
Alice Cooper renasce com a banda original: “Soamos exatamente como em 1974”
Novo álbum traz reencontro histórico, produção de Bob Ezrin e homenageia Glen Buxton, mais de cinco décadas após a separação
Redação - SOM DE FITA
8/1/2025




Poucas histórias no rock são tão marcadas por altos e baixos quanto a da Alice Cooper Band. Em 25 de julho de 2025, esse enredo ganhou um novo capítulo com o lançamento de The Revenge Of Alice Cooper, o primeiro álbum da formação original desde 1974. Mais do que uma simples reunião, o projeto carrega o peso de décadas de trajetória, conflitos superados e o reencontro de amigos que, no passado, ajudaram a redefinir os limites do rock.
Produzido por Bob Ezrin — nome por trás de clássicos do próprio Cooper, do Kiss e do Pink Floyd — o disco chega ao público como um resgate da essência setentista da banda. Não por acaso, Alice fez questão de dedicar o trabalho ao guitarrista Glen Buxton, falecido em 1997, reconhecendo a importância de um dos fundadores do grupo. “Esse álbum é por ele e para ele. Glen sempre foi parte do coração da banda”, disse Cooper em um comunicado enviado à imprensa.
Um reencontro esperado por cinco décadas
O novo álbum surge após um hiato que durou mais de 50 anos. A formação clássica — Alice Cooper (vocais), Michael Bruce (guitarra), Dennis Dunaway (baixo) e Neal Smith (bateria) — não gravava junta desde Muscle Of Love (1973). Para os fãs, a reunião parecia improvável, mas a química entre os integrantes sobreviveu ao tempo.
Em entrevista à revista Rock Candy, Alice foi honesto ao refletir sobre a separação da banda e as dificuldades da época:
“Eu sempre soube que não teria durado entre nós naquela época. Havia muitas coisas no caminho. Mike [Michael Bruce] passou por um período ruim, Dennis [Dunaway] teve alguns problemas físicos, Neal [Smith] teve alguns problemas físicos. Além disso, eu estava lidando com meus problemas de cocaína e álcool, o que me atrasou pelo menos cinco anos. No final do período do álbum Muscle Of Love, não estávamos na mesma página em termos de estilo de vida. Acho que ninguém realmente entendia para onde o grupo deveria estar indo. Éramos disfuncionais.”
Mesmo com os conflitos do passado, Cooper garante que o vínculo entre eles nunca se rompeu. “Acho que a forma como finalmente deu certo é perfeita. Nunca senti que a banda realmente se divorciou. Em vez disso, nos separamos e cada um seguiu seu próprio caminho. Mas o que você precisa lembrar é que estudamos juntos no ensino médio, então temos uma história real… e quando finalmente voltamos e começamos a tocar como uma banda, foi como voltar para casa.”
“Soa como 1974”
A sonoridade do novo álbum resgata o espírito cru e teatral que fez da Alice Cooper Band um marco do rock. “Eu sabia que algumas pessoas ficariam céticas sobre se conseguiríamos fazer isso, mas a banda soa exatamente como em 1974. Fiquei bastante impressionado com isso”, disse Cooper, com entusiasmo.
Ezrin, responsável por dar forma a esse retorno, trabalhou para preservar a identidade da banda, usando técnicas clássicas de gravação combinadas com tecnologias modernas. O resultado é um álbum que mantém o DNA setentista, mas com uma produção atualizada, capaz de dialogar tanto com os fãs antigos quanto com novas gerações.
O legado e a relevância da banda
O retorno da formação original reforça a importância da Alice Cooper Band para o rock mundial. Nos anos 70, o grupo não apenas marcou a cena musical com sucessos como “School’s Out” e “No More Mr. Nice Guy”, mas também abriu caminho para o rock teatral e o shock rock, influenciando nomes como Kiss, Marilyn Manson e Rob Zombie.
Essa volta não é apenas um exercício de nostalgia. É também uma oportunidade para os integrantes revisitaram seu passado de forma madura, transformando experiências pessoais — como as lutas de Alice contra o vício e os problemas de saúde de outros membros — em combustível criativo.
O que esperar de “The Revenge Of Alice Cooper”?
O álbum apresenta 12 faixas inéditas que misturam a irreverência lírica característica de Alice com riffs pesados, linhas de baixo marcantes e a bateria pulsante de Neal Smith. Segundo críticos que já ouviram o disco, há momentos que remetem diretamente aos grandes sucessos do início da carreira, mas com uma abordagem renovada.
Para os fãs, o lançamento representa um encontro entre passado e presente, trazendo à tona a energia que fez da banda um dos nomes mais impactantes da história do rock.
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