Carol Kaye, ícone do baixo aos 90 anos, recusa entrar para o Hall da Fama do Rock

Lendária musicista diz que premiação "não reflete a verdade" sobre o trabalho coletivo de músicos de estúdio

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Redação - SOM DE FITA

6/26/2025

Em uma atitude rara e firme, a baixista Carol Kaye, considerada uma das maiores da história da música, rejeitou publicamente sua indicação ao Hall da Fama do Rock. Aos 90 anos, a veterana que deixou sua marca em gravações de nomes como Barbra Streisand, Stevie Wonder, The Supremes e The Beach Boys, surpreendeu os fãs ao afirmar que não se sente representada pela homenagem.

A decisão foi anunciada em uma publicação no Facebook (já deletada), onde Kaye foi direta: "Não era algo que reflete o trabalho que músicos de estúdio fazem e faziam na era de ouro dos sucessos gravados dos anos 60. Você sempre é parte de uma EQUIPE, não uma artista solo de maneira alguma. Eu me recuso a ser parte de algo que é diferente do que eu acredito, para benefício dos outros e que não reflete a verdade – nós todos gostávamos de trabalhar UNS COM OS OUTROS. Obrigado por entenderem."

A artista foi nomeada na categoria “Excelência Musical” ao lado de Thom Bell (produtor de soul e R&B falecido em 2022) e Nicky Hopkins (pianista que tocou com Rolling Stones e The Who). A distinção busca reconhecer figuras cuja “originalidade e influência tiveram um impacto dramático na música”.

Mesmo com sua recusa, a indicação foi celebrada como um marco para os fãs e para a representatividade feminina no rock. Poucas mulheres baixistas figuram na história do Hall da Fama, entre elas Tina Weymouth (Talking Heads) e Kathy Valentine (The Go-Go’s).

Carol Kaye atuou em mais de 10 mil gravações desde os anos 60 e é considerada uma das grandes figuras por trás do chamado Wrecking Crew, coletivo de músicos de estúdio que moldaram a sonoridade da música pop e soul durante décadas.

Sua recusa ecoa outras ocasiões em que artistas decidiram não participar da tradicional cerimônia, como fez Dolly Parton em 2022 — embora mais tarde tenha voltado atrás.

A atitude de Carol reacende o debate sobre o verdadeiro reconhecimento por trás das grandes produções musicais. Afinal, quem realmente construiu os clássicos que conhecemos?

Confira a habilidade de Carol abaixo:

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