AC/DC provoca vibrações registradas por sensores sísmicos durante show em Melbourne
Primeira apresentação da turnê “Power Up” no Melbourne Cricket Ground gerou registros em equipamentos de monitoramento sísmico, enquanto o Brasil se prepara para receber a banda em 2026.
Redação - SOM DE FITA
11/17/2025




A nova turnê do AC/DC começou na Austrália com um fato que rapidamente se tornou pauta entre veículos internacionais: a apresentação realizada no dia 12 de novembro, no Melbourne Cricket Ground, gerou vibrações captadas por sensores sísmicos instalados na região. O episódio ocorreu durante o show de abertura da “Power Up Tour”, marcando o retorno da banda aos palcos em grande escala. Contudo, a repercussão desta vez não veio apenas do repertório ou da estrutura de palco, mas da reação física produzida pela combinação entre público e sistema de som.
De acordo com informações divulgadas pela Billboard, equipamentos responsáveis por monitorar atividades sísmicas na cidade registraram oscilações durante diversos momentos da apresentação. Embora fenômenos semelhantes já tenham sido identificados em shows de outras grandes bandas ao longo dos anos, o caso se destaca pela precisão dos dados coletados e pela distância entre o estádio e alguns dos sensores, que se encontravam espalhados pelos arredores de Melbourne.
O Melbourne Cricket Ground é um dos maiores estádios do mundo e costuma receber multidões, especialmente em eventos esportivos. No entanto, shows de grande porte podem gerar dinâmicas próprias, influenciadas por graves potentes e movimentos ritmados de dezenas de milhares de pessoas. A combinação desses fatores criou as condições necessárias para que a apresentação fosse registrada por instrumentos projetados para detectar tremores naturais, algo que surpreendeu parte da população e despertou curiosidade sobre a força do evento.
Especialistas detalham como as vibrações foram captadas
Para explicar o que de fato aconteceu, o cientista-chefe do Centro de Pesquisa Sismológica, Adam Pascale, concedeu entrevista à ABC. Ele afirmou que os sensores localizados em Richmond, aproximadamente 3 km distante do estádio, captaram frequências que variaram entre 2 e 5 hertz durante a noite do show.
Segundo Pascale, o fenômeno não tem relação com o volume do som no ar, mas com os movimentos do solo. Os sismógrafos são desenhados para registrar vibrações diretas na superfície terrestre — e não a propagação sonora. Em suas palavras:
“As ondas que o público estava sentindo no corpo são o equivalente ao que nossos sismógrafos detectam.”



AC/DC em apresentação em Melbourne | Foto: Morgan Hancock/Getty Images

Isso significa que os aparelhos registraram as oscilações provocadas por duas fontes principais:
A vibração gerada pelos altos níveis de pressão sonora, especialmente em frequências graves que repercutem no chão.
O movimento sincronizado da plateia, que reage de forma coletiva a músicas mais conhecidas, criando pulsos rítmicos capazes de se propagar pelo solo.
Esses padrões são típicos em eventos musicais de grande porte, mas nem sempre são monitorados com tanta precisão. A instalação de sensores sísmicos em diferentes pontos da cidade permitiu que o impacto fosse claramente identificado e mapeado, mostrando como uma apresentação pode interferir temporariamente na superfície urbana.
Além disso, relatos de moradores apontaram que o som do show pôde ser ouvido — não registrado, mas ouvido — a quilômetros de distância. Pessoas a até 10 km declararam que conseguiram escutar trechos da apresentação. Esse tipo de ocorrência já foi relatado em outros grandes eventos no Melbourne Cricket Ground, mas a associação direta com registro sísmico torna o episódio particularmente relevante para pesquisadores e curiosos.
Brasil já tem datas confirmadas para 2026, sem previsão de impacto semelhante
Enquanto a estreia australiana da turnê chamou atenção pelos registros sísmicos, o anúncio de que o AC/DC virá ao Brasil em 2026 segue movimentando informações sobre a agenda de shows do grupo. A banda tem três apresentações marcadas no Estádio do MorumBis, em São Paulo, nos dias 24 e 28 de fevereiro e 4 de março de 2026.
A divulgação dessas datas faz parte de um calendário internacional que acompanha o retorno da banda às grandes arenas. Não há expectativa ou previsão sobre registros sísmicos semelhantes no Brasil, já que fenômenos dessa natureza dependem de fatores específicos, incluindo estrutura do estádio, nível de compactação do solo, distribuição da plateia e sensibilidade dos sensores instalados na região — se houver algum monitoramento ativo.
O foco, por enquanto, permanece nos registros feitos em Melbourne, que se tornaram objeto de análise por equipes técnicas e chamaram a atenção de especialistas em sismologia urbana. O caso também reacende discussões sobre como grandes eventos culturais impactam o ambiente físico das cidades, tema que costuma surgir quando multidões se reúnem para shows, manifestações ou partidas decisivas.
Com a turnê apenas no início, é possível que outros episódios curiosos aconteçam ao longo do percurso mundial. Entretanto, a repercussão atual se concentra no dado concreto: sensores identificaram vibrações, foram analisados, e confirmaram que os movimentos do público e a pressão sonora criaram oscilações mensuráveis.
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