
FERNANDA ABREU Celebra 30 Anos de “DA LATA” com Filme, Livro e Novidades
Clássico de 1995 ganha documentário inédito, edição em vinil e remix especial em projeto multimídia que chega ao público em outubro
Redação - SOM DE FITA
9/5/2025






Poucos discos brasileiros dos anos 1990 tiveram o impacto de “Da Lata”, terceiro trabalho solo de Fernanda Abreu. Lançado em 1995, o álbum uniu o batidão do funk carioca ao samba de forma ousada, ajudando a ampliar as fronteiras de um gênero que até então ainda enfrentava resistência das elites. Agora, três décadas depois, a cantora prepara uma celebração à altura dessa obra, que inclui filme documental, livro, edição em LP e até um remix inédito. A estreia acontece em outubro, dentro da programação do Festival do Rio.
O impacto de “Da Lata” no cenário musical brasileiro
Em meados dos anos 1990, o funk já pulsava forte nas comunidades do Rio de Janeiro, mas ainda não tinha espaço consolidado no mainstream. Fernanda Abreu, atenta às transformações da cena cultural carioca, decidiu abraçar esse movimento e misturar suas batidas com a cadência do samba, criando o chamado samba-funk.
O álbum “Da Lata” não foi apenas uma soma de estilos: ele funcionou como manifesto artístico de uma nova sonoridade urbana. Faixas como “Garota Sangue Bom” (composta em parceria com Fausto Fawcett) e “Veneno da Lata” (com Will Mowat) ajudaram a colocar o funk em evidência para além das favelas, chegando a rádios e palcos de todo o Brasil.
Outra faixa marcante, “Brasil é o País do Suingue” (escrita por Fernanda, Fawcett, Carlos Laufer e Hermano Vianna), traduzia em letra e ritmo o espírito do disco. A produção ficou a cargo de Liminha e do músico suíço Will Mowat, que ajudaram a criar um som moderno, sem abrir mão da brasilidade.
Com a presença de nomes de peso, como o grupo inglês Soul II Soul e um jovem Pedro Luís, que ainda circulava no cenário underground, “Da Lata” se tornou um marco cultural e ajudou a redefinir a trajetória solo de Fernanda Abreu, que já vinha de dois discos de destaque, incluindo o aclamado “Sla Radical Dance Disco Club” (1990).
O documentário: bastidores e memórias inéditas
Como parte da celebração dos 30 anos do álbum, Fernanda lança em outubro o documentário “Da Lata 30 Anos”, dirigido por Paulo Severo e produzido pela própria artista através da empresa Garota Sangue Bom, em parceria com a TV Zero. O filme terá sua primeira exibição dentro da mostra Retratos da 27ª edição do Festival do Rio, um dos eventos mais importantes do cinema nacional.
A produção reúne imagens raras das gravações originais, incluindo a passagem de Fernanda por Londres, onde trabalhou com o grupo Soul II Soul. Além disso, o documentário revela bastidores das filmagens dos clipes que marcaram a era “Da Lata”, cenas de sessões fotográficas promocionais e momentos inéditos da turnê que levou a cantora pelo Brasil e pelo exterior.
A ideia é mostrar não apenas o processo criativo por trás do disco, mas também o impacto cultural que ele gerou. Para muitos fãs, será a chance de revisitar um período em que Fernanda ajudava a consolidar o papel do funk carioca no cenário musical brasileiro.
Livro, vinil e remix inédito: a celebração continua
A comemoração não para no documentário. O projeto ainda inclui o lançamento de um livro especial, que vai revisitar a história do álbum com detalhes sobre seu processo de criação, entrevistas e análises da época. Também haverá uma edição limitada em vinil (LP), item bastante aguardado pelos colecionadores e fãs do trabalho de Fernanda.
Outro ponto alto será a apresentação de um remix inédito de uma das faixas, que chega para atualizar a sonoridade de “Da Lata” em diálogo com as pistas de dança atuais, sem perder o DNA original que marcou os anos 1990.
Essa estratégia multimídia reforça a importância do álbum como peça fundamental na trajetória da cantora e também como documento histórico de um período de grande efervescência cultural no Brasil.
No fim das contas, “Da Lata” não é apenas um disco de Fernanda Abreu: é um retrato de uma cidade, de um estilo musical que se afirmava e de um país em transformação. Trinta anos depois, ele volta aos holofotes em formato de festa completa, provando que o suingue bom nunca envelhece.
A cantora Fernanda Abreu em homenagem à Rita Lee
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