A Netflix anunciou para o dia 19 de agosto a estreia de DEVO, novo documentário dedicado à trajetória da icônica banda americana de art punk. A produção chega à plataforma em um momento especial: a turnê de despedida do grupo, batizada de “Cosmic De-Evolution Tour”.

Dirigido por Chris Smith — o mesmo responsável por Fyre e American Movie —, o filme fez sua primeira exibição no Festival de Sundance 2024 e será disponibilizado mundialmente via streaming. A promessa é de um mergulho completo na história do Devo, com imagens de arquivo inéditas e entrevistas exclusivas com os integrantes, além de outras figuras importantes que ajudaram a construir a identidade do grupo.

O documentário remonta os primeiros passos do Devo na cena alternativa dos Estados Unidos, ainda nos anos 1970, tendo como ponto de partida os conflitos sociais e o trauma causado pelos tiroteios da Universidade de Kent State, em 1970. É nesse contexto que Mark Mothersbaugh, Gerald Casale e companhia começaram a elaborar sua proposta musical e visual baseada na ideia de “desevolução” — uma crítica irônica à sociedade contemporânea.

Com sua mistura de crítica social, performance provocativa e sonoridades fora da curva, o Devo ajudou a moldar o caminho da new wave e do art punk. Seu primeiro álbum, Q: Are We Not Men? A: We Are Devo! (1978), é considerado uma obra-prima da música alternativa, e o hit “Whip It” levou o grupo a um novo patamar de popularidade nos anos 1980.

Além do documentário, o Devo também está preparando uma série especial de relançamentos no YouTube. Com o nome Devolutionary Times, o projeto vai disponibilizar versões restauradas de seus videoclipes mais marcantes. A iniciativa começa com o curta-metragem cult “The Truth About De-Evolution” e terá duas atualizações semanais até novembro.

Enquanto isso, a banda continua sua turnê de despedida, passando por diversas cidades dos EUA, com shows ao lado dos B-52s e até uma apresentação especial como banda de abertura do My Chemical Romance em Chicago. Aos 50 anos de estrada, o Devo segue firme como referência máxima do inconformismo musical — e, embora ainda não tenha sido incluído no Hall da Fama do Rock, já deixou sua marca como um dos grupos mais vanguardistas e criativos da história.

“A história da banda é mais relevante hoje do que nunca. O conceito de ‘desevolução’ nunca pareceu tão atual”, comentou o diretor Chris Smith durante o festival.

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