
Astros Imortais do Blues: 10 Lendas Que Moldaram o Gênero
Confira 10 personalidades que construíram a história do Blues no mundo.
LISTAS
Redação - SOM DE FITA
6/4/2025




Mais que um ritmo, o blues é um grito ancestral de dor, liberdade e sobrevivência. Da lama do Mississippi aos palcos do mundo, esse som atravessou fronteiras e influenciou tudo: do rock ao funk, do jazz ao heavy metal. A seguir, te apresentamos dez figuras essenciais do blues, artistas que deixaram marcas profundas na música – e na alma de quem ouve.
1. Muddy Waters
O pai do blues elétrico. Muddy Waters é sinônimo de transformação: pegou as raízes acústicas do Delta Blues e eletrificou tudo em Chicago, dando ao gênero uma nova identidade urbana. Suas músicas como Hoochie Coochie Man e Mannish Boy são verdadeiros hinos da resistência e da masculinidade negra. Ele foi influência direta para os Rolling Stones (que tiraram seu nome de uma música dele), Eric Clapton, Led Zeppelin e toda a cena britânica dos anos 60 e 70. Muddy não apenas tocava blues – ele personificava o gênero.
2. B.B. King
Com sua inseparável guitarra Lucille, B.B. King transformou o blues em linguagem universal. Seu jeito elegante e melódico de tocar influenciou uma geração inteira de guitarristas. Ao invés de solos velozes, ele preferia cada nota com peso emocional, como se cada bend fosse um suspiro de dor ou redenção. Músicas como The Thrill Is Gone e Every Day I Have The Blues são obrigatórias para qualquer ouvinte sério. Com mais de 15 mil shows na carreira, ele foi embaixador do blues no mundo todo, sem jamais perder a humildade.
3. Robert Johnson
O mito. O enigma. O pacto. Robert Johnson é uma das figuras mais fascinantes da história da música. Diz a lenda que ele vendeu a alma ao diabo numa encruzilhada pra tocar como ninguém. Fato é: em apenas 29 canções gravadas na década de 1930, ele criou um legado que mudou tudo. Suas letras falam de demônios, viagens, traições e dor. Seu estilo vocal e sua técnica rítmica influenciaram desde o bluesman mais raiz até bandas de rock como Cream e The Rolling Stones. E sim – até hoje, ninguém toca ou canta como ele.
4. Howlin’ Wolf
Imagine um vulcão com voz. Howlin’ Wolf era pura força bruta. Sua voz rouca e animalesca parecia sair das entranhas da terra. Ele era grande, imponente, e no palco se transformava em uma entidade. Canções como Spoonful, Moanin’ at Midnight e Smokestack Lightning são marretadas sonoras. Trabalhou lado a lado com Willie Dixon e foi peça-chave para consolidar o som da Chess Records. O blues dele era sujo, visceral, real – e impossível de ignorar.
5. John Lee Hooker
O mestre do groove sujo e hipnótico. John Lee Hooker não tocava blues – ele invocava. Com batidas repetitivas e ritmo sincopado, criou um estilo próprio, entre o boogie e o blues tradicional. Sua música era quase trance, como uma reza de beira de estrada. Canções como Boom Boom e One Bourbon, One Scotch, One Beer são pura malandragem sonora. Sua influência pode ser ouvida no ZZ Top, no The Black Keys e em toda a geração garage blues dos anos 2000.
6. Etta James
A alma feminina do blues. Etta James foi potência pura. Sua voz tinha uma mistura rara de suavidade e força, sensualidade e desespero. Em músicas como I'd Rather Go Blind e At Last, ela derramava emoção crua, quase sem filtro. Etta era intensa, dentro e fora dos palcos, e atravessou décadas entre o blues, o soul e o R&B. Quebrou barreiras de gênero e raciais em uma indústria dominada por homens e nunca deixou de ser autêntica.
7. Albert King
O rei canhoto do feeling. Albert King tocava uma guitarra Flying V de cabeça pra baixo, e isso dava a ele um som único, cheio de alma e agressividade. Seus solos eram simples, mas carregavam uma expressividade que parecia cortar o ar. Ele foi influência direta de Stevie Ray Vaughan, Eric Clapton e até de guitarristas de metal. Músicas como Born Under a Bad Sign e I'll Play the Blues for You são verdadeiros mantras do sofrimento elegante.
8. Stevie Ray Vaughan
O herói moderno do blues. Nos anos 80, quando o gênero já não tinha mais o mesmo espaço, Stevie Ray Vaughan surgiu como um furacão texano, resgatando o som das raízes com uma intensidade absurda. Seu estilo misturava Hendrix, Albert King e muito feeling próprio. Canções como Pride and Joy e Texas Flood mostravam um guitarrista explosivo, mas com alma de velho blueseiro. Sua morte precoce, em 1990, aos 35 anos, deixou um vazio que ninguém mais preencheu.
9. Buddy Guy
O bluesman elétrico definitivo. Buddy Guy é um dos últimos dinossauros do blues clássico ainda em atividade. Seu estilo agressivo e imprevisível no palco influenciou nomes como Hendrix, Jeff Beck e Clapton. Ele pula no meio do público, toca com os dentes, ou simplesmente te destrói com uma nota só. Álbuns como Damn Right, I’ve Got the Blues mantiveram o gênero vivo e vibrante nos anos 90 e 2000. Buddy é a ponte viva entre o passado e o presente do blues.
10. Sister Rosetta Tharpe
A madrinha do rock com alma de blues. Sister Rosetta Tharpe era uma pioneira: mulher, negra e guitarrista nos anos 30 e 40, fazendo solos elétricos no palco da igreja. Ela misturava gospel, blues e swing com uma pegada que antecipava o rock and roll em pelo menos 20 anos. Com sua guitarra Gibson e uma voz cheia de autoridade, influenciou nomes como Chuck Berry, Elvis Presley e Little Richard. Hoje, sua importância vem sendo finalmente reconhecida – e é mais que merecido.
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