DIRK VERBEUREN lança o PRIMEIRO ÁLBUM de seu projeto BENT SEA

O baterista do Megadeth apresenta “The Dormant Ruin”, registro que mistura grindcore, death e industrial e chega em setembro de 2025

Redação - SOM DE FITA

8/19/2025

O universo da música extrema ganhará um lançamento aguardado há anos. O baterista Dirk Verbeuren, integrante do Megadeth e ex-Soilwork, confirmou que seu projeto paralelo BENT SEA finalmente terá um álbum completo de estúdio. O disco, intitulado The Dormant Ruin, será lançado em setembro de 2025 pelo selo Give Praise Records e já se encontra em pré-venda. Com produção de Daniel Bergstrand — nome conhecido por trabalhos com Meshuggah e Dark Funeral — e participações de músicos consagrados, o álbum promete ser um dos marcos do metal extremo no próximo ano.

Da estreia com “Noistalgia” ao retorno em grande estilo

O BENT SEA surgiu em 2011, quando Verbeuren decidiu experimentar fora da bateria. O músico, que já havia tocado guitarra em outras fases da carreira, lançou o EP Noistalgia, uma homenagem direta às origens do grindcore. O material contou com Sven de Caluwé (Aborted) nos vocais e participação especial de Devin Townsend. Pouco depois, Shane Embury (Napalm Death) entrou para assumir o baixo.

Entre 2011 e 2015, o BENT SEA lançou splits e a série Instagrind, repleta de participações de peso, mas depois entrou em silêncio. Em entrevistas, Verbeuren sempre deixou claro que o projeto não tinha planos de carreira ou pressões externas. Como afirmou em 2016: “BENT SEA é algo espontâneo, sem qualquer plano de negócios. A ideia desde o início foi basicamente ‘sem pressão’ e pretendo manter assim.”

Agora, quase uma década depois, o retorno vem com força total. The Dormant Ruin reúne 20 faixas em 33 minutos, condensando toda a velocidade e brutalidade do grindcore com elementos de death, black e industrial. A proposta é direta: músicas curtas, intensas e cheias de dissonância. Para os fãs do estilo, o lançamento resgata a essência da violência sonora, mas também apresenta novas camadas de experimentação.

Em 2012, Dirk havia explicado como tudo começou: “Aconteceu meio que por acaso. Eu costumava tocar guitarra, mas nos últimos anos meu foco estava exclusivamente na bateria. Minha esposa vinha me encorajando a escrever minha própria música, então decidi tentar. O resultado acabou sendo o BENT SEA.”

“The Dormant Ruin”: colaborações, produção e conceito

Produzido por Daniel Bergstrand, o álbum se beneficia de uma sonoridade que alia peso e clareza. O resultado é um disco que transmite a brutalidade esperada, mas com nuances bem definidas. Além disso, o trabalho conta com convidados de alto nível: Kevin Sharp (Venomous Concept, ex-Brutal Truth), John Cooke (Napalm Death, Venomous Concept) e Sylvain Coudret (Soilwork, Scarve).

O clipe de A Scopic Radiance já foi divulgado e dá um vislumbre do impacto sonoro que o álbum trará. A banda descreve o registro como um ataque implacável: “Assim como a fúria inevitável da natureza, ninguém sairá ileso após ouvir ‘The Dormant Ruin’.”

A escolha do nome BENT SEA também reflete esse caráter apocalíptico. Em declaração sobre a origem, Verbeuren revelou: “Foi tirado de uma canção da dupla britânica experimental ENDVRA, que encontrei por acaso nos meus dias de troca de fitas. A música deles não tem absolutamente nada a ver com grindcore, mas de alguma forma o nome BENT SEA surgiu na minha mente. Eu gosto porque é atípico e evoca imagens apocalípticas que ecoam a intensidade da minha música.”

O tracklist completo inclui títulos como From The Beast’s Mouth, Tidal Fire, Meat Trade Misery e a faixa-título The Dormant Ruin. Cada composição reforça a ideia de condensar agressividade em poucos minutos, mantendo a energia em alta durante todo o álbum.

Dirk Verbeuren: um baterista de respeito dentro e fora do Megadeth

Aos 50 anos, o belga radicado em Los Angeles já é considerado um dos grandes nomes da bateria no metal. Antes de se juntar ao Megadeth em 2016, Verbeuren passou mais de uma década no Soilwork, consolidando seu estilo preciso e agressivo. Sua entrada na banda de Dave Mustaine foi para substituir Chris Adler (Lamb of God), que chegou a afirmar que Dirk era “provavelmente um dos três melhores bateristas do mundo”.

Dave Mustaine também sempre elogiou sua personalidade, destacando em entrevista à rádio KATT Rock 100.5 FM: “Dirk é uma das pessoas mais agradáveis e fáceis de lidar que já conheci na vida. Eu chego perto dele e ele sorri, se inclina para frente e me dá um tapinha nas costas. Ele sempre pergunta: ‘Como você está, amigo?’. Eu posso dizer qualquer coisa e ele responde: ‘Ah, tudo bem, amigo’, sorrindo e me dando um tapinha, porque ele é simplesmente um cara feliz. Eu nunca, nunca, nunca o vi sem sorrir.”

Esses depoimentos reforçam não apenas a qualidade técnica de Verbeuren, mas também sua postura colaborativa, algo que se reflete diretamente no BENT SEA.

Com The Dormant Ruin, o baterista mostra que continua expandindo horizontes criativos, explorando não apenas a força da bateria, mas também seu lado compositor e guitarrista. O álbum chega como prova de que, mesmo após anos no metal, ainda há espaço para novas ideias e para o resgate das raízes mais extremas do gênero.

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