ESTUDO revela que tocar INSTRUMENTO MUSICAL ajuda a manter o cérebro jovem

Pesquisadores apontam que a prática musical pode retardar o envelhecimento cognitivo e melhorar a capacidade de foco em ambientes desafiadores

Redação - SOM DE FITA

9/9/2025

A música sempre foi vista como uma forma de expressão, arte e conexão emocional. No entanto, estudos recentes vêm mostrando que seus benefícios vão muito além do prazer estético. Uma nova pesquisa realizada em conjunto por especialistas do Canadá e da China revelou que aprender a tocar um instrumento musical pode ser uma verdadeira arma contra o envelhecimento cerebral. Os resultados indicam que, ao longo da vida, a prática musical funciona como uma espécie de proteção contra o declínio cognitivo, mantendo a mente mais jovem, ágil e eficiente.

Publicado na respeitada revista PLOS Biology, o estudo abre novas perspectivas para o uso da música como ferramenta terapêutica, especialmente voltada para idosos que buscam preservar a memória, o raciocínio e a capacidade de concentração.

Música e envelhecimento: como funciona a proteção cerebral

De acordo com os pesquisadores, pessoas que tiveram contato frequente com instrumentos musicais apresentam uma performance cognitiva diferenciada, mesmo em situações complexas. Um dos exemplos citados no estudo mostra que adultos mais velhos com anos de prática musical conseguem compreender melhor a fala em ambientes barulhentos, como festas ou restaurantes cheios, do que aqueles que nunca tocaram.

Outro ponto interessante é que o cérebro desses músicos exige menos energia para se concentrar em tarefas cognitivas. Em outras palavras, ele trabalha de forma mais eficiente e com um desempenho semelhante ao de pessoas mais jovens. Essa vantagem é chamada pelos cientistas de “reserva cognitiva”, um conceito que descreve a capacidade do cérebro de se adaptar e manter a clareza mental mesmo diante do envelhecimento natural.

O estudo indica que essa reserva não depende do nível de habilidade musical. Ou seja, não é necessário ser um virtuose no piano ou um guitarrista de renome para obter benefícios. A prática constante, com cerca de 12 horas semanais de treino, já é suficiente para gerar mudanças significativas no funcionamento cerebral.

O que dizem os especialistas sobre o impacto da música no cérebro

Um dos responsáveis pelo estudo, o Dr. Yi Du, da Academia Chinesa de Ciências, fez uma analogia para explicar como os cérebros de músicos mais velhos conseguem se manter em bom estado mesmo com o passar do tempo:

“Assim como um instrumento bem afinado não precisa ser tocado mais alto para ser ouvido, os cérebros de músicos mais velhos permanecem finamente ajustados graças a anos de treinamento.”

Essa metáfora reforça a ideia de que a prática musical atua como um afinador constante do cérebro, mantendo suas funções equilibradas e prontas para enfrentar os desafios do envelhecimento.

Os autores também destacaram que a música pode desempenhar um papel preventivo em relação a doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e demência. Ainda que a pesquisa não tenha como objetivo principal o estudo dessas condições, ela abre caminho para novas investigações que podem resultar em terapias complementares voltadas à saúde mental da população idosa.

Música como terapia: novas possibilidades para a saúde

A descoberta de que tocar instrumentos pode ser um aliado poderoso contra o declínio cognitivo reacende discussões sobre a importância da música no cotidiano e na saúde pública. Programas educativos e terapêuticos voltados para a prática musical já vêm sendo aplicados em alguns países, mas a pesquisa reforça a necessidade de ampliar essas iniciativas.

Em clínicas de reabilitação e centros de convivência para idosos, a música vem sendo usada não apenas como entretenimento, mas como ferramenta de estimulação mental. Os resultados observados indicam melhorias na memória, no humor e até no convívio social. Agora, com mais respaldo científico, cresce a expectativa de que políticas públicas e projetos comunitários possam adotar a prática musical como parte de estratégias de bem-estar para a terceira idade.

Além disso, vale ressaltar que os benefícios não se restringem apenas aos idosos. Jovens e adultos que mantêm contato frequente com instrumentos também podem colher frutos no futuro. A prática musical, segundo os pesquisadores, funciona como um investimento de longo prazo na saúde cerebral. Quanto antes se inicia, maiores tendem a ser os efeitos positivos ao longo da vida.

Conclusão

O estudo realizado por cientistas canadenses e chineses reforça algo que músicos já intuíram há muito tempo: a música não transforma apenas a alma, mas também fortalece o cérebro. Ao provar que tocar um instrumento pode manter a mente mais jovem e eficiente, a pesquisa abre caminho para novas terapias e incentiva a valorização da prática musical como ferramenta de saúde.

Mais do que um hobby, aprender a tocar violão, piano, flauta ou qualquer outro instrumento pode ser um ato de cuidado pessoal, com reflexos positivos que se estendem por toda a vida. A ciência, mais uma vez, confirma aquilo que a experiência cotidiana já mostrava: a música é uma das formas mais poderosas de manter corpo e mente em harmonia.

Alunos do Conservatório de Itatiba em 2024. Foto: Reprodução da Internet

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