Festival ROTA UNDERGROUND 2025 celebra 14 anos de resistência e som autoral em PORTO FERREIRA

O rock autoral brasileiro volta a ocupar o espaço público em grande estilo. No dia 25 de outubro de 2025, o Parque Linear Dorival Braga (FEPASA), em Porto Ferreira (SP), será tomado pela 14ª edição do Festival Rota Underground, um evento que há mais de uma década celebra a força e a diversidade do som independente. Gratuito e aberto ao público, o festival promete uma noite intensa, reunindo artistas que representam diferentes facetas da música alternativa nacional — do punk operário ao rock alternativo, passando por misturas tropicais e peso extremo.

Uma tradição que resiste e evolui com o tempo

Criado para dar espaço às bandas que seguem produzindo fora do circuito comercial, o Rota Underground se tornou um dos mais importantes pontos de encontro da música independente no interior paulista. Em suas 13 edições anteriores, o evento recebeu dezenas de artistas e consolidou-se como um verdadeiro símbolo de resistência cultural.

A edição de 2025 chega com o mesmo espírito combativo, reforçando o papel do festival como uma plataforma de visibilidade para o rock autoral. O local escolhido — o Parque Linear Dorival Braga, mais conhecido como FEPASA — é um espaço urbano de convivência que reflete bem o caráter democrático do evento.

A programação começa às 18h e contará com cinco atrações que representam a amplitude do rock brasileiro contemporâneo. De Porto Ferreira, os anfitriões da Alma Noturna sobem ao palco com seu rock alternativo visceral, carregado de letras introspectivas e energia contagiante. De São Carlos, o cantor e compositor Marcos Carreri traz um repertório autoral que mescla influências do folk, MPB e rock, explorando nuances poéticas e sonoras.

A noite também reserva espaço para o som direto e combativo da Raro Efeito, banda que define seu estilo como “punk rock operário”, e que tem conquistado público por suas letras políticas e autenticidade de garagem. Já a Floret, de Porto Alegre, chega com uma proposta ousada, fundindo Brazapunk com influências tropicalistas, criando uma sonoridade única e inventiva. Fechando o lineup, o Eskrotacs traz o peso do crossover/thrash, garantindo a dose necessária de velocidade e agressividade que nenhum festival de rock pode dispensar.

Parceria cultural e apoio institucional garantem a continuidade do festival

A realização da 14ª edição do Rota Underground é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Cultura de Porto Ferreira e o coletivo Rota Underground, que há anos atua na cena local com o objetivo de fomentar a música independente e oferecer alternativas à hegemonia cultural das grandes mídias.

O evento conta ainda com apoio institucional do vereador Alan João Orlando, por meio de emenda parlamentar destinada ao fortalecimento do festival. O gesto reafirma a importância do poder público no incentivo à cultura local e na valorização de artistas que, mesmo sem o apoio da indústria, mantêm viva a chama da criação livre.

Em nota, os organizadores destacaram o caráter comunitário da iniciativa:

“O Rota Underground é sobre resistência, é sobre dar palco a quem acredita na música como forma de expressão e transformação. Cada edição é construída com o esforço coletivo de músicos, produtores e público que acreditam que a arte precisa ocupar todos os espaços possíveis.”

O evento não apenas movimenta a cena musical, mas também gera impacto cultural e econômico, atraindo público de cidades vizinhas e fortalecendo o turismo cultural da região. Restaurantes, bares e empreendimentos locais se beneficiam com o aumento do fluxo de visitantes durante o festival, comprovando que a cultura independente é também um motor de desenvolvimento.

Diversidade sonora e mensagem de resistência cultural

A cada ano, o Rota Underground reafirma seu compromisso com a diversidade sonora e ideológica. Não há espaço para fórmulas prontas: o que define o festival é justamente a pluralidade de estilos e a autenticidade dos artistas.

A Alma Noturna, por exemplo, representa uma geração de bandas que se apropria do rock alternativo para falar sobre angústia, cotidiano e libertação emocional. Já a Raro Efeito canaliza a energia do punk para discutir desigualdade social e resistência operária, mantendo viva a tradição do rock como ferramenta de protesto.

A Floret propõe uma experiência mais experimental, misturando guitarras distorcidas com elementos da música brasileira e referências psicodélicas, enquanto o Eskrotacs mantém o espírito do underground mais pesado, com riffs rápidos e letras que refletem a brutalidade do mundo contemporâneo.

Para o cantor Marcos Carreri, participar do festival é uma forma de reafirmar a importância do artista independente:

“A cena autoral precisa de espaços como o Rota Underground. É nesses palcos que a música verdadeira respira, sem filtros, sem moldes. É uma troca sincera com o público.”

Além da programação musical, o evento busca estimular a convivência e o diálogo entre artistas, produtores e público. A proposta é fazer do festival um ponto de encontro cultural, onde novas ideias possam surgir e fortalecer o ecossistema da música independente.

Cultura livre, entrada franca e espírito de coletividade

Com entrada gratuita e ambiente ao ar livre, o Rota Underground 2025 reafirma o poder da arte como forma de resistência e expressão coletiva. Em um cenário cultural muitas vezes dominado por grandes produções e interesses comerciais, o evento mostra que ainda há espaço para a autenticidade, o espírito colaborativo e o amor pela música.

Mais do que um festival, o Rota Underground é um movimento que celebra a persistência de quem faz arte com propósito. A 14ª edição promete uma noite emblemática — não apenas pela qualidade das bandas, mas pela energia de um público que acredita no valor da criação independente.

Em tempos de algoritmos e playlists fabricadas, o festival de Porto Ferreira surge como um lembrete poderoso: o rock autoral ainda vive, e pulsa forte onde há paixão e resistência.

O Festival Rota Underground 2025 não é apenas mais um evento de rock — é uma celebração da liberdade artística, da coletividade e da força das bandas que constroem suas trajetórias de forma independente. Com apoio local e dedicação comunitária, o festival segue firme como um farol da música feita com o coração, provando que o som autoral nunca deixará de encontrar seu público.

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