GEDDY LEE diz que nova baterista do RUSH não era fã da banda — e isso pode ter sido o segredo do sucesso
Anika Nilles assume o posto de Neil Peart com técnica, energia e olhar fresco sobre o legado do rock progressivo
Redação - SOM DE FITA
11/5/2025




O baixista e vocalista Geddy Lee surpreendeu os fãs do Rush ao revelar que a nova baterista da banda, a alemã Anika Nilles, não cresceu ouvindo suas músicas — e, segundo ele, essa distância emocional pode ter sido um dos fatores que a ajudaram a encarar com naturalidade o posto mais desafiador do rock progressivo: substituir o lendário Neil Peart.
Em entrevista à emissora canadense CBC, Geddy explicou que a entrada de Anika trouxe uma nova energia à banda e reacendeu nele e em Alex Lifeson a vontade de tocar juntos novamente após a morte de Peart, em 2020. “Ela não era fã do Rush”, contou o músico. “Mas todo baterista sabe quem é Neil Peart. Ou melhor, quem foi Neil. Então foi uma tarefa assustadora, mas ela encarou com dedicação e uma atitude incrível.”
Um desafio à altura do legado de Neil Peart
Neil Peart foi mais do que um baterista — foi um símbolo de excelência técnica e poética dentro do Rush. Seu estilo meticuloso e sua escrita filosófica moldaram a identidade da banda canadense por mais de quatro décadas. Encontrar alguém capaz de ocupar esse espaço parecia impossível.
Quando a notícia de que o Rush voltaria aos palcos começou a circular, muitos fãs duvidaram que o grupo seguiria sem Peart. No entanto, a escolha de Anika Nilles mostrou que o Rush não procurava uma cópia, mas sim uma intérprete capaz de trazer respeito, técnica e autenticidade.
Nascida em 1983, na Alemanha, Anika é uma das bateristas mais reconhecidas do cenário moderno, conhecida por sua precisão, musicalidade e estilo expressivo. Antes de entrar para o Rush, já havia conquistado uma legião de seguidores no YouTube e trabalhado com nomes como Jeff Beck, além de lecionar em universidades de música na Europa.
Geddy Lee explicou que o convite surgiu de forma inesperada. “A indicação de Anika veio do técnico de baixo da minha equipe, que havia trabalhado com ela na última turnê de Jeff Beck”, contou. “Entramos em estúdio de forma discreta, ensaiamos por uma semana e logo percebemos que funcionava. Ela é simplesmente uma musicista fenomenal.”
O olhar de fora como vantagem criativa
Para Geddy, o fato de Anika não ter crescido como fã do Rush permitiu que ela abordasse o repertório com uma mente aberta. Em vez de se sentir intimidada pelo peso da história, ela encarou as músicas como desafios musicais, reinterpretando suas complexidades com uma visão moderna e livre de nostalgia.



Anika Niles - Nova baterista do RUSH. | Foto: Reprodução

“Quando começamos os ensaios, ela precisou mergulhar nas nuances das músicas, já que não as conhecia a fundo”, explicou Geddy. “Mas ela entendeu o espírito das composições e encontrou uma forma própria de tocar, sem tentar imitar o Neil. Isso foi essencial.”
A adaptação foi tão natural que, segundo fontes próximas à banda, os primeiros ensaios reacenderam a química entre Lee e Lifeson, algo que havia se perdido após a aposentadoria e posterior falecimento de Peart. A nova formação não pretende reinventar o Rush, mas sim continuar sua história com respeito e frescor.
O retorno da banda é visto por muitos como um renascimento. Ainda que os fãs mais puristas tenham receio de mudanças, há consenso de que a presença de Anika trouxe uma nova vitalidade ao som, sem apagar o legado do passado.
Uma nova era para o Rush
O Rush sempre foi sinônimo de evolução. Desde os dias de “2112” até “Clockwork Angels”, a banda se reinventou inúmeras vezes — misturando rock progressivo, hard rock e até elementos eletrônicos. A entrada de Anika Nilles representa, portanto, mais uma etapa dessa jornada criativa.
Geddy Lee e Alex Lifeson vêm destacando que o objetivo não é substituir Neil Peart, mas celebrar sua contribuição e manter viva a essência do trio. “O espírito do Neil está em cada compasso que tocamos”, afirmou Geddy. “Mas agora há uma nova energia. É diferente, e isso é bom.”
Anika, por sua vez, tem evitado comparações diretas. Em entrevistas anteriores, sempre demonstrou respeito absoluto pelo legado do Rush, mas também deixou claro que pretende imprimir sua identidade nas performances. Sua técnica refinada e senso rítmico contemporâneo fazem dela uma das bateristas mais influentes da nova geração — e agora, com o Rush, ela terá um palco à altura de seu talento.
Ainda não há informações oficiais sobre uma turnê mundial, mas rumores apontam que a banda planeja uma série de apresentações em 2026, possivelmente acompanhadas de um registro ao vivo para celebrar o retorno.
O Rush renasce com alma e coragem
O que poderia ter sido apenas uma tentativa nostálgica de reviver o passado se tornou um dos momentos mais aguardados do rock contemporâneo. A união entre a experiência de Geddy Lee e Alex Lifeson e a inovação de Anika Nilles promete redefinir o que significa ser o Rush em 2025.
Ao escolher uma baterista que não se prende ao passado, o grupo mostra que a verdadeira homenagem a Neil Peart não está na imitação, mas na continuidade criativa. Com técnica, respeito e ousadia, o Rush prova mais uma vez que o espírito do rock progressivo é, acima de tudo, sobre seguir em frente.
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