Adeus ao Príncipe das Trevas: Ozzy Osbourne morre aos 76 anos e deixa legado imortal no rock

Ícone do heavy metal partiu cercado pela família; trajetória lendária vai do Black Sabbath à consagração solo, com impacto cultural e social que transcende gerações

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Redação - SOM DE FITA

7/22/2025

O mundo da música perdeu um de seus pilares nesta terça-feira (22). Ozzy Osbourne, aclamado como uma das figuras mais marcantes da história do rock, faleceu aos 76 anos. A informação foi confirmada pelo jornal britânico The Guardian, com base em comunicado oficial da família. A causa da morte não foi divulgada.

“É com mais tristeza do que meras palavras podem transmitir que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento.” — declarou a família Osbourne.

Mesmo sem detalhes sobre as circunstâncias do falecimento, a notícia pegou os fãs de surpresa e provocou uma onda global de homenagens nas redes sociais.

Um nome que moldou o som do século XX

Nascido John Michael Osbourne em 1948, em Birmingham, Inglaterra, Ozzy ficou mundialmente conhecido como vocalista da banda Black Sabbath — formação que ajudou a definir os contornos do heavy metal nos anos 1970. Com clássicos como Paranoid, Iron Man e War Pigs, o grupo trouxe à tona uma sonoridade mais sombria, pesada e contestadora.

Após sua saída do Sabbath em 1979, Ozzy trilhou uma carreira solo meteórica. O álbum Blizzard of Ozz, lançado em 1980 e que inclui hinos como Crazy Train e Mr. Crowley, consolidou o cantor como um verdadeiro showman, capaz de se reinventar sem perder a essência provocadora.

Ao longo de mais de cinco décadas, ele lançou discos icônicos como Diary of a Madman, No More Tears, Ozzmosis e, mais recentemente, os elogiados Ordinary Man (2020) e Patient Number 9 (2022). Sua voz, suas letras e sua atitude influenciaram gerações de músicos — dentro e fora do metal.

O rockstar que virou personagem de si mesmo

Na década de 2000, Ozzy mostrou sua faceta mais humana (e caótica) ao protagonizar o reality show The Osbournes, transmitido pela MTV. O programa revelou os bastidores de sua casa e o cotidiano nada convencional de sua família, ampliando ainda mais seu alcance cultural.

Outro projeto marcante foi o Ozzfest, festival criado por ele e Sharon Osbourne que se tornou vitrine para bandas emergentes de metal e hard rock, além de manter viva a chama do som pesado nos Estados Unidos.

O último rugido do Sabbath

Um dos momentos mais simbólicos da carreira de Ozzy aconteceu em 5 de julho de 2025, com o show "Back to the Beginning", realizado em Aston, Birmingham — sua terra natal. A apresentação reuniu os membros originais do Black Sabbath pela primeira vez em duas décadas e atraiu mais de 45 mil pessoas ao estádio Villa Park. O evento também teve transmissão online para um público de quase 6 milhões de espectadores ao redor do mundo.

Mesmo enfrentando os desafios do Parkinson, Ozzy emocionou ao cantar sentado em um trono em forma de morcego. Ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, ele entregou versões memoráveis de “War Pigs”, “Paranoid” e “N.I.B.”. Bandas como Metallica, Slayer, Pantera, Anthrax e Tool também participaram da celebração, tocando versões próprias dos clássicos do Sabbath.

Tom Morello, responsável pela direção musical, não economizou elogios:

“Foi o maior show de heavy metal de todos os tempos.”

O espetáculo arrecadou £140 milhões, destinados a instituições como Cure Parkinson’s, Birmingham Children’s Hospital e Acorns Children’s Hospice. O registro audiovisual da apresentação, intitulado Back To The Beginning: Ozzy’s Final Bow, será lançado nos cinemas em 2026.

Um legado que vai além da música

Ozzy Osbourne não foi apenas um cantor ou líder de banda. Foi um ícone cultural, uma força da natureza que sobreviveu a altos e baixos, escândalos, problemas de saúde e transformações radicais na indústria da música.

Com seu estilo inconfundível, sua autenticidade brutal e sua capacidade de se manter relevante por mais de cinco décadas, Ozzy transcendeu o rótulo de “estrela do rock” para se tornar uma figura atemporal. Sua trajetória inspira não apenas músicos, mas qualquer pessoa que acredite na força da superação e da reinvenção.

O heavy metal perdeu hoje seu padrinho, mas o espírito de Ozzy — irreverente, desafiador e indestrutível — seguirá ecoando por muito tempo no peso das guitarras, nos vocais rasgados e no coração de milhões de fãs ao redor do planeta.

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