“AMÉM & AMEM – NANÁ VASCONCELOS 80 ANOS” chega a Brasília com espetáculo que revisita o legado do percussionista
Projeto reúne Virgínia Rodrigues, Zé Manoel, Lucas dos Prazeres e Marivaldo dos Santos em apresentações na CAIXA Cultural Brasília nos dias 13 e 14 de dezembro de 2025
Redação - SOM DE FITA
12/12/2025




A CAIXA Cultural Brasília recebe, nos dias 13 e 14 de dezembro de 2025, o espetáculo “Amém & Amem – Naná Vasconcelos 80 anos”, montagem musical que propõe uma imersão no universo sonoro e espiritual deixado por Naná Vasconcelos, um dos nomes mais influentes da música brasileira no cenário internacional. O projeto passa pela capital federal após temporadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, consolidando-se como uma celebração itinerante dedicada à memória e à obra do percussionista pernambucano.
As apresentações acontecem no sábado (13), às 17h e às 20h — esta última com acessibilidade em Libras — e no domingo (14), às 19h. No palco, quatro artistas com trajetórias distintas e complementares se encontram: Virgínia Rodrigues, Zé Manoel, Lucas dos Prazeres e Marivaldo dos Santos. O espetáculo não se propõe a uma narrativa biográfica linear, mas a um diálogo artístico que atravessa ancestralidade, improvisação e experimentação sonora, elementos centrais na obra de Naná.
A proposta parte da ideia de que o legado do músico não está apenas em suas gravações ou parcerias históricas, mas na maneira como influenciou gerações a pensar o som como linguagem espiritual, política e sensorial. É a partir desse princípio que o espetáculo se estrutura, conectando diferentes expressões da música afro-brasileira em um formato de concerto que se aproxima de um rito contemporâneo.
Um legado que atravessa fronteiras e linguagens
Reconhecido internacionalmente, Naná Vasconcelos construiu uma carreira marcada pela expansão dos limites da percussão. Eleito nove vezes o Melhor Percussionista do Mundo pela revista americana Down Beat e vencedor de oito prêmios Grammy, o músico levou instrumentos como o berimbau a contextos até então pouco explorados, dialogando com o jazz, a música experimental e as tradições populares brasileiras.
Nascido em Pernambuco, Naná iniciou sua trajetória ao lado de Milton Nascimento nos anos 1960, período em que a música brasileira passava por intensas transformações estéticas. A partir da década de 1970, sua atuação ganhou projeção internacional, com colaborações que incluíram nomes como Don Cherry, Pat Metheny, Egberto Gismonti, Gato Barbieri, Jean-Luc Ponty e até a banda Talking Heads. Em todos esses contextos, sua percussão funcionava não apenas como base rítmica, mas como elemento narrativo e expressivo.
O espetáculo “Amém & Amem” revisita esse percurso sem recorrer à simples reprodução de repertórios. A proposta é refletir sobre o impacto de Naná como pensador do som, alguém que compreendia a música como extensão do corpo e da espiritualidade. Essa abordagem se traduz em arranjos que transitam entre composições autorais, parcerias emblemáticas e referências que marcaram a formação do percussionista, incluindo influências de Heitor Villa-Lobos e do próprio Milton Nascimento.



“Amém & Amem” revisita a obra de Naná Vasconcelos a partir de sua visão da música como corpo e espiritualidade — Foto: Divulgação

Os artistas em cena e a construção coletiva do espetáculo
O encontro entre Virgínia Rodrigues, Zé Manoel, Lucas dos Prazeres e Marivaldo dos Santos é um dos pontos centrais da montagem. Cada um carrega uma relação particular com a herança musical afro-brasileira, seja pela voz, pela percussão ou pela pesquisa estética. O resultado é um espetáculo que não hierarquiza protagonismos, apostando na escuta e na interação como motores da performance.
A direção musical é assinada por Marivaldo dos Santos, integrante do grupo internacional STOMP e do projeto Quabales, conhecido por seu trabalho que cruza percussão, movimento e identidade cultural. A direção artística é de André Brasileiro, que conduz o espetáculo a partir de uma perspectiva sensível, mais interessada em atmosferas e fluxos do que em estruturas rígidas.
Segundo o diretor, “Esse é um encontro que celebra as sementes musicais plantadas por Naná. Quatro artistas profundamente impactados por sua obra se reúnem para homenagear o mestre, guiados pelo afeto e pela força criativa que ele nos ensinou”. A declaração sintetiza a intenção do projeto: mais do que uma homenagem formal, trata-se de uma celebração construída a partir da experiência direta dos artistas com o pensamento musical de Naná.
Com passagens por festivais nacionais e internacionais, os quatro músicos acumulam trajetórias que dialogam com diferentes públicos e contextos. No espetáculo, essas experiências se cruzam em uma performance que assume caráter ritualístico, mas sem perder o vínculo com a contemporaneidade da música brasileira atual.
Circulação do projeto e informações para o público em Brasília
“Amém & Amem – Naná Vasconcelos 80 anos” estreou em julho de 2024, em São Paulo, e passou pela CAIXA Cultural Rio em julho de 2025. Em novembro do mesmo ano, o projeto retornou à capital paulista, antes de seguir para Brasília. A passagem pela capital federal marca a terceira cidade a receber o espetáculo, reforçando o caráter nacional da circulação.
Os ingressos custam R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada), com valores sujeitos a alteração sem aviso prévio. As vendas on-line começam às 13h do dia 06 de dezembro, enquanto a bilheteria física da CAIXA Cultural Brasília abre às 9h. As entradas podem ser adquiridas pelo site www.bilheteriacultural.com.br.
As apresentações acontecem na CAIXA Cultural Brasília, localizada no Setor Bancário Sul, Quadra 4. O espaço tem capacidade para 406 pessoas, incluindo 8 vagas para cadeirantes. A classificação indicativa é livre, e a duração do espetáculo é de aproximadamente 90 minutos. A sessão de sábado, às 20h, contará com acessibilidade em Libras, ampliando o acesso ao público.
Ao chegar a Brasília, o espetáculo reforça a importância de manter vivo o debate sobre o papel de figuras fundamentais da música brasileira, não apenas como ícones do passado, mas como referências ativas na construção do presente. “Amém & Amem” propõe justamente esse exercício: ouvir Naná Vasco
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