DAVID COVERDALE anuncia aposentadoria e encerra oficialmente sua jornada nos palcos

Vocalista do Whitesnake confirma decisão após cinco décadas de carreira e coloca fim a um dos capítulos mais longevos do hard rock

Redação - SOM DE FITA

11/14/2025

Aos 74 anos, David Coverdale decidiu que chegou a hora de desacelerar. O vocalista, conhecido mundialmente por sua trajetória no Whitesnake e por seu período no Deep Purple nos anos 70, confirmou nesta quinta-feira (13) que está se aposentando da música ao vivo. A notícia, embora esperada por alguns fãs devido às recentes questões de saúde, marca um momento significativo na história do hard rock, encerrando uma carreira que atravessou diferentes fases da indústria e testemunhou mudanças profundas no cenário musical.

O anúncio foi feito pelo próprio cantor em um vídeo divulgado em seu canal no YouTube. Em pouco mais de seis minutos, Coverdale conversou diretamente com o público, agradeceu a parceria de décadas e compartilhou impressões sinceras sobre o encerramento dessa etapa. A decisão não foi apresentada como dramática, mas como um movimento natural de alguém que dedicou mais de cinquenta anos ao palco, à estrada e ao estúdio — e que agora deseja viver um outro ritmo de vida.

Apesar de ser um nome central na formação de parte da estética do hard rock, Coverdale manteve um posicionamento tranquilo ao comunicar sua saída de cena. Sem anúncios grandiosos ou expectativas irreais, ele apenas registrou sua despedida.

A decisão anunciada diretamente aos fãs

No vídeo divulgado na tarde desta quinta (13), David Coverdale explicou abertamente a motivação por trás da aposentadoria. Sem rodeios, afirmou: “Depois de mais de 50 anos de uma jornada incrível com vocês, com o Deep Purple, com o Whitesnake, com Jimmy Page... chegou a hora de pendurar meus sapatos plataforma de rock and roll e minhas calças jeans justíssimas.”

A fala, apesar de bem-humorada, sintetiza o sentimento do cantor sobre o fim de um ciclo. Não há uma tentativa de criar suspense, nem um discurso de superlativismo; há apenas a constatação de que o tempo, a saúde e a vontade pessoal pesaram na decisão.

Ao longo do vídeo, Coverdale reforça sua gratidão pelos músicos com quem trabalhou, pelos profissionais de estrada e, principalmente, pelos fãs que acompanharam suas diferentes fases — dos primeiros anos com o Deep Purple até a consolidação do Whitesnake como uma das bandas mais conhecidas do hard rock. A mensagem termina com um simples e direto “Adeus”, indicando que ele pretende encerrar esse capítulo sem promessas de retornos ocasionais.

A forma discreta, porém clara, com que Coverdale se despede, contrasta com um mercado que muitas vezes transforma despedidas em grandes espetáculos. Aqui, o tom é mais pessoal, mais íntimo, e sem a intenção de prolongar algo que ele próprio considera encerrado.

Assista ao comunicado abaixo.

Saúde, limites e um processo que já vinha se delineando

A aposentadoria de David Coverdale não surge exatamente como uma surpresa para quem acompanha sua carreira de perto. Nos últimos anos, questões de saúde passaram a afetar sua presença constante nos palcos. Em 2022, por exemplo, o Whitesnake precisou cancelar uma turnê norte-americana ao lado do Scorpions devido a uma infecção respiratória que atingiu o vocalista e o deixou impossibilitado de seguir com as apresentações.

Essas pausas forçadas contribuíram para que muitos fãs levantassem dúvidas sobre a continuidade da banda ao vivo. Coverdale, por sua vez, sempre manteve uma postura transparente em relação à saúde, explicando quando necessário, mas sem buscar dramatizar a situação. O desgaste físico, natural para alguém que passou décadas viajando e se apresentando, reforçou a percepção de que o encerramento da carreira ao vivo poderia ser apenas uma questão de tempo.

Com a confirmação oficial, o vocalista evita alimentar expectativas de “últimos shows”, turnês de despedida prolongadas ou retornos episódicos. Ele afirma no vídeo que deseja apenas aproveitar a aposentadoria, indicando que não pretende manter compromissos de palco daqui para frente.

Um legado que atravessa eras, mas sem mistificar o passado

David Coverdale deixa os holofotes acumulando uma trajetória marcante dentro do rock, mas sua saída não é tratada pelo próprio como uma ruptura abrupta ou como a queda de um monumento. É apenas o fim de um capítulo longo, multifacetado e cheio de fases diferentes. Sua participação no Deep Purple entre 1973 e 1976 marcou o início de sua projeção internacional, enquanto o Whitesnake — criado logo após sua saída da banda — consolidou seu nome como um dos principais frontmen do hard rock dos anos 80.

Ainda assim, Coverdale evita transformar essa história em uma narrativa grandiosa. Ao longo dos anos, sempre falou sobre sua carreira com pragmatismo, lembrando dos acertos, mas também das dificuldades e decisões que moldaram sua caminhada.

O legado que deixa para trás tem menos a ver com a ideia de “lendário” e mais com o impacto real que sua música teve em diferentes gerações. O Whitesnake emplacou sucessos globais, explorou fases distintas e conseguiu atravessar mudanças no mercado fonográfico. Já sua parceria com Jimmy Page, no disco “Coverdale–Page”, mostrou outra faceta de sua voz e composição.

Agora, com a aposentadoria anunciada, Coverdale encerra sua participação ativa na indústria sem criar expectativas sobre futuras gravações, documentários ou movimentações especiais. Ele simplesmente deixa o palco — e deixa que as músicas continuem falando por si, como sempre fizeram.

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