
ENCRUZA chega ao SESC MADUREIRA com espetáculo potente sobre identidade, resistência e liberdade
Montagem do Sesc Pulsar 2025 une teatro e dança para discutir racismo, masculinidade e diversidade em cena
Redação - SOM DE FITA
10/16/2025




O espetáculo “Encruza” chega à capital fluminense para uma das apresentações mais aguardadas da circulação Sesc Pulsar 2025, no Sesc Madureira, no dia 18 de outubro, às 15h. A montagem, que já passou por cidades como São João de Meriti, Petrópolis, Barra Mansa, Niterói e Nova Friburgo, encerra a temporada com apresentações em Campos dos Goytacazes (24 de outubro) e Teresópolis (14 de novembro).
Criado por quatro artistas pretos LGBTQIAPN+ — Eder Martins de Souza, Betho Pacheco, Luiz Monteiro e o ator convidado Zéza —, o projeto propõe uma travessia simbólica entre caminhos, escolhas e encontros. No centro da narrativa, a arte surge como ferramenta de combate ao preconceito e à intolerância.
A encruzilhada como símbolo de encontros e ancestralidade
“Encruza” leva ao palco quatro homens pretos de diferentes comunidades do Rio e de São Paulo, com idades entre 40 e 60 anos, que se encontram em uma encruzilhada física e psicológica. Esse ponto de convergência se torna um território de partilha de memórias, dores e superações, onde o passado, o presente e o futuro se entrelaçam.
A dramaturgia e direção de Eder Martins de Souza apostam em um formato híbrido entre teatro e dança, ampliado pelas composições coreográficas de Betho Pacheco e Luiz Monteiro. O resultado é uma experiência sensorial e política, na qual o corpo se torna veículo de expressão das identidades e das lutas que atravessam os personagens.
Na sinopse, quatro desconhecidos se encontram na esquina imaginária das ruas Adinkra e Sankofa, nomes que remetem à simbologia africana. Ali, eles percebem que esperam por uma mesma pessoa — coincidência ou destino? Enquanto aguardam, compartilham vivências sobre racismo, masculinidade, sexualidade e ancestralidade. A peça propõe um mergulho profundo nas questões identitárias que moldam a realidade de corpos negros e dissidentes no Brasil contemporâneo.
Com 80 minutos de duração e classificação indicativa de 16 anos, “Encruza” convida o público a refletir sobre os cruzamentos que formam as subjetividades humanas e a importância da escuta, da empatia e da representatividade. Além disso, todas as apresentações contam com intérpretes de Libras, reafirmando o compromisso da produção com a acessibilidade e inclusão.
Arte e movimento como instrumentos de transformação social
A força do espetáculo está não apenas no texto e nas atuações, mas na fusão das linguagens artísticas. A coreografia, conduzida por Betho Pacheco e Luiz Monteiro, traduz em gestos as dores e resistências dos personagens, transformando o palco em uma verdadeira encruzilhada de corpos, ritmos e emoções.
Segundo a equipe, a montagem é também uma resposta poética à violência estrutural e aos estigmas enfrentados por homens pretos e LGBTQIAPN+. “Encruza mostra o quanto a arte é uma das ferramentas mais potentes no combate ao preconceito e à intolerância”, afirmam os criadores.


O projeto foi selecionado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, iniciativa do Sesc Rio que incentiva produções artísticas em diferentes linguagens e regiões do estado. A circulação em múltiplas cidades fluminenses tem o objetivo de democratizar o acesso à arte, fortalecer a representatividade e estimular a reflexão coletiva sobre temas urgentes.
No palco, Betho Pacheco e Luiz Monteiro unem suas experiências de décadas nas artes cênicas e na dança negra contemporânea. Pacheco é ator, bailarino e fundador do Coletivo Negraação, com passagem pelo AfroReggae e uma sólida trajetória na formação de artistas. Monteiro, por sua vez, é pesquisador, mestre em administração e integrante da Companhia Rubens Barbot Teatro de Dança, uma das mais importantes companhias negras do país.
Já Eder Martins de Souza, responsável pela dramaturgia e direção, iniciou a carreira ainda criança e participou de produções televisivas e teatrais marcantes, como “Caça Talentos” e “Canto Negro”. Sua condução no espetáculo reforça o papel da direção como mediadora entre o coletivo e as narrativas individuais.
O elenco se completa com o ator convidado Zéza, artista multifacetado, cantor, compositor e poeta. Ele traz ao espetáculo uma nova camada de sensibilidade e musicalidade, aprofundando as conexões entre palavra, corpo e som.
Sesc Pulsar 2025: um palco para a diversidade e a resistência
O Sesc Pulsar 2025 reafirma seu papel como plataforma de valorização da cultura e da diversidade. Com produções que percorrem o estado, o projeto estimula o diálogo entre artistas e comunidades, promovendo encontros transformadores.
“Encruza” é um exemplo emblemático dessa proposta. Mais do que uma peça, é um manifesto artístico que celebra a potência das identidades plurais. A encenação dialoga diretamente com o público, quebrando barreiras entre cena e plateia e convidando cada espectador a reconhecer suas próprias encruzilhadas pessoais e sociais.
Após a apresentação em Madureira, o espetáculo segue para Campos dos Goytacazes, no dia 24 de outubro, às 19h, e encerra a temporada em Teresópolis, no dia 14 de novembro, às 19h30. Os ingressos são gratuitos e disponibilizados nas próprias unidades do Sesc na semana do evento, com tolerância de 15 minutos após o início da sessão.
Com um corpo técnico formado por profissionais de destaque — como Hebert Said (luz), Adílson Junior (trilha sonora), Wanderley Gomes (figurino e cenografia) e Phaedra Lessa (produção executiva) —, “Encruza” se consolida como uma obra de excelência estética e relevância social.
Uma travessia entre arte, ancestralidade e liberdade
Mais do que um espetáculo, “Encruza” é um ato de afirmação e resistência. Ao colocar homens pretos e LGBTQIAPN+ como protagonistas de suas próprias narrativas, a peça amplia a representação de corpos historicamente marginalizados no teatro brasileiro.
Em cada gesto e palavra, o público é convidado a refletir sobre as múltiplas dimensões da identidade, da espiritualidade e da convivência. A “encruza” que dá nome à obra não é apenas um espaço simbólico, mas um lugar de encontro e escolha, onde o autoconhecimento e a escuta se tornam formas de liberdade.
O Sesc Madureira, ao sediar essa apresentação, reforça seu compromisso com a diversidade e com a promoção de projetos que unem arte e consciência social. O espetáculo se torna, assim, um convite aberto para que o público fluminense viva uma experiência de arte viva, potente e transformadora.
“Venham encontrar com a gente nesta travessia cênica entre caminhos, escolhas e encontros!”, convida o elenco.
Serviço:
📍 Espetáculo “Encruza” – Circulação Sesc Pulsar 2025
📅 18 de outubro de 2025 (sábado), às 15h
📍 Sesc Madureira – Rua Ewbanck da Câmara, nº 90 – Madureira, Rio de Janeiro – RJ
🎟️ Ingressos gratuitos, retirados na unidade na semana da apresentação
🔞 Classificação indicativa: 16 anos (menores acompanhados de responsáveis)
📱 Instagram: @encruza.espetaculo
Conclusão
“Encruza” não é apenas teatro — é corpo, voz e história em movimento. Ao unir quatro artistas pretos e LGBTQIAPN+ em uma narrativa sobre encontros e escolhas, o espetáculo reafirma o poder da arte como espelho e ferramenta de transformação. No Sesc Pulsar 2025, essa travessia ganha ainda mais força, lembrando que a cultura é, acima de tudo, um território de resistência, memória e liberdade.

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