Ex-integrantes do CRADLE OF FILTH processam DANI FILTH e equipe por uso indevido de imagem e violações contratuais
Ação judicial envolve acusações de violação de direitos autorais, difamação, enriquecimento ilícito e falta de compensação por gravações e merchandising
Redação - SOM DE FITA
12/2/2025




A novela envolvendo antigos membros do Cradle of Filth ganhou um novo e turbulento capítulo. Cinco ex-colaboradores da banda estão movendo uma ação judicial contra o vocalista Dani Filth, empresas associadas ao grupo e sua equipe de gestão. O processo, aberto no Arizona e recentemente atualizado, reúne acusações que vão desde uso indevido de imagem até difamação e descumprimento de acordos relacionados a merchandising, gravações e direitos autorais. A disputa formaliza uma crise que vinha se desenrolando desde 2024, especialmente após a saída conturbada de Marek “Ashok” Šmerda e Zoe Marie Federoff.
O que diz o processo movido contra Dani Filth e empresas ligadas ao Cradle of Filth
De acordo com documentos obtidos pelo site The PRP, a ação foi inicialmente protocolada em 30 de setembro de 2025 e atualizada em 20 de novembro. Entre os autores estão Zoe Federoff Šmerda, Marek Šmerda, Paul Allender, Lindsay Matheson (Lindsay Schoolcraft), Richard Shaw e Sasha Baxter — todos com históricos distintos dentro da banda.
O The PRP descreve:
“Esse processo foi aberto no Arizona em 30 de setembro de 2025 e atualizado mais recentemente em 20 de novembro.”
Os alvos da ação incluem:
Dani Filth
The Oracle Management
Cradle of Filth Touring Limited
Cradle of Filth LLP
As acusações abrangem violação de direitos autorais, uso indevido de imagem, difamação, enriquecimento ilícito, falsa designação de origem e conversão de bens. O The PRP destaca que todos os autores — exceto Baxter — alegam nunca ter assinado autorização para o uso de seus nomes e imagens em produtos oficiais da banda, tampouco terem recebido compensação proporcional às vendas.
O portal indica:
“Eles alegam que nunca assinaram ou executaram qualquer acordo referente ao uso de seus nomes, imagens ou fotografias no merchandising da banda.”
Os autores Matheson, Federoff e Šmerda afirmam que também não assinaram documentos autorizando o uso de suas performances em álbuns e gravações. Já Matheson, Shaw e Šmerda relatam que não foram pagos adequadamente pelas gravações realizadas entre 2017 e 2023.
Matheson ainda acusa a banda de utilizar sigilos que ela criou sem autorização. Baxter, por sua vez, afirma ter estrelado dois videoclipes do grupo sem receber pagamento nem autorização vinculada ao uso comercial de sua imagem.
A ação também menciona:
suposto impedimento de acesso a documentos de contabilidade e licenciamento;
destruição de um microfone pertencente a Federoff;
não devolução de in-ear monitors da musicista.



Seis ex-integrantes decidiram acionar a Justiça após uma série de conflitos e acusações envolvendo Dani Filth durante a turnê — Foto: Reprodução

Entre as solicitações, os autores pedem a suspensão e destruição de qualquer produto contendo suas imagens, responsabilização pelo uso indevido de bens e compensações financeiras relacionadas a gravações, vídeos e merchandising. Segundo o The PRP:
“Eles também buscam danos compensatórios por prejuízos à reputação, sofrimento emocional, perda de renda e oportunidades de negócio.”
Também solicitam danos punitivos suficientes para impedir práticas semelhantes, além do pagamento de honorários advocatícios. Um julgamento com júri foi solicitado. Até o momento, nenhum réu se pronunciou publicamente.
Como começou a crise entre o casal Šmerda-Federoff, Dani Filth e a gestão
Os atritos que desembocaram no processo ganharam visibilidade em agosto, quando Zoe Federoff deixou o Cradle of Filth no meio de uma turnê. Ela declarou que já pretendia sair no fim do ano, mas “certos eventos” aceleraram sua decisão. Dani Filth reagiu dizendo que sua saída foi “uma reviravolta estranha” e desejou “tudo de melhor para o futuro”.
No dia seguinte, Marek “Ashok” Šmerda também comunicou sua intenção de sair. Mais tarde, o casal publicou uma declaração conjunta criticando questões contratuais e acusando a gestão e um membro não identificado de promover um ambiente “ameaçador e abusivo”. Eles afirmaram que um advogado classificou o contrato ofertado como “psicopático”.
Pouco depois, a banda anunciou a demissão imediata de Ashok, afirmando estar “em estado de choque” e rejeitando as acusações contra a gestão, descritas por Filth como “completamente injustas e infundadas”.
Em um novo pronunciamento, Šmerda escreveu:
“Eu continuava por causa de vocês. Continuava para entregar música que trouxesse alegria verdadeira.”
E concluiu:
“Estou acabado de ser usado pela minha criação, mas a criatividade continua. Algo novo começa.”
A versão de Dani Filth e a escalada das divergências
Após dias de silêncio, Filth publicou sua versão dos acontecimentos, alegando que houve uma “falha de comunicação” sobre o contrato e negando que algum integrante estivesse impedido de trabalhar com outros projetos. Sobre a equipe de gestão, afirmou:
“Dez e Anahstasia da The Oracle Management foram maravilhosos. Prestativos e compreensivos.”
O vocalista também rebateu acusações de “fat shaming”:
“Isso nunca aconteceu. Nenhum gestor disse que alguém era gordo ou pesado demais.”
Filth mencionou ainda que observava comportamentos erráticos e afirmou estar “sóbrio há quase três anos”.
A resposta provocou novo comunicado de Šmerda, que acusou Filth de usar questões pessoais — como problemas de saúde de sua mãe e o aborto espontâneo sofrido pelo casal — para despertar simpatia pública. Ele reiterou que o vocalista ignorou tentativas de resolver conflitos internamente e reforçou:
“Nosso objetivo era melhorar o tratamento das pessoas que continuam servindo na banda.”
A disputa, antes restrita às redes, agora se transforma em uma ação judicial que promete desdobramentos longos e possivelmente decisivos para os bastidores do Cradle of Filth.
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