Com a contagem regressiva iniciada para o fim do Sepultura, Andreas Kisser já começa a vislumbrar o que vem depois. Em entrevista durante o Mystic Festival, na Polônia (via Metal Injection), o guitarrista refletiu sobre esse momento de transição e revelou que, mesmo com o encerramento das atividades da banda até 2026, sua história com a música está longe de terminar.

“Desde que entrei para o Sepultura em 1987, nunca paramos, nunca. Mesmo durante o lockdown, criamos um álbum. Quando mudamos de vocalista, empresário e tudo mais, estávamos sempre ensaiando, sempre trabalhando para o futuro, e etc. E parece que é um bom momento, porque ainda somos jovens o suficiente para estarmos motivados a começar algo novo do zero. Claro, estarei envolvido com música. É o que eu faço, amo fazer. Não vou sair do Sepultura para vender carros ou algo assim”, disse Andreas, com seu humor habitual.

A liberdade de poder experimentar novas possibilidades é o que mais anima o músico nesse novo ciclo. Entre os projetos já em andamento estão seu programa de rádio ao lado do filho, a banda De La Tierra e iniciativas educativas, como aulas de violão e vídeos explorando sua abordagem musical.

“Muita gente pede isso também, então eu quero ter mais tempo para fazer isso. E eu conheço tantos músicos, tantas bandas. Estou realmente conversando com as pessoas: ‘Ah, vamos fazer isso, vamos fazer aquilo’. Tenho a ideia de fazer um projeto de reggae com o Derrick [Green, vocalista do Sepultura]. Quem sabe? [Risos]. Gosto de manter as coisas abertas. Quer dizer, é um pouco assustador, mas ao mesmo tempo é muito emocionante sentir essa liberdade que podemos realmente expressar e ver o que acontece. Acho que é por isso que estamos parando — para sair da zona de conforto, para nos distanciarmos [e] ter um ar diferente para respirar artisticamente.”

A turnê de despedida Celebrating Life Through Death segue rodando o mundo e marca os 40 anos de estrada do Sepultura. Sobre o último show, Kisser comentou que o local ainda está em aberto, mas adiantou que as opções mais fortes são São Paulo e Belo Horizonte, cidade onde a história da banda começou.

Enquanto o fim de uma era se aproxima, Andreas já dá os primeiros passos rumo a novas jornadas musicais — agora com o tempo e o fôlego necessários para se reinventar.

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