ANOUSHKA SHANKAR inicia turnê brasileira em Curitiba com apresentação no Curitiba Jazz Sessions

Show na Ópera de Arame marca a primeira visita da artista ao país e destaca a força da música instrumental contemporânea

Redação - SOM DE FITA

12/8/2025

A estreia de Anoushka Shankar em solo brasileiro representa um acontecimento raro dentro do circuito da música instrumental internacional. Reconhecida por unir tradição indiana, pesquisa sonora e colaborações globais, a compositora e sitarista inicia sua primeira turnê no Brasil em Curitiba, no dia 21 de março de 2026, dentro da programação do Curitiba Jazz Sessions, realizado na Ópera de Arame. Para o público, trata-se de um encontro inédito com uma das artistas mais influentes da música contemporânea, cuja trajetória atravessa três décadas de reinvenção estética e diálogo entre culturas.

A expectativa gerada não é apenas consequência de sua linhagem — filha de Ravi Shankar e irmã de Norah Jones —, mas do trabalho autoral que a consolidou em palcos, premiações e colaborações que reinventaram o papel do sitar no cenário musical global. O anúncio da turnê reforça a relevância que o Brasil vem conquistando como rota para artistas que transitam entre o experimental, o tradicional e o contemporâneo.

Curitiba como porta de entrada da turnê e o valor simbólico dessa escolha

A cidade escolhida para a primeira apresentação da artista no país não é fruto do acaso. Curitiba já ocupa há algum tempo um espaço importante no circuito da música instrumental, impulsionada por festivais que valorizam pesquisa sonora e propostas que fogem da obviedade. É dentro desse contexto que a presença de Anoushka Shankar ganha força, ampliando o alcance cultural do Curitiba Jazz Sessions e reforçando o papel da Ópera de Arame como palco para artistas que transitam entre diferentes matrizes musicais.

Patrik Cornelsen, diretor da Planeta Brasil Entretenimento, resume o peso da ocasião ao afirmar: “A vinda de Anoushka Shankar ao Brasil é um marco para a música instrumental e para o público que acompanha artistas que transcendem fronteiras culturais.” Para ele, a turnê responde a um interesse crescente do público brasileiro por produções que dialogam com outras tradições musicais sem deixar de lado abordagens contemporâneas.

A turnê inclui ainda Porto Alegre e São Paulo, cidades escolhidas de forma estratégica. De acordo com Lucas Rodrigues, diretor da Goat Entertainment: “Escolhemos Curitiba, Porto Alegre e São Paulo por serem capitais com cenas musicais vibrantes e público aberto a experiências artísticas profundas. Trazer uma artista desse porte, em sua primeira passagem pelo país, reforça nosso compromisso em conectar o Brasil às potências criativas do mundo.” Assim, Curitiba assume o ponto de partida de uma turnê que busca conectar diferentes públicos a um repertório construído ao longo de 30 anos.

Anoushka Shankar passa pelo Brasil com destaque no Curitiba Jazz Sessions, celebrando 30 anos desde sua estreia aos 13 anos — Foto: Reprodução

A trajetória de uma artista pioneira construída entre tradição, inovação e reconhecimento global

O percurso de Anoushka Shankar é marcado por conquistas que ultrapassam o ambiente musical. Ela foi a mais jovem e primeira mulher a receber o British House of Commons Shield, além de ter sido indicada ao Prêmio Ivor Novello e homenageada pela Royal Academy of Music. Sua atuação no Grammy Awards, onde se tornou a primeira musicista indiana a se apresentar ao vivo e também a atuar como apresentadora, consolidou sua presença em uma das plataformas mais visíveis da indústria musical global. Em 2024, sua trajetória foi reconhecida novamente com o Doutorado Honorário em Música pela Universidade de Oxford.

A versatilidade que caracteriza sua carreira se expressa também nas colaborações com artistas de perfis distintos. Anoushka já trabalhou com Herbie Hancock, Patti Smith, Sting, M.I.A., Arooj Aftab, Joshua Bell e Norah Jones, transitando com naturalidade entre universos como jazz, música eletrônica, música clássica ocidental, pop e tradições do sul da Ásia. Sua música se adaptou a cafés intimistas, festivais de grande porte e salas de concerto consideradas referência no mundo inteiro.

Seu trabalho mais recente, “Chapter III: We Return to Light”, encerra uma trilogia celebrada pela crítica e marca uma fase de intensa exploração estética. Aos 13 anos, quando estreou profissionalmente, poucos poderiam prever que sua carreira alcançaria um espectro tão amplo. Agora, ao celebrar três décadas de atividade, ela apresenta ao público brasileiro uma síntese de sua obra: uma linguagem musical que une virtuosismo, experimentação e um olhar atento para conexões culturais.

O impacto da turnê no cenário brasileiro e o interesse por novas experiências sonoras

A chegada de Anoushka Shankar ao Brasil também reflete uma mudança gradual no interesse do público por produções que propõem escuta ativa, complexidade e mistura de tradições. Em um mercado dominado por grandes turnês pop e festivais de massa, a turnê da artista aponta para uma demanda por experiências diferentes — aquelas que priorizam imersão, silêncio, atenção e sensibilidade estética. Para muitos fãs de música instrumental e world music, trata-se de uma oportunidade rara de assistir a uma artista que figura tanto em festivais especializados quanto em palcos mainstream.

Curitiba, ao sediar a apresentação de abertura, reforça sua identidade como cidade que valoriza iniciativas culturais diversificadas. A presença de Anoushka na Ópera de Arame deve atrair um público formado por curiosos, músicos, pesquisadores e ouvintes habituados a transitar entre gêneros. A percepção é de que o show não apenas inaugura uma turnê, mas contribui para ampliar o interesse brasileiro por diálogos musicais globais — algo que já aparece em festivais, programações de teatro e projetos independentes.

Informações do evento:

Curitiba — Curitiba Jazz Sessions
Data: 21 de março de 2026
Local: Ópera de Arame
Realização: Planeta Brasil Entretenimento e Goat Entertainment

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