Poucas bandas conseguiram manter uma trajetória tão duradoura e relevante quanto o Deep Purple. Com mais de cinco décadas de história, a lendária formação britânica atravessou gerações, redefiniu o hard rock e continua a surpreender os fãs. Em recente entrevista, o baixista Roger Glover deixou claro que, apesar da idade avançada dos integrantes, o grupo segue firme, criativo e disposto a entregar mais música nova ao público. O anúncio de que um novo álbum deve chegar em 2026 é mais uma prova de que a banda ainda não cogita parar.

Um Novo Capítulo na Discografia do Deep Purple

Durante participação no programa “Trunk Nation With Eddie Trunk”, transmitido pela SiriusXM, Roger Glover revelou que o Deep Purple está em um momento de menor intensidade em relação às turnês, mas altamente ativo em estúdio. Segundo ele, a banda já trabalha em composições inéditas que darão origem ao próximo álbum, previsto para 2026. A novidade vem na sequência de “=1”, lançado em julho de 2024 e que foi bem recebido tanto pela crítica quanto pelos fãs, mantendo o grupo em evidência mesmo após tantos anos de estrada.

A declaração de Glover reforça a importância da criatividade dentro do Deep Purple, que nunca se acomodou em repetir fórmulas. O baixista afirmou que o foco é encontrar novos caminhos dentro do hard rock, sem perder a identidade: “A ideia não é se repetir, mas encontrar novas maneiras de ser uma banda de hard rock”. Essa visão explica como a banda conseguiu se reinventar diversas vezes ao longo de sua carreira, atravessando mudanças de formação, tendências musicais e transformações na indústria fonográfica.

Além disso, Glover destacou que a prioridade continua sendo a música, e não os lucros de grandes eventos de despedida. “Prefiro apenas tocar, tocar e tocar, e de repente não estamos tocando. Não precisamos sair com uma fanfarra”, declarou, deixando claro que o futuro da banda não passa por estratégias comerciais, mas sim pela paixão de seguir em frente.

Sem Turnê de Despedida: A Filosofia de Continuar Tocando

Em meio às especulações sobre aposentadoria, Glover fez questão de esclarecer que o Deep Purple não tem planos de anunciar uma turnê final. O baixista explicou que esse tipo de anúncio acaba gerando uma pressão desnecessária, que não combina com a filosofia do grupo. Para ele, é mais honesto continuar tocando até o momento em que a banda naturalmente decida parar, sem necessidade de criar um “último show” como marco.

Essa postura já havia sido confirmada anteriormente pelo vocalista Ian Gillan. Em agosto, ele explicou que a chamada “Long Goodbye Tour” nasceu mais como uma jogada dos promotores do que um desejo real do grupo em se despedir dos palcos. Gillan foi direto ao afirmar que não há qualquer intenção de parar: a agenda da banda está preenchida até o fim de 2026, com shows que continuam atraindo multidões.

Mesmo com os integrantes chegando à casa dos 80 anos – Gillan completou 80 recentemente, e Glover atinge a marca em novembro – o Deep Purple mantém a vitalidade em suas apresentações. Para Glover, essa energia vem justamente da paixão pelo que fazem: “Certamente tocando ao vivo e em estúdio, ainda estamos no auge”.

Esse fôlego também mostra que a banda não se vê como um “ato nostálgico”, apenas revisitando os sucessos do passado. O compromisso é seguir oferecendo material inédito e relevante, equilibrando clássicos consagrados com novas criações.

Vitalidade no Palco e Legado em Construção

Ao longo de sua carreira, o Deep Purple escreveu algumas das páginas mais importantes da história do rock. Álbuns como “Machine Head” (1972) e músicas como “Smoke on the Water” e “Highway Star” se tornaram hinos atemporais, mas o grupo não se contenta em viver apenas da glória passada. O anúncio de mais um disco comprova a busca constante por evolução, mesmo em uma fase em que muitos contemporâneos já se aposentaram.

Essa vitalidade se reflete também nas turnês, que continuam movimentando fãs em diferentes partes do mundo. O Deep Purple consegue atrair tanto os ouvintes mais antigos, que acompanharam a banda desde os anos 1970, quanto novas gerações que descobrem o som por meio das plataformas digitais. Esse diálogo entre tradição e renovação é um dos segredos para a longevidade da banda.

Com a confirmação de um novo álbum e uma agenda cheia até 2026, o grupo mostra que ainda tem muito a entregar. Mais do que uma despedida, o Deep Purple parece escrever um novo capítulo de sua trajetória, reafirmando sua relevância no cenário musical global.

Conclusão

O recado de Roger Glover foi direto: o Deep Purple não está preocupado em criar uma “última dança”. O foco é a música, a criatividade e a conexão com o público. Com um novo álbum previsto para 2026 e uma agenda lotada, a banda segue como um exemplo raro de longevidade e vitalidade no rock. Para os fãs, a mensagem é clara: ainda há muito mais Deep Purple pela frente, e a chama que começou nos anos 1960 continua iluminando o caminho.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

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