Cor dos Olhos lança álbum de estreia e prepara turnê: um novo capítulo para ex-integrantes do Selvagens à Procura de Lei

Trio cearense aposta em identidade própria após ruptura com Gabriel Aragão e leva ao público um disco que mistura introspecção e energia pop rock

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Redação - SOM DE FITA

7/30/2025

A cena musical brasileira tem um novo nome para ficar de olho: Cor dos Olhos. O trio formado por Caio Evangelista (baixo e voz), Nicholas Magalhães (bateria) e Rafael Martins (guitarra) lança nesta quinta-feira (31) o seu primeiro álbum, homônimo, e se prepara para embarcar em uma turnê nacional que já começa nesta sexta-feira (1º), em Santa Rita do Sapucaí (MG). A estreia marca o início de um ciclo importante para os músicos, que decidiram trilhar um novo caminho após uma ruptura marcante com a banda Selvagens à Procura de Lei, onde construíram grande parte de sua trajetória.

Da turbulência ao recomeço: como nasceu o Cor dos Olhos

A história do Cor dos Olhos é marcada por superação e reinvenção. Desde 2009, Caio, Nicholas e Rafael faziam parte do Selvagens à Procura de Lei, um dos grupos mais relevantes do pop rock nacional dos últimos anos. A banda cearense conquistou espaço no cenário independente com uma mistura de letras reflexivas, melodias marcantes e uma postura autêntica no palco, tornando-se referência para uma geração de fãs.

No entanto, em julho de 2024, as tensões internas chegaram a um ponto crítico. De acordo com o trio, a convivência com Gabriel Aragão — vocalista e um dos fundadores dos Selvagens — tornou-se insustentável. Aragão anunciou, de maneira unilateral, que a banda entraria em hiato, surpreendendo os colegas de grupo. “Foi um choque para todos nós, porque não houve diálogo. A decisão simplesmente aconteceu”, relataram em entrevistas.

O desfecho levou cada lado a seguir caminhos diferentes: Gabriel Aragão reativou os Selvagens à Procura de Lei com outra formação, enquanto Caio, Nicholas e Rafael decidiram que a parceria entre eles ainda tinha muito a render. Assim nasceu o Cor dos Olhos — um projeto que mantém a essência do rock brasileiro contemporâneo, mas com novas influências e uma busca por identidade própria.

O álbum de estreia: um retrato da nova fase

O primeiro disco do Cor dos Olhos carrega o mesmo nome da banda e funciona como um cartão de visitas para apresentar sua nova proposta. Produzido por Luigi Sucena, o álbum foi gravado entre setembro de 2024 e maio de 2025 em três cidades diferentes: Fortaleza (CE), onde tudo começou; São Paulo (SP), ponto de encontro do mercado fonográfico brasileiro; e Valência (Espanha), mostrando a ambição do trio em explorar novas sonoridades e experiências de produção.

O repertório reúne as seis músicas lançadas anteriormente nos dois EPs apresentados no primeiro semestre: A curva, Banho de rosas e Cataventos (do primeiro EP) e Nuvens brancas, Fé em quê? e Símbolo infinito (do segundo). A elas se somam cinco faixas inéditas: 5 minutos, Canção para alguém ferido, Rouxinol, Te vi e Carne viva — esta última com o impactante verso “Agora que o ano virou, eu não quero mais ser dezembro”, que resume bem o espírito de renovação que permeia o projeto.

As composições mergulham em temas como introspecção, superação e esperança, sem perder a energia que sempre caracterizou o trabalho dos três músicos. “Esse álbum é sobre recomeçar sem medo de olhar para trás. Ele é, ao mesmo tempo, um fechamento de ciclo e uma porta aberta para tudo o que queremos fazer daqui para frente”, afirmou Caio Evangelista em entrevistas de divulgação.

A turnê que vai rodar o Brasil

Com o lançamento do álbum, o Cor dos Olhos prepara-se para encarar a estrada. A primeira apresentação acontece em Santa Rita do Sapucaí (MG), já nesta sexta-feira (1º). De acordo com o trio, a turnê vai passar por diversas capitais e cidades do interior ao longo dos próximos meses.

Os shows devem mesclar as músicas do álbum de estreia com releituras de sucessos que marcaram a trajetória dos músicos em seus trabalhos anteriores. “Queremos que o público veja no palco a energia dessas composições novas, mas sem perder de vista toda a história que construímos juntos”, comentou Rafael Martins.

O que esperar do Cor dos Olhos?

Mais do que apenas um novo projeto, o Cor dos Olhos representa uma afirmação artística. O trio busca consolidar seu espaço em um cenário musical que está em constante transformação, equilibrando referências do rock alternativo com uma pegada acessível que dialoga com o pop.

Ao mesmo tempo, a banda quer se reconectar com o público que os acompanhou no Selvagens à Procura de Lei. “Não estamos apagando o passado, mas construindo algo novo a partir dele. É como se disséssemos: isso somos nós agora”, explicou Nicholas Magalhães.

Um novo nome para acompanhar

O lançamento do álbum Cor dos Olhos e o início da turnê nacional marcam um momento decisivo para os três músicos. Eles entram nesta nova fase com a experiência de mais de uma década de carreira, mas também com a ousadia de quem não tem medo de começar de novo.

Com letras que equilibram dor e esperança e uma sonoridade que vai do intimista ao explosivo, o trio promete conquistar tanto os antigos fãs quanto aqueles que ainda estão descobrindo o seu trabalho. Para quem acompanha a cena do pop rock nacional, o Cor dos Olhos surge como uma das principais apostas de 2025.

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