
D$ LUQI lança manifesto sonoro com o álbum A ODISSÉIA DO NEGUINHO VIOLENTO E VINGATIVO
Novo trabalho do artista traz estética agressiva, narrativa política e mistura de influências do trap, funk e rock
Redação - SOM DE FITA
9/1/2025






Lançado no dia 8 de agosto, o mais recente álbum de D$ Luqi chega para romper barreiras dentro do cenário musical. A Odisséia do Neguinho Violento e Vingativo não se apresenta como apenas mais um disco, mas sim como um manifesto artístico carregado de revolta, identidade e sobrevivência. Com sonoridade densa e letras afiadas, o trabalho coloca o artista em um patamar de destaque entre aqueles que transformam vivências pessoais em expressão coletiva.
“Esse álbum tem muitas camadas. É basicamente a minha vivência, minha história, minha luta. Eu tinha muita coisa engasgada, sentimentos reprimidos, pensamentos que nunca foram ouvidos”, declarou Luqi em entrevista. A força dessas palavras se traduz em um disco que não suaviza a realidade e utiliza a violência como combustível criativo.
A construção sonora e visual do álbum
O novo projeto de D$ Luqi mergulha profundamente no hard trap, explorando batidas pesadas, sirenes, distorções e texturas industriais que reforçam a atmosfera urbana e sufocante que ele deseja transmitir. Apesar dessa base agressiva, o álbum também abre espaço para transições naturais entre o funk e camadas de drumless, criando momentos que lembram trilhas sonoras de rituais.
Essa ambientação musical dialoga com a estética visual do projeto, que se apoia em referências à cultura underground. O trabalho incorpora elementos de zines punk, lambe-lambes, colagens em VHS e a crueza estética do grunge, dando à obra um caráter ainda mais contestador. “Sempre fui envolvido com música. Durante a adolescência, tive banda de garagem. Foi o nu metal que me fez a ponte pro rap”, contou o artista, revelando como suas influências múltiplas ajudaram a moldar a identidade do álbum.
A união desses elementos cria um universo em que o som e a imagem caminham lado a lado, reforçando a mensagem de resistência e provocação.
Rap como ferramenta de confronto
Mais do que narrar sua própria trajetória, D$ Luqi busca gerar desconforto e reflexão no público. Para isso, aposta em um rap construído na fricção, sem receio de encarar as tensões sociais. “Não há mudança sem revolta. Quanto mais o tempo passa, mais eu sinto o peso da responsabilidade de cativar tanta gente. Se eu consigo fazer eles dançarem, também consigo fazer eles refletirem”, explicou.
Cada faixa do álbum foi pensada como parte de um roteiro, compondo uma narrativa contínua que cresce em intensidade a cada música. “Eu não queria que houvesse ruído na mensagem. Com o passar do álbum, as temáticas vão ficando mais densas até chegar no ápice da coisa toda, que é a última faixa”, afirmou o artista. Essa estrutura cinematográfica reforça o caráter de manifesto que permeia todo o projeto.
A contundência das letras e a densidade das produções confirmam a intenção de D$ Luqi de usar a música como arma política, transformando arte em resistência.
A trajetória e os próximos passos de D$ Luqi
Natural de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, D$ Luqi já ultrapassou a marca de 100 milhões de streams, consolidando uma carreira marcada pela autenticidade e pela experimentação. Sua obra mistura espiritualidade, dor, revolta e lirismo ácido, sempre desafiando fórmulas prontas do mercado. Com dois álbuns impactantes lançados em sequência, ele demonstra não apenas consistência criativa, mas também inquietação artística.
Essa inquietude já aponta para o futuro. “Eu sou como os meus instrumentais: uma metamorfose ambulante. Muito provavelmente, o próximo projeto vai ter uma vibe totalmente diferente desses últimos. Mas a mensagem segue. Se pelo menos uma semente germinar, eu já tô feliz”, declarou, deixando claro que sua arte continuará se transformando, sem perder o propósito de provocar reflexão.
Foto: Divulgação
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