
DAVID ELLEFSON revela: MEGADETH quase regravou músicas do METALLICA.
Ex-baixista comenta proposta de Dave Mustaine de revisitar faixas da demo “No Life ‘Til Leather” e desabafa sobre conflitos internos que levaram à sua saída da banda
Redação - SOM DE FITA
8/5/2025




Em um episódio recente de seu podcast, David Ellefson, ex-baixista do Megadeth, trouxe à tona uma história pouco conhecida sobre os bastidores da banda. Segundo ele, Dave Mustaine, líder e fundador do grupo, queria regravar músicas do Metallica que foram compostas ainda durante sua passagem pela banda de James Hetfield. Essa intenção incluía nada menos que a famosa demo No Life ‘Til Leather, de 1982, que contém algumas das primeiras composições da história do Metallica.
A revelação, feita de forma espontânea durante a conversa, expôs não apenas os planos de Mustaine, mas também parte das tensões que marcaram os últimos anos de Ellefson no Megadeth.
A ideia de Mustaine: reviver o passado com novas gravações
Ellefson contou que a proposta surgiu em 2018, quando a banda se preparava para uma nova turnê. Ele explicou que ficou surpreso ao ouvir a ideia de Mustaine de regravar as faixas da demo clássica.
“Houve conflitos por todo o caminho, e para mim, começou em 2018. Começamos uma turnê em Oslo e Dave disse que queria regravar a demo ‘No Life ‘Til Leather’, do Metallica. Eu pensei: ‘Você está brincando comigo? É aqui que estamos? Depois de todo esse tempo? Deveríamos estar compondo um novo álbum e novas músicas.’ Pensei: ‘Não estou a fim disso’”, declarou Ellefson.
Ele ainda reforçou que, por mais que gostasse das músicas, a proposta não era algo que o motivava artisticamente. “Por mais divertido que fosse tocar essas músicas, porque essa é uma das minhas gravações favoritas do Metallica, não era o que eu desejava. Desculpe. Não pude beijar o anel por essa. Estou fora”, completou.
Tensões internas e a saída de Ellefson
A revelação de Ellefson também trouxe à tona parte do desgaste que culminou na sua saída do Megadeth. O baixista foi desligado da banda em 2023, em meio a um escândalo pessoal, mas agora afirma que os problemas começaram bem antes disso.
“Foi aí que eu acho que o nosso problema começou. Quando começamos a gravar o álbum The Sick, the Dying… and the Dead! (2022), ele sabia que eu não estava disposto a simplesmente dizer ‘Sim, Dave’ e seguir em frente com essa merda. Então, eventualmente, eu saí da banda. E assim foi. Bandas são o que são, e é o que é”, desabafou.
Ellefson também disse que sequer chegou a ouvir as regravações, com exceção de uma faixa que ganhou videoclipe, e admitiu que esse trabalho ainda lhe traz sentimentos ruins. “Infelizmente, não ouvi [a demo do Metallica], a não ser por uma música que tinha um videoclipe. É um trabalho que me traz sentimentos ruins. Não apenas por ter sido mandado embora, mas por tudo que o envolve”, afirmou.
A importância da demo “No Life ‘Til Leather”
Lançada originalmente em 1982, No Life ‘Til Leather é uma peça histórica para os fãs do Metallica. A demo apresentou ao mundo faixas que se tornariam clássicos, como “Hit the Lights”, “Motorbreath”, “Seek & Destroy”, “Metal Militia”, “Jump in the Fire” e “Phantom Lord”.
Um dos destaques é a música “The Mechanix”, escrita por Mustaine e posteriormente regravada pelo Metallica sob o título “The Four Horsemen”. O próprio Megadeth também lançou a faixa, mas mantendo o nome original.
A formação do Metallica na época contava com James Hetfield (vocais e guitarra), Lars Ulrich (bateria), Ron McGovney (baixo) e Dave Mustaine (guitarra solo). Pouco depois, McGovney seria substituído por Cliff Burton, e Mustaine seria demitido, dando origem à fundação do Megadeth.
Um capítulo curioso na rivalidade histórica
A revelação de Ellefson reacende as discussões sobre a relação conturbada entre Mustaine e seus ex-companheiros de banda. A rivalidade entre Metallica e Megadeth é um dos capítulos mais conhecidos do heavy metal, mas também rendeu grandes contribuições para o gênero.
Regravar faixas da demo seria, para muitos fãs, um ato simbólico de resgate — ou até mesmo de reconciliação com aquele período inicial. Para outros, como o próprio Ellefson, a proposta pareceu um retrocesso artístico.
Independentemente da opinião, a história mostra que, mesmo décadas depois, os primeiros passos de Mustaine no Metallica ainda ecoam profundamente no trabalho do Megadeth.
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