FIDDLEHEAD e RIVAL SCHOOLS confirmam estreia no Brasil com show único em São Paulo

Dois nomes essenciais do post-hardcore se encontram pela primeira vez no país em apresentação exclusiva no Fabrique Club

Redação - SOM DE FITA

11/24/2025

A cena alternativa vive de momentos inesperados — e alguns deles marcam gerações. Depois de anos de expectativa dos fãs brasileiros, duas bandas que ajudaram a moldar o rock contemporâneo finalmente desembarcam por aqui: Fiddlehead e Rival Schools. A estreia conjunta acontece em um único show em São Paulo, marcado para 22 de fevereiro de 2026, no Fabrique Club, numa noite que promete reunir diferentes fases do post-hardcore, do espírito emocional dos anos 2010 à força criativa que nasceu no final dos anos 90 e atravessou os anos 2000.

O encontro, organizado pela parceria entre Powerline Music & Books e ND Productions, reforça a retomada de shows internacionais voltados ao público do rock alternativo, que nos últimos anos tem visto um crescimento de turnês mais intimistas e alinhadas ao gosto das cenas independentes brasileiras.
Os ingressos já estão disponíveis no site da Fastix.

Fiddlehead: intensidade emocional e hardcore refinado

Formado em Boston em 2014, o Fiddlehead surgiu como um projeto paralelo de integrantes do Have Heart — Patrick Flynn e Shawn Costa — mas rapidamente se transformou em algo muito maior do que uma banda derivada. Ao longo da década, seu nome passou a representar uma das vozes mais relevantes do rock alternativo moderno, combinando a urgência do hardcore com melodias que remetem ao indie e ao emo dos anos 90.

A música do Fiddlehead é frequentemente descrita como uma experiência direta, marcada por letras pessoais, climas intensos e um vocal que transita entre explosão e vulnerabilidade. Os temas existenciais sempre foram parte essencial da identidade da banda, algo evidente no disco mais recente, Death Is Nothing To Us, lançado como a obra mais madura do grupo. A recepção crítica foi calorosa — mesmo sem exageros ou superlativos desnecessários — com a revista New Noise apontando que o álbum “rasga você em dois e depois o cuspe de volta”, destacando a combinação de atmosfera sombria com momentos de clareza emocional.

O vocalista Patrick Flynn, figura conhecida desde a época do Have Heart, consolidou uma reputação única no hardcore. A crítica costuma apontar seu trabalho como o de um letrista reflexivo, capaz de encaixar referências literárias e filosóficas na energia crua das composições do grupo. No disco mais recente, ele cita desde o filósofo romano Lucrécio ao escritor Jean Améry, passando por nomes musicais como Bad Brains, Alex G e Wire — além de menções ao clássico “12XU”, eternizado pelo Minor Threat.
Segundo a crítica, suas letras poderiam existir até “autonomamente, sem a música”, pelo nível de densidade que carregam.

Com refrões intensos, guitarras que oscilam entre melodia e impacto e uma performance vocal que já se tornou assinatura, o Fiddlehead chega ao Brasil numa fase sólida e com um público crescente, especialmente entre os fãs de indie, post-hardcore e do revival alternativo da última década.

Rival Schools: pós-hardcore com alma melódica e legado consolidado

Se o Fiddlehead representa uma nova geração, o Rival Schools chega ao país com o peso de um legado que atravessa mais de duas décadas. Criado em 1999, o grupo nasceu do encontro de músicos que já tinham uma longa estrada no hardcore nova-iorquino. À frente está Walter Schreifels, nome indispensável na história do gênero: guitarrista do Gorilla Biscuits nos anos 80, líder do Quicksand nos 90 e produtor de bandas como CIV e Hot Water Music.

Ao lado dele está Sam Siegler, baterista com passagem por Judge, Shelter, Glassjaw e Youth of Today — outro nome histórico da cultura hardcore. Com essa bagagem, o Rival Schools se formou com uma proposta clara: unir a energia do punk e do hardcore a melodias mais amplas e acessíveis, criando um som que ajudou a pavimentar a cena pós-hardcore dos anos 2000.

A banda ganhou destaque com um rock que evitava tendências artificiais e apostava na criatividade como motor principal. Schreifels assumiu uma abordagem vocal mais melódica, enquanto as guitarras traziam texturas mais exploratórias. Em meio ao boom de gêneros híbridos e ao domínio de um rock mais plástico na virada dos anos 2000, o Rival Schools se manteve fiel ao próprio caminho, incorporando elementos da época sem perder profundidade.

A banda também ficou conhecida por evitar rótulos fáceis e apostar em ideias fora do padrão — uma postura que ajudou a consolidar sua reputação e influenciou novos nomes do pós-hardcore alternativo.

A estreia no Brasil, portanto, chega tardiamente, mas num momento em que os fãs mais antigos e os ouvintes das novas gerações finalmente poderão assistir ao grupo em ação.

Show em São Paulo: detalhes da apresentação

O encontro entre Fiddlehead e Rival Schools será único: uma única data, um único palco, uma só cidade. A proposta é apresentar um recorte amplo do post-hardcore que atravessa duas épocas distintas, mas igualmente importantes.

A apresentação será realizada no Fabrique Club, casa tradicional da música alternativa paulista, localizada na Rua Barra Funda, 1071. A abertura será às 16h.

Serviço oficial

  • Data: Domingo, 22 de fevereiro de 2026

  • Horário: Abertura da casa às 16h

  • Local: Fabrique Club

  • Endereço: Rua Barra Funda, 1071 — Barra Funda, São Paulo/SP

  • Ingressos:

    • R$ 170,00 (meia entrada / solidária / estudante – 1º lote)

    • R$ 340,00 (inteira – 1º lote)

  • Vendas online: Fastix

  • Realização: Powerline Music & Books + ND Productions

  • Mais informações: @tedesco.com.midia | @ndp.live | @agenciapowerline

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