônico da produção.
A mixagem ficou a cargo de Sylvia Massy, profissional reconhecida por trabalhar com artistas de diferentes estilos, e a masterização foi realizada por Felipe Tichauer. A capa — criada pelo próprio Guilherme Arantes sobre foto de Márcia Arantes — reforça essa estética híbrida entre o analógico e o contemporâneo.
Com esse conjunto, o single funciona como uma prévia clara da narrativa sonora que Interdimensional pretende construir. Ainda sem todos os detalhes revelados, o álbum tem lançamento marcado para 15 de janeiro de 2026 e deve dialogar com esse mesmo conjunto de referências.
Turnê “50 Anos-Luz”: celebração da trajetória com shows pelo Brasil
Paralelamente ao novo álbum, Guilherme Arantes prepara uma extensa turnê comemorativa para 2026. Batizada de “50 Anos-Luz”, a série de apresentações percorre regiões distintas do país, reforçando o alcance nacional do artista. Os ingressos já estão disponíveis pelo site oficial.
Agenda completa da turnê:
07/03/26 – São Paulo/SP – Espaço Unimed
14/03/26 – Rio de Janeiro/RJ – Vivo Rio
21/03/26 – Curitiba/PR – Teatro Positivo
10/04/26 – Fortaleza/CE – local a confirmar
11/04/26 – Recife/PE – Teatro Guararapes
18/04/26 – Belo Horizonte/MG – Minascentro
25/04/26 – Porto Alegre/RS – Araújo Viana
09/05/26 – Ribeirão Preto/SP – Multiplan Hall
15/05/26 – Belém/PA – Assembleia Paraense
16/05/26 – Manaus/AM – Studio 5
23/05/26 – Brasília/DF – Centro de Convenções Ulysses Guimarães
30/05/26 – Santos/SP – Convention Center
A turnê não se propõe a revisitar a trajetória de modo cronológico ou grandioso, mas deve trazer composições marcantes ao lado de momentos mais recentes da carreira. A coincidência com o lançamento de Interdimensional pode reforçar o interesse do público, criando um cenário em que celebração e renovação se cruzam.
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